Enrica Mininni emociona ao receber Título de Cidadã Sergipana na Alese.
Foto: César de Oliveira.
Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 07/11/2016.
Enrica Mininni emociona ao se tornar cidadã sergipana.
Governador Jackson Barreto participou da solenidade.
A italiana Enrica Mininni, recebeu na tarde desta
segunda-feira, 7 durante Sessão Especial na Assembleia Legislativa de Sergipe
(Alese), o Título de Cidadã Sergipana. A propositura é de autoria da deputada
Ana Lúcia Vieira (PT). A solenidade foi presidida pelo deputado Luciano Bispo
(PMDB) e contou com a presença do governador Jackson Barreto (PMDB), que disse
estar muito feliz em tê-la como conterrânea.
A deputada Ana Lúcia, ressaltou que Enrica é uma italiana
extremamente preparada que escolheu Aracaju há mais de 50 anos para viver.
“Enrica trabalhou com Dom Távora, com Dom Luciano e agora com Dom Lessa. É uma
mulher que nós devemos muito quanto às atividades sociais da Arquidiocese de Aracaju.
Participou da Reforma Agrária; participa de todas as lutas em defesa da
criança, do adolescente, dos idosos, dos soropositivos. Coordenou por muito
tempo as pastorais, hoje é coordenadora da Cáritas e nós vamos estar
reconhecendo hoje o que ela já é de fato: uma cidadã sergipana”, destaca
lembrando o atual momento de retirada de direitos no Brasil e a participação de
Enrica nas edições do Grito dos Excluídos.
Tomada por muita emoção, a homenageada disse não se sentir
estrangeira. É um momento de reencontro com as pessoas com quem trabalhamos,
caminhamos juntos, ficamos alegres juntos, choramos juntos. E saber que a
indicação da deputada Ana Lúcia foi aprovada por unanimidade, me deu muita
alegria, uma responsabilidade muito grande. São 50 anos de caminhada e estou
vendo como um momento de fazer um resumo da nossa vida, dos trabalhos e do
crescimento humano. Espero poder ainda trabalhar muito por esse povo do Brasil
e principalmente pelo povo sergipano, que foi de um acolhimento fora de série.
Já vivi em muitos lugares do mundo, mas nunca tinha encontrado uma
receptividade, uma bondade, um acolhimento como aqui em Sergipe. Eu nunca me
sento estrangeira e isso foi muito importante para mim, me sentir uma sergipana
em terras brasileiras”, comemora.
O arcebispo de Aracaju, Dom José Palmeira Lessa completou:
“Ela chegou jovenzinha ao Brasil, mergulhou como uma cristã que podia ter
constituído uma família natural, mas por causa de Jesus e por causa dos pobres,
dedica a vida nos serviços aos pobres. A sociedade através dos seus
legisladores soube reconhecer esse trabalho tão bonito de alguém que veio de
fora”.
Para o governador de Sergipe, Enrica Mininni merece a
homenagem recebida na Alese. “Uma bela homenagem, Enrica merece. Ela tem uma
vida longa de serviços prestados a Sergipe. Chegou aqui pelas mãos de Dom
Távora, quem o conheceu sabe que dominava a cabeça, o coração, as mãos, os
passos de Dom Távora, o compromisso social. Depois conheci o trabalho de Enrica
nas fazendas comunitárias e programas de Reforma Agrária com Dom Luciano.
Sempre a encontrei envolvida nas questões sociais ligadas ao compromisso da
Igreja Católica. Fico muito feliz em tê-la como conterrânea. Enrica merece por
tudo que ela fez por nossa gente”, enfatiza.
Homenageada
Enrica Mininni nasceu em Roma (Itália) em 06 de setembro de
1939. Filha de Michele Mininni e Maria De Rossi, teve quatro irmãos: Luigi,
Anna Maria, Paola e Franco. Viveu em Roma até concluir os estudos de nível
médio, recebendo o Diploma de Contadora. Logo em seguida, em 1958 entrou na
Associação de Fraternidade Internacional (AFI), em Bruxelas, na Bélgica, da
qual continua a fazer parte como membro efetivo. Após um ano de estudos
bíblicos e teológicos, voltou à Itália onde cursou a Faculdade de Economia e
Comércio na Universidade Scro Cuore de Milão, recebendo a “Láurea de Doutor em
Economia e Comércio”, em 1963.
Trabalhou mais dois anos em Milão, no Crocevia
(Encruzilhada), projeto da AFI, destinado a acolher, num contexto de
intercâmbio internacional, estudantes e profissionais de diversos países do
mundo. Em outubro de 1966 chegou ao Brasil, vindo a Aracaju para integrar uma
equipe da AFI, a convite do arcebispo Dom José Vicente Távora. Trabalhou,
inicialmente, numa pesquisa socioeconômico-religiosa na Região da Cotinguiba, e
em seguida na equipe de Coordenação do Secretariado de Pastoral da Arquidiocese
de Aracaju.
Trabalhou como secretária executiva, de 1968 a 1988, na
Promoção do Homem do Campo de Sergipe (PRHOCASE), uma experiência de Reforma
Agrária, idealizada e realizada por Dom Luciano, através de cinco fazendas
comunitárias para centenas de famílias de camponeses sem terra. Durante esse
período cursou a Faculdade de Administração, nas Faculdades Integradas
Tiradentes, em Aracaju, recebendo o diploma em 1983.
Desde 1988, continua exercendo o cargo de superintendente da
Sociedade Sergipana de Cultura, entidade da Arquidiocese de Aracaju,
responsável por diversas obras sociais na capital e no interior, junto a
mulheres e crianças em situação de risco e vulnerabilidade social como a Escola
João XXIII, O Centro Educacional Bem me Quer e a Creche Dom Távora.
Desde o final dos anos 90 foi designada coordenadora da
Pastoral Social da Arquidiocese de Aracaju, além de realizar articulações e
mobilizações junto aos Movimentos Sociais e Populares, como plebiscitos e o
Grito dos Excluídos. A partir de 2001 participou da criação da Cáritas
Arquidiocesana de Aracaju, a pedido do arcebispo Dom José Palmeira Lessa, da
qual é a atual coordenadora acompanhando os trabalhos da Casa de Apoio O Bom
Samaritano para portares de HIV. Foi Membro Titular do Conselho Municipal de
Segurança Alimentar e Nutricional de Aracaju, em 2014 e 2015.
Enrica tem exercido um papel fundamental através da
Arquidiocese de Aracaju, junto às pastorais sociais, aos movimentos populares e
à sociedade civil, de conscientização, acolhimento e se somando nas mais
variadas lutas da classe trabalhadora, dos humildes e excluídos, pela garantida
dos direitos sociais, políticos e econômicos; sendo merecedora de várias
homenagens, entre elas, a Medalha Quintina Diniz, também na Assembleia
Legislativa de Sergipe.
Participaram da Sessão Especial, o presidente da Alese, deputado
Luciano Bispo, a autora da indicação Ana Lúcia (PT), os deputados Maria
Mendonça (PP) e Samuel Barreto (PTC); familiares e amigos da homenageada. O Coral da Alese – Corales, prestigiou com o
Hino Nacional.
O presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado
Luciano Bispo encerrou a Sessão Especial destacando que “os sergipanos é que
estão felizes em recebê-la como uma filha. Quero dizer que essa Casa faz
justiça. A senhora é a pessoa mais importante nesse momento e Sergipe está
muito orgulhoso pelo seu trabalho em favor dos mais pobres”.
Fonte: Alese.
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/noticias/cultura
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