Trata-se de um folguedo popular de origem africana, com
influência indígena da Guerra do Paraguai, que chegou ao Brasil no período
colonial. Em Sergipe, o primeiro grupo foi criado no povoado Aguada, município
de Carmópolis. Surgiu no início do século passado, para divertir negros e
brancos, à época das festas juninas, no cativeiro, conseguindo mobilizar a
todos para a brincadeira. As pessoas que trabalhavam em usinas de
cana-de-açúcar, juntavam-se a outras que cultivavam mandioca, durante as noites
de São João.
O grupo se reunia na residência de um dos componentes, e lá
festejava o Santo, com o tradicional tiro de “bacamarte”. A tradição permanece,
a cada dia, mais viva e deslumbrante; e, em homenagem a negros e brancos, os
Bacamarteiros continuam a dançar, continuam a cantar, distribuindo-se em
batalhões, sob o comando de “sargentos”.
E saem pelas ruas de cidades e povoados distribuindo alegria
e causando emoções. Tudo para homenagear o Santo de devoção. No grupo, homens e
mulheres se misturam num ritual uníssono e contagiante. Quando os Bacamarteiros
passam, não há quem fique parado, não há quem não queira seguí-los, ladeira
acima e ladeira abaixo, a repetir os refrões e pisando gostoso no chão de
asfalto, de terra, de pedra ou de mato. No grupo, as mulheres se vestem à moda
das caipiras, com roupas estampadas, chapéus de palha e sandálias de couro. As
camisas dos homens são do mesmo tecido dos vestidos das mulheres. A diferença
está nos chapéus: ao invés da palha, o couro. E, nas mãos: ao invés das palmas,
acompanhando o ritmo frenético, os bacamartes e os instrumentos musicais. São pandeiros,
ganzás, reco-recos, cuícas e caixas em profusão. Os bacamartes e a pólvora
usada, são feitos pelos próprios membros do grupo que, no povoado Aguada,
município de Carmópolis, tem o comando de “seu” Idelfonso Cruz Oliveira, há
muitos e muitos anos. Os Bacamarteiros de Carmópolis fazem a festa, onde quer
que estejam, a desfilar em cortejo causando arrepios de emoção. Além de
Carmópolis, a cidade de Capela também mantém viva a tradição dos bacamartes.
* Texto e foto reproduzido do site: epaproducoes.com.br
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