História do Seu Bairro - Bairro São José.
Publicação do cinform.com.br *
São José, tradição e referência em Aracaju
Bairro até hoje carrega identidade nobre e reúne moradores
de classe média alta
Um dos mais tradicionais de Aracaju, o Bairro São José foi
criado a partir da fusão de duas antigas localidades: Fundição e Bariri. A
Fundição era situada ao Sul do Centro da cidade, margeando o Rio Sergipe, onde
ficava o depósito de inflamáveis e a sede dos primeiros clubes de regatas da
cidade - o Cotinguiba Esporte Clube, o Clube Sportivo Sergipe, ambos de 1909, e
o Iate Clube de Aracaju, de 1953.
Já o Bariri, era uma área pantanosa situada nas proximidades
do Carro Quebrado, atual Salgado Filho, onde haviam riachos que foram aterrados
e canalizados. Esse espaço, hoje, compreende o entorno da paróquia São José e
do Hospital São Lucas. Com a expansão da cidade de Aracaju, após a década de
40, o São José passou a ser um local de referência de pessoas da alta
sociedade, que queriam morar um pouco mais afastadas do Centro, que começava a
se tornar cada vez mais comercial.
Assim, diversos casarões e mansões foram erguidos na
localidade - atualmente, porém, poucos sobraram para testemunhar essa história,
visto que Aracaju, talvez por ser uma cidade jovem de pouco mais de 150 anos,
não tem ainda a cultura de preservar o patrimônio arquitetônico. Para que essas
casas fossem construídas, muitos aterramentos foram necessários, pois a área
era alagada e tinha manguezal.
URBANIZAÇÃO
Os aterramentos intensificam-se a partir da década de 50,
com o surgimento de praças e o calçamento de ruas, tornando possível a
inauguração do Estádio Estadual de Aracaju. Em 1969, ele foi reformado e
ampliado, passando a se chamar Estádio Estadual Lourival Baptista ou,
simplesmente, Batistão. Esse foi um passo importante para a transformação da
região.
A partir da década de 70, a cidade sofre um novo processo de
expansão, mais ao Sul, e o São José começa a sofrer mudanças socioespaciais.
Médicos, advogados, arquitetos e outros estratos sociais que residiam no bairro
passam a morar em outras localidades, como os bairros 13 de Julho, Atalaia,
Grageru e Inácio Barbosa.
As antigas e tradicionais residências, então, dão lugar a
escritórios de advocacia, engenharia e arquitetura, mas, principalmente, a
clínicas e hospitais, sendo esse o principal setor de serviços do São José, que
recebe, todos os dias, milhares de pessoas da Capital e do Interior em busca de
consultas, tratamentos e cirurgias nas centenas de casas de saúde existentes no
bairro.
REFERÊNCIA
Outra tendência do São José é no setor educacional. Algumas
das escolas mais tradicionais da cidade estão lá, a exemplo do Colégio
Patrocínio de São José, Colégio Arquidiocesano Sagrado Coração de Jesus,
Colégio Atheneu Sergipense e Colégio Dom Luciano Cabral Duarte.
Os núcleos residenciais que ainda persistem encontram-se,
cada vez mais, pressionados por essa tendência comercial. Em grande parte, os
moradores dessas casas e edifícios são pessoas idosas que resistem a sair da
localidade, agitada pelo dia, mas muito tranquila durante o período noturno.
Essa tranquilidade, aliás, foi o que fez com que a
engenheira química Floraci Guimarães morasse no bairro por mais de 30 anos.
"Quando cheguei, era tudo mangue. Havia pouquíssimas casas, e as que
existiam eram de taipa ou palha. Era bem diferente de hoje", comenta
Floraci. Aliás, para ela, as diferenças não são só positivas.
INSEGURANÇA
"Hoje, não pode ficar sentado à porta de casa, porque é
roubado", lamenta. A funcionária pública Lindalva Mendonça afirma que,
principalmente na Praça Tobias Barreto, a violência é grande. "O espaço
está abandonado e só atrai mendigos e marginais. Não vejo policiamento e falta
iluminação", argumenta Lindalva.
Para Gilda Alves de Mendonça, cabeleireira, de fato, a praça
é bem perigosa. "Desde que moro aqui, há oito anos, ela está assim",
diz. Mesmo assim, Gilda afirma que o bairro é ótimo para morar com a família.
"É tranquilo e bem-localizado, porque é perto de tudo. Levo e busco a
minha filha na escola à pé", revela Gilda, acrescentando que não tem
pretensão de mudar o endereço.
CINFORM - Dados: IBGE 2010.
Texto e fotos reproduzidos do site:
cinform.com.br/historiadosbairros/saojose *
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