Amando Fontes: “Um mestre nos Romances Sociais”.
Biografia
Amando Fontes nasceu em Santos (SP) no dia 15 de maio de
1899. É de família sergipana, e chegou a Sergipe com cinco meses de idade
quando seu pai falecera. Aos doze anos revelou sua tendência para as letras e
aos 18 ele já possuía um grande conhecimento literário. Ele cultivou da prosa e
da poesia, se destacando por conta de seus “Romances Sociais” que mostram os
problemas das classes desprivilegiadas, se destacando também como crítico
literário.
Trabalhou como revisor de imposto, advogado, professor de
Língua Portuguesa e Deputado Federal do Estado de Sergipe por três vezes.
Frequentou a Roda Literária do Rio de Janeiro que se dava em volta de Jackson
de Figueiredo, sendo influenciado por Garcia Rosa. E quando fora à Bahia
frequentou o grupo de Arthur de Sales e Carlos Chiachio.
Ao escrever sua primeira obra, Os Corumbas no ano de 1933, o
Romance foi bem aceito pela crítica, chegando a ganhar o “Prêmio Felipe de
Oliveira de Literatura”, além de ter recebido muitos elogios do escritor Mário
de Andrade.
Amando Fontes faleceu no dia 01 de dezembro de 1967.
Visão crítica
Amando Fontes se influenciou por importantes escritores como
Gustave Flaubert, Balzac, Fiodor Dostoievski, Machado de Assis, Lima Barreto e
outros importantes ícones literários. Foi um autor que teve contato com as
pessoas simples do povo e presenciou o êxodo de retirantes do sertão para a
cidade, bem como as condições precárias dessas pessoas que enfrentavam a seca e
a busca por uma vida melhor nos grandes centros urbanos; bem como as más
condições vitais que levaram essas pessoas a falecerem, a se submeter à
exploração das indústrias, e à prostituição por parte de algumas mulheres.
Assim, os seus personagens não passam de pessoas simples e sofridas das camadas
populares e marginalizados pela sociedade.
As suas obras fazem parte do Modernismo da década de 30 e
elas ajudam a entender de forma histórica a vida dos sergipanos no princípio do
século XX. E sua importância é notada também através de comentários sobre seus
personagens em importantes revistas brasileiras da sua época, chegando ser
comparada com a de grandes ícones do Modernismo brasileiro como Jorge Amado,
José Lins, Raquel de Queiroz e Graciliano Ramos, por ele ter cultivado do
regionalismo de forma similar como estes autores. Nelas são retratadas a cultura
das pessoas nascidas em Aracaju (Estado de Sergipe), bem como cenas de fábricas
e as “casas de luz vermelhas” (os cabarés). A linguagem das obras contém
simplicidade e isso é um fato comum nessa época para que a linguagem escrita se
assemelhe com a da fala.
“No “Os Corumbas”, o cotidiano dos personagens é inspirado
nas fábricas que realmente existiriam em Aracaju, como também nas greves
operárias, nas mortes dentro das fábricas e nos abusos dos industriais. Em “Rua
do Siriri”, a narrativa começa com a indignação das prostitutas, pois tinham
sido empurradas, pelo governo do Estado, para a famosa zona do Siriri – um
lugar que realmente existiu”. (In: Jornal da Grande Aracaju – Amando Fontes e a
sua contribuição para a cultura sergipana. Disponível em: http://www.grandearacaju.com.br/conteudo.ler.php?cat=17&id=5373).
Percebe-se que em sua obra Os Corumbas há uma luta do
movimento proletário que se envolvera com as ideias comunistas para a busca de
condições melhores de trabalho.
Em Rua do Siriri há relatos sobre as más condições de vida
das mulheres que eram obrigadas a se prostituírem.
A pretensão deste escritor era mostrar a vida de personagens
de forma verdadeira como a vida real mostra, colocando em pauta assuntos como a
mediocridade humana e suas ações negativas. É por isso que ele bebera da fonte
do Realismo e do Naturalismo para construir a sua literatura Moderna,
procurando denunciar a sociedade da época.
Através destes pequenos comentários, nota-se que a obra de
Amando Fontes, além de literária, contém uma visão sociológica com relação às
camadas populares, e se aproxima do pensamento de grandes homens como Sílvio
Romero, Manuel Bomfim, Euclides da Cunha, entre outros.
OBRAS:
* Os Corumbas (1933)
* Rua do Siriri (1937)
Referências:
Biblioteca Digital da UNICAMP – Imagens do Povo: Política e
literatura na obra de Amando Fontes. Por: Cleverton Barros de Lima. Disponível
em:
<http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000777805>. Acesso em: 09 de set. de 2013.
<http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000777805>. Acesso em: 09 de set. de 2013.
Jornal da Grande Aracaju – Amando Fontes e a sua
contribuição para a cultura sergipana. Disponível em:
<http://www.grandearacaju.com.br/conteudo.ler.php?cat=17&id=5373>. Acesso em: 09 de set. de 2013.
<http://www.grandearacaju.com.br/conteudo.ler.php?cat=17&id=5373>. Acesso em: 09 de set. de 2013.
Mandacaru Florido – Literatura Sergipana: Acervo sobre
Amando Fontes montar loja de roupas. Disponível em:
<http://joseanafonseca.blogspot.com.br/p/amando-fontes.html>. Acesso em: 09 de set. de 2013.
<http://joseanafonseca.blogspot.com.br/p/amando-fontes.html>. Acesso em: 09 de set. de 2013.
Foto e texto reproduzidos do blog: literaturasergipana.blogspot
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