Foto: Sérgio Falcetti.
Foto: Portal Infonet.
Riachuelo é um município brasileiro do estado de Sergipe.
Localiza-se a uma latitude 10º43'42" sul e a uma
longitude 37º11'14" oeste, estando a uma altitude de 37 metros. Sua
população estimada em 2004 era de 8 740 habitantes. Possui uma área de 150,64
km².
História
Riachuelo possui cerca de 79 km².
Existem duas versões para o nome Riachuelo. A primeira é que
o povoado estava localizado entre três rios. São os rios Sergipe, Cotinguiba e
Jacarecica, formando assim um elo, portanto, Riachuelo. A outra versão e mais
aceita é em homenagem a batalha decisiva da guerra do Paraguai vencida pelo
Almirante Barroso chamado Batalha naval do Riachuelo.
O município era conhecida como PINTOS em função da
influência do engenho do português Mesquita Pìnto. A família dos Pintos chegara
na região por volta de 1590.
Foi um município rico e tinha grande importância no cenário
nordestino. Por estar localizado entre os rios Sergipe, Cotinguiba e
Jacarecica, os Pintos se tornou grande produtor de açúcar, algodão e gado.
Devido ao grande crescimento econômico, principalmente pelo
cultivo da cana, em 6 de maio de 1872, o povoado Pintos é transformado em
Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Riachuelo e dois anos depois seria
transformada em Vila de Riachuelo e deixando assim de pertencer ao município de
Laranjeiras. Nesta época seu poder econômico superou Maruim e Laranjeiras,
vivendo assim uma grande fase na indústria açucareira.
Com a implantação da República, a Vila passa a ser cidade e
vive seus momentos áureos até o início do século passado. Devido a facilidade
dos portos e a chegada das ferrovias em Aracaju, Riachuelo, Maruim e
Laranjeiras começam a entrar em declínio tornando-se assim um município
decadente, pobre e esquecido. Em função disso, no censo de 1950 a população de
Riachuelo tinha em torno de 8 mil habitantes, e depois de cinquenta anos a
população continuava a mesma.
O município já foi o maior produtor de açúcar cristal,
tecido e aguardente de Sergipe, e chegou a possuir três locomotivas para o
transporte da cana de açúcar, além de ter possuído ferrovias, era dotada de boa
malha viária e transporte através dos rios. Chegou a ter também uma grande
produção de farinha de mandioca. Segundo dados oficiais as usinas e pequenas
fábricas chegaram e empregar mais de mil trabalhadores.
Riachuelo também teve um comércio influente no estado, em
função da cana. Os armazéns de secos e molhados eram bastante sortidos e
considerado os melhores da região do Cotinguiba e que apesar da riqueza não
possuía uma estrutura arquitetônica muito boa e o calçamento das ruas eram irregulares.
Foi a terceiro município a ser eletrificada pela Companhia Hidroelétrica do São
Francisco e por isso possuía um excelente Cine-Teatro Municipal.
O município sempre teve o Hospital de Caridade de Riachuelo,
mantido por associação beneficente que também mantinha a maternidade Dr. Silvio
César Leite. O abrigo de Menores Antônio Leite que cuidava de menores, foi uma
instituição marcante no município.
Riachuelo também teve um passado de glória no futebol com o
Riachuelo Futebol Clube e foi campeão invicto e absoluto do estado de Sergipe
em 1941, título jamais alcançado por outra agremiação.
No dia 8 de dezembro é comemorado a festa da padroeira Nossa
Senhora da Conceição. Outras festas comemorativas são Bom Jesus dos Navegantes
por conta da influência dos rios para o município, e a de São Benedito por
influência da grande população negra que trabalhava na cana de açúcar.
Riachuelo teve grandes filhos ilustres e saíram de lá
governadores como José Rollemberg Leite e Paulo Barrete de Manezes, senadores,
deputados federais e estaduais, juristas, médicos como Adolfo Rabelo Leite e
poetas, como José Santo Souza mais conhecido como Santo Souza.
Patrimônio cultural
O Município de Riachuelo possui um monumento tombado em
nível federal, ou seja pelo IPHAN7 desde 23 de março de 1943. Trata-se da
capela de Nossa Senhora da Conceição do Antigo Engenho da Penha, localizado na
zona rural.
Não se sabe a data da construção do engenho e capela, mas se
presume que nos últimos anos do século XVIII. Alguns autores atribuem a data de
sua construção a 1795.8
Possui duas torres sineiras, frontão com volutas e óculo
central. A portas e janelas almofadadas possuem verga em arco abatido sob
ornatos com volutas. A escadaria de acesso à igreja foi construída com tijolos
e facão. O altar-mor é bastante trabalhado com colunas salomônicas, dossel,
lambrequins, torno e maquineta, e sacrário. Seu estilo é o da talha neoclássica
baiana (meados do século XIX).
Apesar do seu grande valor histórico e artístico o monumento
está a longos anos abandonado e em precário estado de conservação. E lembramos
que o atual proprietário das terras e conseqüentemente da capela tombada é o
Governo do Estado de Sergipe, que de acordo com a constituição estadual deveria
proteger e zelar pelo Patrimônio Cultural Sergipano (e neste caso também nacional).
Ao percorrermos a estrada que liga a Capela da Penha à sede
municipal, também passamos por uma ruína de uma outra capela rural, a chamada
"Santana", com características estilísticas do século XVIII ou início
do XIX.
O município também possui outros bens de valor histórico
como casas-grandes, engenhos e chaminés de antigas fazendas produtoras de
cana-de-açúcar.
Texto reproduzido do site: riachuelo.se.gov.br/
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