Aracaju, 16 de Junho de 2011.
Biblioteca Epifânio Dória completa 163 anos (Junho/2011).
A maior e mais antiga casa de leitura do Estado, Biblioteca
Pública Epifânio Dória (BPED), comemora nesta quinta-feira, 16 de junho/2011,
163 anos de existência. Fundada em 1848 – num grande momento de efervescência
cultural do Brasil Império –, a então Biblioteca Provincial de Sergipe foi
inaugurada somente no ano de 1851, numa sala do Convento São Francisco, em São
Cristóvão. Anos mais tarde, com a mudança da capital, a biblioteca foi
transferida para Aracaju, sendo chamada de Biblioteca Pública do Estado.
Somente em 30 de dezembro de 1970, com o Decreto 2020, a
instituição passou a se chamar Biblioteca Epifânio Dória. No mesmo ano, o
prédio da atual sede em que se encontra a biblioteca foi projetado e construído
pelo engenheiro Geraldo Magela. Mas quem foi o homem que dá nome à biblioteca
mais antiga de Sergipe?
Saiba quem foi Epifânio Dória
Seu nome é Epifânio da Fonseca Dória e Menezes, que nasceu
em 7 de abril de 1884, na fazenda Bairro Caído, na cidade de Poço Verde.
Documentarista, jornalista e pesquisador, Epifânio dirigiu a Biblioteca do
Estado de Sergipe de 1914 a 1943. Tornou-se ainda presidente do Instituto
Histórico e Geográfico de Sergipe, membro da Associação Sergipana de Imprensa,
da Academia Sergipana de Letras e de várias instituições literárias do Brasil e
do exterior.
Em 1935, o documentarista torna-se deputado estadual e em
1937, no governo Eronildes de Carvalho, ele é nomeado secretário de Estado da
Justiça, Agricultura e Fazenda. Em 8 de junho de 1976 ele morre – vítima de
câncer no aparelho digestivo. Atualmente, ele é considerado um dos mais competentes
e importantes conservadores das fontes históricas de Sergipe.
Segundo o historiador Luis Antônio Barreto, Epifânio foi
escritor das colunas de Efemérides Sergipanas, ajudando a construir biografias
com informações preciosas, selecionadas por uma pesquisa criteriosa – atividade
que ele mais tinha prazer em fazer e tinha maior conhecimento.
Memórias de uma das herdeiras
Para a neta de Epifânio, a jornalista Naná Garcez Dória, a
mais bela memória guardada ao lembrar-se de seu avô está ligada ao carinho que
ele tinha com os netos e aos momentos de contação de história. “Quando eu
nasci, ele tinha 80 anos. Meu avô era uma pessoa muito carinhosa e ao mesmo
tempo metódica, por isso mantinha todos os papéis organizados. Se um estudante
ou pesquisador fosse até a nossa casa, ele tinha, prontamente, a informação
para dar àquela pessoa”, contou Naná.
“Dois objetivos marcavam a vida dele, além da organização de
documentos. O primeiro era o combate ao analfabetismo e o segundo era tornar a
informação disponível para todas as pessoas. Tanto que ele foi por muito tempo
diretor da biblioteca. Valorizar a democratização do conhecimento: esta era sua
meta de vida”, acrescentou a neta do ilustre Epifânio Dória.
Gestão
Gerir um espaço de tamanha relevância cultural é um grande
desafio, como revela a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino. “A
Biblioteca Pública Epifânio Dória é um verdadeiro templo da literatura em
Sergipe. Desde 2007 o estabelecimento cultural vem recebendo melhorias, como o
setor de livros em braile e a aquisição de novos livros para renovação do
acervo, após 22 anos sem receber nenhum exemplar do poder público. Sabemos que
ainda há muito que fazer na BPED, mas é importante reforçar que os primeiros
passos já estão sendo dados”, diz a titular da pasta.
Entre 2010 e 2011, a Biblioteca recebeu mais de 1200
exemplares, dos mais variados gêneros literários. Além disso, recebeu novos
equipamentos de informática para catalogação dos exemplares. A Secult já deu
início ao processo de modernização da BPED, a partir de um convênio com o
Ministério da Cultura (MinC). O estabelecimento cultural também vem recebendo
número considerável de rodas de leitura e exposições.
Para a diretora da BPED, Sônia Carvalho, estar à frente da
instituição acarreta muita responsabilidade e compromisso com a sociedade.
“Esta é uma instituição secular muito importante para a sociedade sergipana.
Manter o compromisso de servir o público é muito gratificante para mim. Convido
as pessoas para que compareçam à biblioteca, conheçam nosso acervo e saiam
daqui com nosso maior tesouro que é a informação”, disse Sônia.
A Biblioteca Pública Epifânio Dória possui mais de 100 mil
livros e está aberta de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h, e aos sábados até
o meio-dia. A unidade está localizada na rua Vila Cristina, número 1051, bairro
São José, em Aracaju.
Imagens e texto reproduzidos do site: agencia.se.gov.br
Fotos: Marcelle Cristinne/Arquivo Secult/Divulgação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário