Infonet - Cultura - Noticias - 24/11/2011.
Museu Afro guarda parte da história negra de Sergipe
No museu, aspectos da religião e cotidiano são expostos.
Um prédio do século XIX que guarda antiguidades da cultura
negra em Sergipe. Esse é o Museu Afro-Brasileiro, localizado na cidade de
Laranjeiras, berço da negritude sergipana num prédio, que servia como comércio
e residência da família Brandão.
Com peças que datam até do século XVII, distribuídas em
salas que remontam da economia açucareira aos objetos de tortura, passando pela
forte religiosidade dos afrodescendentes, o Museu Afro conta de forma particular
parte da luta dos negros que viveram em Sergipe no período da escravidão.
O Museu Afro mostra de forma significante um capítulo
importante da comunidade negra no Brasil. “No museu Afro é possível sentir
através das suas peças a alma da cultura negra em Sergipe. Lá, nós podemos ter
noção de como os afrodescendentes sofreram por um longo período da nossa
história e de como eles lutaram pela liberdade”, destaca a secretária de estado
da cultura, Eloísa Galdino.
Em cada sala, parte da história.
Ao adentrar o Museu Afro-brasileiro de Sergipe, o visitante
recebe algumas orientações e começa uma visitação rica em história e busca pela
consciência negra. A primeira passagem é pela sala de economia açucareira, um
local onde é possível observar itens que serviram para movimentar a economia na
época. Lá, é possível ver de perto moendas de cana, café e mandioca, pilões,
carros de boi, entre outros utensílios.
Logo depois os visitantes são encaminhados à sala dos
aparelhos de tortura, um local onde é possível sentir de perto o quanto os
afrodescendentes sofreram no período de escravidão. Objetos como mordaças,
palmatórias, chibatas, bolas de ferro e troncos remontam a história que é
lembrada pelos estagiários que fazem as visitas guiadas.
Segundo a diretora do museu, Maria Helena, as peças
encontradas na unidade vieram de várias partes de Sergipe, mas a maioria é
proveniente dos antigos engenhos localizados em Laranjeiras. “Temos peças do
Engenho do Povoado Varzinhas e da comunidade da Muçuca, ambos em Laranjeiras. Há
também utensílios que remontam a religiosidade que vieram de dois conhecidos
terreiros da cidade: o ‘Filhos de Obá’ e o ‘Oxosi Tauamim’. Vale lembrar que as
peças de mobiliário vieram também de engenhos da cidade de Malhador”, explica.
A religiosidade é aflorada nas outras salas. O sincretismo
religioso toma espaço e manequins vestindo belas indumentárias que já foram
utilizadas em terreiros e retratam orixás como Exú, Yemanjá, Oxalá, Nanã,
Iansã, Oxum, Oxumaré, Obaluyaê, Xangô, Ogum, Oxossi. Percorrendo um pouco mais
as dependências do museu, os visitantes chegam a uma sala repleta de utensílios
de cozinha, onde é possível ver objetos, móveis e até uma indumentária
utilizados no século XIX também nos engenhos sergipanos. O Museu
Afro-Brasileiro de Sergipe funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 17h.
Fonte: Asscom/Secult
Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura
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