Foto: Divulgação
Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 24/07/2019
Contos de quem cava a ficção e atocaia a realidade
Djenal Gonçalves Filho lança ‘O Tatu de Pirakê’ na sexta,
26, no Sebo Xique.
Distante das amarras acadêmicas e na contramão do
esteticismo literário, o compositor e cronista Djenal Gonçalves Filho lança o
primeiro livro no próximo dia 26, a partir das 17h, no Sebo Xique, localizado
no JFC Trade Center. São mais de 20 contos ilustrados pela designer e artista
visual Gabi Etinger, com o traço certeiro da ideia escrita por ele. Histórias
de todo o lugar, de tantas as ‘gentes’, amigos e transeuntes; vivências
daqueles que o cercam e também da própria existência compõem o ‘O Tatu de Pirakê’.
“É um livro para se divertir. Uma coisa que sempre combati
foi de ser acadêmico demais, seguir uma estética pré-moldada. Quem me conhece e
já leu o livro, me vê nele, a originalidade da coisa. Gosto de ler e sempre me
identifiquei com os escritores alternativos, sendo vários os que me inspiraram,
mas o jeito de falar e contar as histórias em ‘O Tatu de Pirakê’ é meu. A
maioria são ficção e histórias que ouvi ou mesmo vivi”, explicou o autor.
Foi da escrita despretensiosa compartilhada com os próximos
e com o incentivo de amigos leitores, que Djenal arrumou a toca para o ‘O Tatu
de Pirakê’ chegar com a graça e leveza que o destacam em uma boa conversa e
livro. “Já tinha uns contos guardados, alguns de muito tempo que eu passava
para os amigos e o incentivo vinha deles. Fui juntando, mas tem coisas que fiz
para o livro, a maioria, na verdade. Amaral Cavalcante, de quem sou muito fã,
quando comecei a mostrar, ele me incentivou a fazer o livro. Então, fui me
animando, até tentei participar de um concurso literário, corri, mas foi tanta
da correria que acabei perdendo o tempo do concurso e fui aperfeiçoar os
contos, trabalhando para ficar do tamanho e jeito que queria”, contou.
Inspirados no cotidiano, da conversa num encontro boêmio,
acadêmico ou acompanhando as notícias do jornal fora de alguma fila, Djenal
ressalta a liberdade de colocar em cada conto a forma sincera e criativa, sem
estar preso à diversidade de opiniões, julgamentos e críticas. “Estou preparado
para as críticas. Já tive medo dos comentários de algumas pessoas e elas
amaram. Talvez não gostou e não falou. Mas, o livro é como comida, bebida ou
filme, há quem goste e quem não goste. Em alguns momentos, as pessoas podem se
sentir ofendidas por qualquer conto ou expressão nele presente. Em algum
momento parei para refletir, ainda assim optei por não mudar, pois quem me
conhece sabe que nunca tive problema com ninguém, não há nada de ofensivo.
Ainda me perguntei: ‘Será que está politicamente incorreto?’. Então, ótimo”,
declarou Djenal.
Outras tocas
Pensando em caminhar por Sergipe afora, ‘O Tatu de Pirakê’
começa na capital sergipana com o desejo latente de espalhar tocas pelo Brasil
inteiro, bem como se fazer ‘tocaia’ para outras manifestações artísticas.
“Quero que ‘o tatu’ caminhe. Vou lançar aqui, atingir o maior público e depois
já tenho convite para lançar na Bahia, Alagoas, Brasília e São Paulo. Mas, onde
conseguir levar, ele vai e depois vem e vai formando público. Além disso, já
tem amigos que são da área do cinema que já demonstraram interesse em alguns
contos para fazer curtas. É assim que quero que ‘o tatu’ se faça presente na
música, no teatro, onde for”, afirmou.
Com um olho no ‘tatu’ e outro no lado de fora da toca, o
escritor Djenal Gonçalves revela que já está na produção de um segundo livro.
“Já estou escrevendo um novo livro. Mas, tudo no seu tempo e agora é o momento
de ‘O Tatu de Pirakê’. Ainda sem pressão de ter que produzir, eu vou, no meu
próprio tempo, tomando um vinho, compartilhando com amigos, fazendo estes lerem
em voz alta para mim. Assim descubro o ritmo do texto e aí vejo se tem humor.
Li alguma coisa de um escritor famoso que disse que é preciso ter amigos
leitores para escolher o texto e eu tenho vários que leram o meu livro antes. A
minha esposa Roberta Nascimento, assim como o biólogo e escritor Marcelo
Cardoso; e o próprio Amaral Cavalcante”, disse.
Por Gilmara Costa/Equipe JC
Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net
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