Entrevista publicada no site do Jornal da Cidade, em
15/08/2016.
"Me realizo criando arranjos".
Evandro Schiruder é daqueles de poucas palavras, ouvidos
aguçados, desafiador de cordas e descobridor de arranjos.
Por: JornaldaCidade.Net
Evandro Schiruder é daqueles de poucas palavras, ouvidos
aguçados, desafiador de cordas e descobridor de arranjos. No palco, onde já
arrancou aplausos com a saudosa banda Alapada e agora ganha a aprovação do
público na banda Dr. Coruja, ele demonstra a afinidade com a guitarra e a
relação mais que profissional com notas e acordes. Num processo natural, como
Schiruder mesmo conta, a atuação como produtor musical se tornou mais uma
atividade no mundo da música, tendo já produzido diversos artistas, a exemplo
de Fábio Ribeiro e banda Nasio. É sobre isso e muito mais, inclusive sobre o
modo “Stand By” da banda Alapada e o novo projeto individual que Schiruder
conversou com o JORNAL DA CIDADE para a entrevista desse final semana. Vem
coisa boa por aí!
JORNAL DA CIDADE - O que faz o músico Evandro Schiruder nos
dias atuais?
EVANDRO SCHIRUDER - Sou produtor executivo e guitarrista da
Dr. Coruja, banda criada por mim e por Pablo Resende, especializada em
casamentos, formaturas, aniversários e festas corporativas. Também trabalho
como produtor musical a serviço de compositores, cantores e bandas que
necessitem de suporte técnico e artístico.
JC- Seguir e investir na área de produção musical foi um
fato ou consequência da atividade como músico?
ES - Foi um processo natural, motivado por necessidades que
surgiram durante minhas atividades como guitarrista da banda Alapada.
JC- Há um mercado promissor no Estado?
ES - Do ponto de vista comercial a tendência é a mesma das
atividades artísticas em geral. Ou seja, há muitas dificuldades, mas ainda
assim estamos cercados de muita gente talentosa, produtiva, apaixonada e
disposta a seguir em frente.
JC- O avanço tecnológico, bem como o surgimento de bandas e
artistas aqui no Estado, contribuem para o crescimento desse mercado?
ES - Sim, esse avanço possibilitou que bandas e artistas
independentes conseguissem gravar seu material e divulgá-lo sem necessariamente
gastar muito dinheiro, e isso motivou muita gente a compor. Há alguns anos, só
tinha alguma perspectiva o artista que tivesse contrato com uma grande
gravadora que o inserisse dentro da programação de grandes emissoras rádio e TV.
Hoje existem muitos exemplos de artistas que começaram a fazer sucesso sem esse
tipo de apoio.
JC- Quantos trabalhos já foram produzidos por você?
ES - Não sei exatamente, mas posso citar alguns nomes:
Alapada, Fábio Ribeiro, Kallibre, Ideário, Nasio, Lêmures, Igor Rodsi e Banda
Vibe, Eduardo Ribeiro e Scharlon, entre outros. Em alguns desses trabalhos
atuei em todas as etapas do processo – compondo junto, tocando, gravando,
dirigindo, editando etc. Em outros, apenas gravando, mixando, masterizando, dando
sugestões. Com alguns dos artistas trabalhei em dois ou mais CDs ou DVDs e com
outros somente em uma ou duas músicas que faziam parte de um de seus projetos.
Enfim, são muitas variáveis e peculiaridades em cada trabalho.
JC- Além dessa atuação como produtor, você ainda se dedica à
composição de letras?
ES - Não tenho talento suficiente como letrista (risos).
Compus poucas ao longo da minha carreira. Me realizo mais criando arranjos e
linhas melódicas.
JC - E a banda Alapada, existe silente?
ES - Eu digo que estamos no modo “Stand By”. Nós sempre
conversamos sobre a possibilidade de retomarmos as atividades da banda de
alguma forma, mas ainda não tem nada concreto. São muitos detalhes que
dificultam, mas a vontade e o amor pela banda ainda continuam fortes.
JC- Há possibilidade de um revival do grupo original, ainda
que seja por “um minuto” para matar as saudades do público?
ES - Sim, mas a maior dificuldade é a geográfica. Naná está
morando no Rio de Janeiro, Jamesson em São Paulo. Seria necessário ajustar
muito bem a agenda dos dois para que eles pudessem estar em Aracaju numa mesma
época do ano. Mas com certeza é uma vontade que temos. Seria massa!
JC - O que acha dos novos sons de Sergipe que têm surgido?
Como definiria em poucas linhas a música sergipana hoje?
ES - Vejo com muito otimismo e admiração. Mesmo em segmentos
com os quais não me identifico muito tenho visto e ouvido muita gente fazendo
trabalhos consistentes em termos de qualidade e personalidade.
JC - Quais são os seus planos para esse segundo semestre?
ES - Estou trabalhando em CDs de três artistas diferentes.
Pretendo finalizá-los até outubro desse ano. Se der tempo termino meu CD de
guitarra instrumental.
JC - Fala mais sobre esse CD instrumental...
ES - O trabalho de música instrumental com foco na guitarra
é um sonho antigo que nunca concluí, porque acabei sempre dando prioridade a
trabalhos que me trouxessem retorno financeiro mais rápido. Comecei a compor
essas músicas na época em que eu dava aulas no Conservatório de Música de
Sergipe. Durante esse período, até por necessidade de buscar referências para
os alunos, tive um contato mais intenso com o trabalho de guitarristas que
compõem quase que exclusivamente música instrumental, e isso acabou me
inspirando. O fato é que estou sentindo cada vez mais a necessidade de concluir
esse projeto e pretendo terminá-lo o quanto antes.
Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net
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