domingo, 9 de junho de 2013

Povoado Angico, Município de N.S. da Glória


Publicado no site Mais Glória, em 2 de novembro de 2012.

Povoado Angico

Mais de um século e meio de glória.
Por Euvaldo Lima dos Reis.

A 17 km da sede do município, localizado a oeste de Nossa Senhora da Glória (SE), limitando- se ao norte com a comunidade Serrinha, ao sul com o Rio Sergipe, a oeste ainda com o Rio Sergipe e com o município de Carira e a leste com os povoados: Riachão e Baixa Limpa; Angico é também um dos povoados mais antigos do município e relatos de moradores nos dão conta de que seus primeiros habitantes lá chegaram nos meados do século XIX.

A pequena sesmaria que abrangia as terras onde hoje se localizam os povoados: Fazenda Boa Vista, Gravatá, Guia, Barriguda e Riachão; pertencia ao casal Antônio Francisco de Lima (Antônio Cabeça Preta) e Maria Filirmina de Jesus.

Ele, já idoso, foi assassinado em 1930, por causa de uma pendenga travada pela posse de suas terras em Hereu que eram simplesmente invadidas por pessoas que ali foram chegando. Dona Filirmina faleceu no povoado, em 1942, com 98 anos.

Sua denominação se deu pelos constantes encontros de moradores e vizinhos que aos poucos formavam grupos para prosear e findavam efetuando alguns negócios sob as frondosas e típicas árvores da região conhecidas por Angico.

De 1933 e 1939, a região fez parte da rota do cangaço de Lampião. Por isto, as casas foram abandonadas e seus habitantes migraram para outras plagas.

Extinto o cangaço, com a morte de Virgulino Ferreira, as pessoas retornaram, reativando a feira do Patrimônio (como era chamado, na época, o local dessas reuniões).

A primeira casa pertenceu à Dona Zezé Teles. Mais tarde, em 1945, foi construído pelo então prefeito, Ulisses Alves de Oliveira, no centro do aglomerado de casas, uma estrutura coberta com telhas e sem paredes, com bancadas de madeira, que serviria como mercado.

Ainda na década de 40, com o crescimento populacional, frequentemente se fazia necessário transportar, de forma pouco digna, os falecidos para o sepultamento na sede do município.

Foi quando o senhor Joventino Tavares Pereira, doou uma área para construção do cemitério, e da capela que recebeu a imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, tornando-se a Padroeira da aglomeração que definitivamente passou a ser conhecida por Angico.

Ao longo do tempo, vários de seus filhos contribuíram com o desenvolvimento, não só de Nossa Senhora da Glória, mas também de outros municípios e estados brasileiros, tais como: o Comerciante, proprietário da primeira bodega; Domingos José de Andrade, fundador do povoado; e Gerino Tavares, falecido em abril deste ano, com 106 anos. Este último trouxe para o município a primeira e única fábrica de beneficiamento de algodão, a primeira sala de cinema do Alto Sertão sergipano e, pelos relevantes serviços prestados à comunidade, muitos o consideravam uma espécie de intendente municipal.

Também Francisco Xavier de Andrade, filho do fundador do povoado e esposo de D. Zenita, por sua visão muito precoce, tudo fez pela educação dos seus doze filhos, conseguindo a proeza de vê-los, quase todos, portadores de títulos de nível superior.
Maria Helena de Andrade, funcionária da Reitoria da Universidade Federal do Estado de Alagoas; Juanita Andrade, pedagoga com relevantes serviços no povoado; Eunice Andrade, Neuzice Andrade e Eurides Andrade, todas administradoras lotadas na ENDAGRO; Elizabete Andrade, pediatra; Izabel Andrade, odontóloga; Marilene Andrade, administradora, lotada na UFS; Leonardo Andrade, pedagogo aposentado; Antônio Xavier, José Augusto e Valtuilso, desde cedo dedicados ao comércio.
Augusto César de Andrade, engenheiro químico, proprietário de uma usina de reciclagem de plástico no Complexo Industrial de Nossa Senhora do Socorro, na Grande Aracaju.

Clebelrei Pereira de Andrade in memoriam, filho de José Carlos e Terezinha Mendonça, ainda jovem, criou a banda “Os Amantes da Vaquejada”, falecendo em consequência de um acidente.

Sônia Maria de Lima, filha de Maria José de Bebé, encantada pela vida religiosa, desenvolveu trabalhos sociais em vários Estados do país; fez seus votos perpétuos na capela da Padroeira do povoado e hoje desenvolve projetos sociais fora do País.
Maria do Carmo Souza, professora, iniciou sua vida profissional na Escola 13 de Maio daquela comunidade, onde ajudou na formação de muitos daqueles jovens; formou-se em Letras pela UFS, e especializou-se em Letras e Literatura. Atualmente é professora do Colégio Estadual Manoel Messias Feitosa, em Nossa Senhora da Gloria, e cursa mestrado na área de Português e Literatura.

José Augusto Andrade, pedagogo, professor das redes municipal e estadual de ensino, desde cedo esteve à frente de todas as manifestações socioculturais e religiosas do Angico, além de administrar o Centro Comunitário.

Por ser um dos povoados mais antigos e pelo seu manifesto desejo de crescer, todos os prefeitos lá deixaram marcas de suas administrações. Entre eles destacam-se: Ulisses Alves de Oliveira, Filemon Bezerra Lemos, Antônio Alves Feitosa, José Elon Oliveira e Sérgio Oliveira da Silva.

Não se pode esquecer o ex-vereador por aquele povoado, José Augusto Dantas, e o casal líder daquela comunidade, Anselmo Correia Dantas e esposa Marisa Adriana, esta que nas últimas eleições municipais conquistou a preferência dos eleitores.
Eventos:

Missa do Vaqueiro, criada e mantida pelo casal Anselmo Correia e Marisa Adriana.
Festa da Padroeira.
Festejos juninos.
Outros eventos em datas comemorativas, com apoio das administrações públicas e comunidades circunvizinhas.

Foto e texto reproduzidos do site: maisgloria.com.br

8 comentários:

  1. Como era bom o angico mas agora não presta mais antes tinha cavalgada e festas e agora não tem mais

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  2. Gostei muito de tudo que li a respeito do povoado mágico.sou dai da região mas, não conheço pessoalmente. Fiquei encantado com a rica história e trajetória desse lugar. Parabéns!

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  3. Sr Gerino é meu avô! Muito feliz conhecer um pouco de sua história.

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  4. BOM dia minha parentela da parte da mainha são região, estive ai na década de 90 lugar simples mais muito aconchegante o povo é muito atencioso são diferentes daqui do sul brasil.

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