domingo, 19 de dezembro de 2021

MEMÓRIA > Olhando Aracaju (março - 2005)


Publicação compartilhada do site ILOVE SERGIPE, de 16 de março de 2021 


Tesouro escondido – Olhando Aracaju - Publicado por Gleide Selma 


O tesouro de um homem é o seu passado” (Raymond Aron). 


Tesouro escondido. Sim, para nós do “Ilove Sergipe” que somos apaixonados por essa terra abençoada temos encontrado muitos tesouros. Desde que começamos esse projeto de levar Sergipe ao mundo ou melhor trazer o mundo à Sergipe, passamos a buscar em todos os lugares como quem procura tesouros e é isso é o que temos encontrado. 


Saímos a procura de histórias, matérias, imagens, vídeos, depoimentos, enfim, de todos os caminhos que nos conduzam à história de Sergipe. E essas buscas têm nos encantado, pois, nos possibilita encontrar verdadeiras pérolas, tanto na história como em pessoas comuns, poetas, cantadores, cantores, artistas variados… 


Concordamos com a frase de Raymond Aron quando diz que temos um tesouro no nosso passado. Não viver de passado, mas, encontrar nele, a nossa Raiz, nossa essência. 


 Compartilharemos com vocês alguns desses achados com as devidas referências, afirmando aqui nosso compromisso em divulgar, valorizar e prestigiar o povo e a história sergipana e já agradecendo àqueles que, como nós se empenharam e ainda se empenham em deixar viva a história do nosso povo. 


Olhando Aracaju 


(Texto escrito para homenagear os 150 anos de Aracaju) 


Aracaju está completando uma centena e meia de anos de existência. Sendo assim, nada mais natural do que, os que vivem do ofício de pensar, escarafunchem os arquivos, abram as gavetas do tempo, descobrindo histórias e linguagem, códigos e valores do aracajuanos de épocas passadas. 


Todavia, ao lado da busca e eleição das fontes, é necessário frisar que a cidade Aracaju – ela própria “arquivo” da história – é há um tempo, o fato histórico e o próprio documento da sua existência pretérita. 


“Pensar não basta. Olhar é preciso”. 


Olhar Aracaju é prestar atenção nas transformações da cidade, é pensar a realidade da vida real da sua gente. 


Olhar Aracaju como um triunfo sobre o manguezal, é não esquecer do duelo homem-natureza e do impacto dos fatores naturais tão poderosos no passado e que hoje, chegam a ser desprezíveis. 


Olhar Aracaju, é buscar a história da cidade refletida nas marcas antigas que a cada dia menos se vê. 


Olhar Aracaju é reconstruir no imaginário, “o Plano do Engenheiro Pirro” procurando encontrar o “marco zero” de uma cidade que, sem ter sido cidade, e sim, povoação, ganhou a condição de capital em 17 de março de 1855. 


No mínimo inusitado, pensar numa “praia inóspita” sediando uma capital. Provido dos encantos da natureza, o lugar provocou desconforto e desolação “Àqueles que são forçados a habitarem no Aracaju” para usar a expressão dos higienistas da época. 


O tempo passou. Fluiu. Gerações e gerações de aracajuanos acolheram e reproduziram informações sobre a “povoação do Aracaju”. 


Como não poderia ser de outra forma, fixaram-nas de tal maneira que, quem fala de suas origens, fala de apicuns, mangues, brejos, pântanos, charcos, córregos e ribeiras, morros e florestas, dunas de areias, catingas etc. 

  

Ainda que Aracaju fosse “uma povoação de feição urbana indefinida”, formada por “praias inóspitas, esquecidas ou menosprezadas, onde só houvesse sizocas ou de palha” não significa como alguns interpretam, o começo de uma história da estaca zero. 

  

Tampouco era habitada só por pescadores, oleiros, sitiantes, entre outros. Enfim, gente humilde. 

  

Pois bem: no transcurso deste sesquicentenário, o desafio posto é deslindar o processo de apropriação social do espaço, conhecer o ser e o fazer da população do povoado de Aracaju anos e anos anteriores à capitalidade. 

  

Isto posto cabe enfatizar: o 17 de março, efeméride símbolo, serve para os aracajuanos lembrarem-se de se lembrar do fundador Inácio Barbosa, de Aracaju e de beleza para analisar a evolução da vida da cidade. 

  

Parabéns Aracaju! 

 

Texto: Maria Nely Santos – Professora e Escritora. Especial 150 anos. 


Texto extraído da Revista Aracaju Magazine Ano VIII Nº 112 – Março/2005. 


Postado por José de Oliveira B. Filho – Blog Aracajuantigo 


Texto e imagens reproduzidos do site: ilovesergipe.com.br 

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