Publicado no site Mais Glória, em 2 de novembro de 2012.
Povoado Angico
Mais de um século e meio de glória.
Por Euvaldo Lima dos Reis.
A 17 km da sede do município, localizado a oeste de Nossa
Senhora da Glória (SE), limitando- se ao norte com a comunidade Serrinha, ao
sul com o Rio Sergipe, a oeste ainda com o Rio Sergipe e com o município de
Carira e a leste com os povoados: Riachão e Baixa Limpa; Angico é também um dos
povoados mais antigos do município e relatos de moradores nos dão conta de que
seus primeiros habitantes lá chegaram nos meados do século XIX.
A pequena sesmaria que abrangia as terras onde hoje se
localizam os povoados: Fazenda Boa Vista, Gravatá, Guia, Barriguda e Riachão;
pertencia ao casal Antônio Francisco de Lima (Antônio Cabeça Preta) e Maria
Filirmina de Jesus.
Ele, já idoso, foi assassinado em 1930, por causa de uma
pendenga travada pela posse de suas terras em Hereu que eram simplesmente
invadidas por pessoas que ali foram chegando. Dona Filirmina faleceu no
povoado, em 1942, com 98 anos.
Sua denominação se deu pelos constantes encontros de
moradores e vizinhos que aos poucos formavam grupos para prosear e findavam
efetuando alguns negócios sob as frondosas e típicas árvores da região
conhecidas por Angico.
De 1933 e 1939, a região fez parte da rota do cangaço de
Lampião. Por isto, as casas foram abandonadas e seus habitantes migraram para
outras plagas.
Extinto o cangaço, com a morte de Virgulino Ferreira, as
pessoas retornaram, reativando a feira do Patrimônio (como era chamado, na
época, o local dessas reuniões).
A primeira casa pertenceu à Dona Zezé Teles. Mais tarde, em
1945, foi construído pelo então prefeito, Ulisses Alves de Oliveira, no centro
do aglomerado de casas, uma estrutura coberta com telhas e sem paredes, com
bancadas de madeira, que serviria como mercado.
Ainda na década de 40, com o crescimento populacional,
frequentemente se fazia necessário transportar, de forma pouco digna, os
falecidos para o sepultamento na sede do município.
Foi quando o senhor Joventino Tavares Pereira, doou uma área
para construção do cemitério, e da capela que recebeu a imagem de Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro, tornando-se a Padroeira da aglomeração que definitivamente
passou a ser conhecida por Angico.
Ao longo do tempo, vários de seus filhos contribuíram com o
desenvolvimento, não só de Nossa Senhora da Glória, mas também de outros
municípios e estados brasileiros, tais como: o Comerciante, proprietário da
primeira bodega; Domingos José de Andrade, fundador do povoado; e Gerino
Tavares, falecido em abril deste ano, com 106 anos. Este último trouxe para o
município a primeira e única fábrica de beneficiamento de algodão, a primeira
sala de cinema do Alto Sertão sergipano e, pelos relevantes serviços prestados
à comunidade, muitos o consideravam uma espécie de intendente municipal.
Também Francisco Xavier de Andrade, filho do fundador do
povoado e esposo de D. Zenita, por sua visão muito precoce, tudo fez pela
educação dos seus doze filhos, conseguindo a proeza de vê-los, quase todos,
portadores de títulos de nível superior.
Maria Helena de Andrade, funcionária da Reitoria da
Universidade Federal do Estado de Alagoas; Juanita Andrade, pedagoga com
relevantes serviços no povoado; Eunice Andrade, Neuzice Andrade e Eurides
Andrade, todas administradoras lotadas na ENDAGRO; Elizabete Andrade, pediatra;
Izabel Andrade, odontóloga; Marilene Andrade, administradora, lotada na UFS;
Leonardo Andrade, pedagogo aposentado; Antônio Xavier, José Augusto e
Valtuilso, desde cedo dedicados ao comércio.
Augusto César de Andrade, engenheiro químico, proprietário
de uma usina de reciclagem de plástico no Complexo Industrial de Nossa Senhora
do Socorro, na Grande Aracaju.
Clebelrei Pereira de Andrade in memoriam, filho de José
Carlos e Terezinha Mendonça, ainda jovem, criou a banda “Os Amantes da
Vaquejada”, falecendo em consequência de um acidente.
Sônia Maria de Lima, filha de Maria José de Bebé, encantada
pela vida religiosa, desenvolveu trabalhos sociais em vários Estados do país;
fez seus votos perpétuos na capela da Padroeira do povoado e hoje desenvolve
projetos sociais fora do País.
Maria do Carmo Souza, professora, iniciou sua vida
profissional na Escola 13 de Maio daquela comunidade, onde ajudou na formação
de muitos daqueles jovens; formou-se em Letras pela UFS, e especializou-se em
Letras e Literatura. Atualmente é professora do Colégio Estadual Manoel Messias
Feitosa, em Nossa Senhora da Gloria, e cursa mestrado na área de Português e
Literatura.
José Augusto Andrade, pedagogo, professor das redes
municipal e estadual de ensino, desde cedo esteve à frente de todas as
manifestações socioculturais e religiosas do Angico, além de administrar o
Centro Comunitário.
Por ser um dos povoados mais antigos e pelo seu manifesto
desejo de crescer, todos os prefeitos lá deixaram marcas de suas
administrações. Entre eles destacam-se: Ulisses Alves de Oliveira, Filemon
Bezerra Lemos, Antônio Alves Feitosa, José Elon Oliveira e Sérgio Oliveira da
Silva.
Não se pode esquecer o ex-vereador por aquele povoado, José
Augusto Dantas, e o casal líder daquela comunidade, Anselmo Correia Dantas e
esposa Marisa Adriana, esta que nas últimas eleições municipais conquistou a
preferência dos eleitores.
Eventos:
Missa do Vaqueiro, criada e mantida pelo casal Anselmo
Correia e Marisa Adriana.
Festa da Padroeira.
Festejos juninos.
Outros eventos em datas comemorativas, com apoio das
administrações públicas e comunidades circunvizinhas.
Foto e texto reproduzidos do site: maisgloria.com.br
nosso angico
ResponderExcluirComo era bom o angico mas agora não presta mais antes tinha cavalgada e festas e agora não tem mais
ResponderExcluirGostei muito de tudo que li a respeito do povoado mágico.sou dai da região mas, não conheço pessoalmente. Fiquei encantado com a rica história e trajetória desse lugar. Parabéns!
ResponderExcluirDesculpem. Mágico.kkk
ResponderExcluirAngico
ResponderExcluirCorrigindo: angico
ResponderExcluirSr Gerino é meu avô! Muito feliz conhecer um pouco de sua história.
ResponderExcluirBOM dia minha parentela da parte da mainha são região, estive ai na década de 90 lugar simples mais muito aconchegante o povo é muito atencioso são diferentes daqui do sul brasil.
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