Capela do Engenho Nossa Senhora da Penha
Riachuelo, Sergipe, Brasil
Arquitetura religiosa
A mais remota referência sobre o Engenho Penha é uma
escritura de património que, em 1780, aponta como seu proprietário Ventura
Rabelo Leite de Sampaio. Este mandou edificar, em 1795, uma capela dedicada a
Nossa Senhora da Conceição. Falecendo o proprietário Ventura, as obras da
capela tiveram continuidade com seu herdeiro, sendo sagrada em 1800. Do
conjunto arquitetónico do antigo engenho, restou apenas a capela, que impressiona
pela grandiosidade, característica pouco comum às capelas rurais remanescentes
dos engenhos de açúcar no Nordeste do Brasil, mas identificada em outros
exemplares no estado de Sergipe. A volumetria externa denuncia a sua
distribuição espacial. A nave está ladeada por corredores laterais com dois
pavimentos, sendo suas cobertas mais baixas que a da nave. Por sua vez, a
capela‐mor tem em suas laterais duas sacristias, com cobertas independentes e
mais baixas. A fachada principal expressa bem esta distribuição espacial da
capela. Está enquadrada por duas torres correspondentes aos corredores laterais
e com terminação em bulbo, encimada por pináculo. Sobre o corpo central,
delimitado por cornija, desenvolve-se um frontão definido por volutas, com um
óculo lobado no tímpano. São três portas no térreo e cinco janelas ao nível do
coro. Internamente, está desprovida de todos os seus elementos decorativos, que
foram saqueados. Possuía azulejos nas paredes laterais da nave, coro, púlpito,
tribunas, altares laterais no arco-cruzeiro e altar‐mor, todos em talha com
pintura e douramento. Por seu valor histórico e arquitetónico, esta capela foi
classificada pelo IPHAN, em 1943, incluindo todo o seu acervo, hoje
inexistente.
Maria Berthilde Moura Filha.
Foto e texto reproduzidos do site: hpip.org
Que maravilhosa obra arquitetônica! Maria Bertilde, parabéns por seu importante trabalho, mostrando, com detalhes técnicos , um patrimônio rico que vem sendo depredado,
ResponderExcluirPena que hoje está abandonada caindo aos pedaços, o povo sergipano não valoriza seu patrimonio histórico, Sergipe é um estado sem memória.
ResponderExcluirNão é o povo sergipano que não valoriza seu patrimônio como comenta Luis Leite. Essa capela e outras tais como a do Engenho Jesus, Maria José, são propriedade privada e os seus proprietários deixaram que se arruinassem. Poderiam e deveriam ser processados por isso pois ambas eram tombadas pelo IPHAN desde a década de 1940. Quem sabe não venderam aos antiquarios seus acervos internos?
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