Jornal Cinform
História do Seu Bairro - Bairro Siqueira Campos.
Da cerâmica ao desenvolvimento.
Quando os escravos libertos começaram a habitar algumas
regiões periféricas de Aracaju, lá depois de 1888, um dos locais mais cobiçados
foi o Bairro Aribé, hoje Siqueira Campos. Eles, além das pessoas que vinham do
Interior do Estado fugindo da seca e dos conflitos provocados por Lampião, no
século passado, certamente não imaginavam que aquele pedaço da Zona Oeste da
Capital se tornaria sinônimo de desenvolvimento.
A proximidade com o Centro e a grande quantidade de
estabelecimentos comerciais - são clínicas, escolas, supermercados, postos de
saúde, farmácias - comprovam a evolução enfrentada ao longo dos anos. Uma das
modificações mais marcantes foi a construção da Praça Dom José Thomaz, onde
está situada a Igreja Nossa Senhora de Lourdes. No entanto, o ícone do bairro
hoje está em ruínas.
"O bairro está abandonado", lamenta a estudante
Ana Paula Matos. Para José Paulo de Almeida, morador e comerciante do Siqueira,
o maior problema atualmente é a violência. "Está violento demais. Não
temos segurança alguma. Também faltam emprego e postos de saúde decentes",
argumenta José Paulo. De acordo com ele, que já mora há 34 anos ali, a região
já foi muito tranquila. A aposentada Rochelane de Souza concorda. "Morei
aqui durante muitos anos e não era assim. Mudei de bairro, mas quero voltar",
revela. Isso porque, para ela, em todo lugar - por melhor que seja -, há
deficiências. "Aqui, a gente tem tudo. A vizinhança é boa, mas falta
segurança", ressalta a aposentada.
Para a professora Meryane Almeida Lima, de fato, morar no
Siqueira Campos tem muitas vantagens. "É um bairro desenvolvido. O fato de
ter hospitais, clínicas, supermercados, agências bancárias, por exemplo, só
facilita a vida dos moradores", analisa Meryane. Vale ressaltar que,
depois do Centro da cidade, o Siqueira é considerado o Bairro com a maior praça
comercial de Aracaju, tendo uma diversificada rede varejista e de serviços.
Além disso, a maioria sente orgulho em morar em ruas que
homenageiam os Estados brasileiros - Bahia, Alagoas, Pernambuco, Acre, Distrito
Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Maranhão, Amazonas, Mato Grosso,
Espírito Santo e, claro, Sergipe. "É um bairro único", garante
Rochelane.
SOBRE SIQUEIRA CAMPOS
No início, o bairro era conhecido como Aribé, porque na
região havia uma grande produção de vasos de cerâmica, os aribés. O nome foi
modificado depois da Revolução de 1930, quando passou a se chamar Siqueira
Campos, em homenagem a Antônio de Siqueira Campos, um dos líderes do 18 do
Forte, por imposição do interventor de Sergipe, general Augusto Maynard Gomes.
Antônio de Siqueira Campos foi um militar e político
brasileiro que participou da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em julho de
1922. A maioria dos revoltosos morreu, exceto os tenentes Siqueira Campos e
Eduardo Gomes e alguns praças. O tenente Siqueira Campos morreu em um acidente
aéreo, quando retornava do Uruguai ao Brasil, em maio de 1930, antes da
Revolução de 1930, quando a aeronave em que estava caiu no Rio da Prata.
Foto e texto reproduzidos do site:
cinform.com.br/historiadosbairros/siqueiracampos
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