Véio (Cícero Alves dos Santos).
Por Manoel Marcos (Blog Vitalino.net).
Cícero Alves dos Santos nasceu em Nossa Senhora da Glória,
no estado de Sergipe, tornando-se conhecido pelo apelido Véio. De família de
lavradores, desde menino esculpe em cera de abelha, para logo em seguida
encontrar a madeira, até hoje a sua matéria fundamental de expressão. Prefere o
cedro e a imburana para trabalhar suas peças, que geralmente representam tipos
regionais.
Em 1988, indignado com a pouca valorização da arte popular,
no dia de São João, em junho, armou uma “fogueira artística” onde queimou suas
esculturas, visando com isso chamar a atenção das autoridades públicas. As
obras expostas na Casa do Pontal mostram sua vinculação com temas do cotidiano
e com personagens característicos da vida nordestina, como Maria Bonita e
Lampião.
Com um sentido de volume muito peculiar, Veio não só
equilibra quatro elementos com harmonia em uma única escultura de pequena
dimensão — uma figura de mulher, duas crianças, um feixe de lenha — como, mais
recentemente, partiu para a instalação do seu trabalho em espaços abertos,
públicos, em pleno sertão sergipano.
Na rodovia Engenheiro Jorge Neto, que passa em frente ao seu
sítio, figuras em tamanho natural ou agigantado de lavradores com suas pás,
mulheres grávidas carregando pesos, crianças e animais, Lampião, Maria Bonita,
Padre Cícero, além de procissões de enterro, pares dançando forró, criam uma
atmosfera a um tempo onírica e crítica do penoso dia-a-dia do homem do campo em
sua pobreza, mas alimentado pela aura de sua cultura.
Foto e texto reproduzido do site: luizberto.com
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