Foto: Ascom Secult.
Infonet - Cultura - Noticias - 21/11/2014.
Círculo de Ogãs atrai bom público à Praça São Francisco.
Círculo dos Ogãs acontece até hoje na cidade de São
Cristóvão
Com a temática “Mulheres Negras”, acontece na cidade de São
Cristóvão, desde o dia 18 até 21 de novembro, o Círculo dos Ogãs. A quinta
edição do evento teve seu ponto alto neste dia 20, data em que se comemora o
Dia da Consciência Negra em todo país. A iniciativa é da ONG Sociedade para O
Avanço Humano e Desenvolvimento Ecosófico (SAHUDE) com parceria da Secretaria
de Estado da Cultura (Secult) através do Museu Histórico de Sergipe (MHS).
A programação do dia ocorreu na Praça São Francisco e contou
com intervenções culturais, shows, apresentações de capoeira e “Microfone
aberto contra o preconceito”, momento em que o público pôde fazer intervenções
poéticas e debater sobre o tema.
Segundo o diretor do Museu Histórico, Thiago Fragata, o
Círculo dos Ogãs tem a proposta de discutir as questões étnico-raciais,
colocando-as em evidência, disseminando assim a cultura afro no município,
visto que, por vezes, ela fica restrita à periferia e aos povoados.
Thiago explica que a ideia do tema “Mulheres Negras” surgiu
da necessidade de debater as questões raciais e de gênero, já que o preconceito
com as mulheres negras no Brasil é ainda mais significativo. “O preconceito no
país se concentra na mulher negra. No mercado de trabalho do Brasil, ela ganha
menos do que o homem branco, menos que a mulher branca e menos que o homem
negro, ou seja, ela está na base do preconceito. Ela é mãe, ela é matriz, ela é
maternidade, como todas as outras mulheres, por isso nosso entendimento de
fazer essa homenagem”, justifica.
Espectadores.
Rafaela Pereira, 26, mora em São Cristóvão e foi prestigiar
o evento. Ela conta que já participou do Círculo em 2010 e 2011. Segundo ela,
uma iniciativa como essa é importante por que “relembra e intensifica a cultura
negra no Brasil”. Rafaela ainda diz que essa ação “vem pra quebrar um pouco do
preconceito, e a realização no Dia da Consciência Negra épertinente”, fala.
Fernanda Chain, 33, é outra dos muitos visitantes que foram
até a Praça para prestigiar o evento. Para ela, o Círculo dos Ogãs deste ano,
além de proporcionar cultura aberta ao público, traz uma temática importante.
“Eu acho fundamental falar da mulher, especialmente da mulher negra. Porque tem
um movimento muito sutil de transformação, um processo em relação ao feminino.
É outra postura que está sendo construída, é um resgate de potencialidades
adormecidas, então trazer isso a tona, pôr em debate é fundamental”, fala.
Realizadores
A presidente da SAHUDE, Marcia Arévalo, também estava
presente no local, e avalia como positiva a realização da quinta edição do
evento. “É um evento importante porque é o principal da cidade que conjuga as
escolas para debater questões raciais. Todo ano a gente traz um tema diferente
e esse ano foi muito lindo, muito rico, a força das mulheres negras foi muito
bem recebido e a gente está muito feliz com tudo isso”, fala.
O Círculo dos Ogãs.
O evento já se tornou data cativa na comunidade,
principalmente pelas instituições educacionais e culturais da cidade que
celebram anualmente a mais expressiva data de luta do povo afrobrasileiro. Por
seu significado foi em 2013 contemplado com o Prêmio Abdias Nascimento,
conferido pela Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe.A iniciativa tem o
apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN/SE),
Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Unegro e Universidade Federal de
Sergipe (UFS).
Programação.
O V Círculo dos Ogãs teve início no dia 18 e vai até o dia
21, com a mesa redonda “Mulheres de Axé: O arquétipo da Grande Mãe e a
liderança feminina nos terreiros de Candomblé”. A mesa será mediada por Martha
Sales e Fernanda Cohim, e acontecerá no Auditório da ADUFS, que fica localizado
na Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Fonte: Ascom Secult
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura
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