Fotos: Marina Fontenele/G1
Publicado originalmente no site G1 SE., em 16/01/2015.
Expedição repete trajeto feito por Dom Pedro II e analisa
Rio Pomonga
Ambientalistas observam água, margens e atividades
econômicas.
Relatório da excursão vai ser apresentado a órgãos de
fiscalização.
Marina Fontenele
Do G1 SE.
Ambientalistas participaram de uma expedição nesta
sexta-feira (16) e refizeram o percurso que Dom Pedro II fez exatamente há 155
anos. Com o objetivo de analisar a situação do Rio Pomonga, afluente do Rio
Sergipe, o grupo de cerca de 50 pessoas vai gerar um relatório que servirá como
ponto de partida para a criação de um fórum ambiental.
“Esta excursão técnica vai observa a ocupação das margens do
rio, a qualidade da água, a presença de lixo, a existência de pesca predatória
com redes, além do uso de viveiros e condições do mangue. Também queremos saber
se os pescadores estão conseguindo sobreviver com o que o rio oferta”, explicou
Luiz Carlos Souza, coordenador adjunto do Fórum Nacional do Comitê de Bacias
Hidrográficas.
A embarcação tipo tó-tó-tó partiu do atracadouro do
município da Barra dos Coqueiros e seguiu por 18 Km até o Porto Grande, no
povoado Jatobá, na mesma cidade. Pesquisadores e ativistas de Organizações
Não-Governamentais (ONGs) querem fazer um trabalho de preservação das oito
bacias hidrográficas do estado. “Já é notável a mudança nos manguezais,
considerados berçários do mar, onde há muitas espécies. Por causa da
carcinocultura já não encontramos camarões nativos nos manguezais porque as
próprias substâncias utilizadas para criação em cativeiro acaba contaminando a
água”, afirma.
Segundo Mares, o assoreamento gerado com a retirada de areia
às margens dos rios e a derrubada da vegetação mexe com a população porque
diminui a profundidade da água. “O governo do Estado precisa fiscalizar, mas o
que parece com essa omissão é que mais importa a produção do que a
preservação”, afirma.
Segundo Lizaldo Vieira, membro do Movimento Popular
Ecológico de Sergipe (Mopea), Dom Pedro II esteve no estado para conhecer o
canal utilizado na época para o escoamento da produção de açúcar, farinha,
couro, sal, coco e até para o transporte de escravos.
“O canal é formado pelos rios São Francisco, Japaratuba,
Vaza Barriz, Sergipe, Piauí e Real era de extrema importância para a economia,
mas atualmente é pouco usado. O passeio do roteiro histórico pode ser usado
para o turismo ecológico e para despertar na população o desejo de cuidar do
meio ambiente", destaca Vieira. O relatório de expedição vai ser
apresentado aos órgãos estaduais de proteção aos recursos naturais.
Texto e imagens reproduzidos do site:
g1.globo.com/se/sergipe
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