Foto: Divulgação.
Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em
25/07/2016.
Academias de Letras ganham o interior e se aproximam da
comunidade
Oficialmente criada em março de 2015, a entidade integra o
grupo de 15 academias existentes do Estado de Sergipe.
Por: Gilmara Costa.
Sergipe recebe hoje, a instalação da Academia Canindeense de
Letras e Artes – Aclas, que tem como lema principal “Flumen Artium In Litteras
Transfiguratum” (Um Rio de Artes transformados em Letras), como patrono o
saudoso Salomão Porfírio de Britto e como presidente, Evanilson Oliveira de
Santana, mais conhecido por Tinho Santana. Oficialmente criada em março de
2015, a entidade integra o grupo de 15 academias existentes do Estado de
Sergipe, que nasceram da inquietude de imortais e jovens escritores ávidos pela
formação de leitores e despertar de novos autores.
“Estamos bastante felizes com mais essa instalação, comando
15 academias do interior e capital. Neste sábado, teremos em Canindé três
eventos, quais sejam, o lançamento de seleta de uma antologia mirim, com a
participação de estudantes da cidade, que tiveram os trabalhos organizados num
livro; o encontro de escritores com o lançamento de uma seleta que já é a
terceira, nos moldes do encontro que promovemos pela Academia Sergipana de
Letras, pois Tinho conheceu, gostou e disse que replicaria no município, então
plantamos semente; e a noite de instalação da academia. Com isso, fica faltando
apenas a cidade de Capela realizar a instalação”, disse o escritor e membro da
Academia Sergipana de Letras, Domingos Pascoal de Melo.
Ainda que em número aquém do quantitativo de 75 municípios
que fazem parte do estado, Domingos Pascoal ressalta a semeadura da criação de
entidades que, antes vistas como inalcançáveis e restritas, se ramificam pelo
interior na conquista de espaço e proximidade com os aqueles de boa colheita.
“O ideal seria que cada município tivesse a sua academia ou que um, dois ou
três cidades participassem de uma, pois a Academia de Letras tem a importância
de levar à comunidade a ideia da escrita, estimular a leitura, despertar novos
escritores. É isso que temos feito, indo às escolas, promovendo encontros de
escritores. As academias, como a de Nossa Senhora das Dores, têm ido às
escolas, bem como os alunos têm ido à academia. E isso não tem preço”,
destacou.
Segundo o escritor, o movimento de interiorização das
Academias de Letras teve início em 2010, num processo de ampliação que cada vez
mais tem alcançado resultados positivos. “Eu entrei em 2009, e no ano seguinte,
começamos a estimular essa ideia. O Gustavo Aragão, hoje presidente da Academia
de Letras de Aracaju foi um deles. Em 2012, nasceu a de Glória, e aí começou
Lagarto, Itabaiana, Neópolis, a Academia de Letras do Amplo Sertão Sergipano,
entre outras. Nós estamos fazendo o caminho ao contrário, assim como diversos
outros segmentos estão fazendo, interiorizando as suas atividades, assim fez e
faz a Igreja, o comércio, a violência, o tráfico de drogas, escolas, academias,
então por que não as academias? E a partir disso começamos a estimular, e hoje
já podemos perceber os benefícios dessas instalações, da proximidade com os
estudantes, com o público em eventos como a Bienal do Livro em Itabaiana e a
Flise, realizada ano passado. E isso é a finalidade da academia, ou seja,
aproximar a comunidade”, frisou.
Atividades.
Para o alcance da comunidade, as academias têm desenvolvido
diversas atividades, que vão desde encontros entre escritores a reuniões com
crianças, jovens e adultos, em que a ideia da escrita é colocada na ordem do
dia. “Em Nossa Senhora das Dores, em uma quinta-feira por mês, um escritor vai
na escola conversar com alunos. Além disso, temos os Encontros de Escritores,
que lá normalmente acontecem durante uma semana, o nosso encontro aqui é um dia
apenas, ou seja, no interior fazem ainda melhor. Em Monte Alegre, eles reúnem
para fazer um livro, alunos de vários colégios escrevem e aí fazem um livro e
fazem o encontro, possibilitando que um garoto que nunca escreveu tenha algo
seu publicado num livro. Isso eleva a autoestima, é muito gratificante”, frisou
o escritor Domingos Pascoal.
Ainda entram para a lista, eventos que já ganharam a
aprovação de um público significativo, a exemplo da Bienal do Livro em
Itabaiana e a Feira da Leitura e do Livro de Sergipe (Flise), cuja primeira
edição aconteceu em 2015 e reuniu milhares de pessoas no Parque da Sementeira.
“Na Bienal do Livro do ano passado, 40 mil pessoas participaram do evento. A
Flise também foi um sucesso e os organizadores já estão buscando viabilizar a
segunda edição no próximo ano. Isso é o importante. Isso estimula a escrita, a
leitura. O que faz a pessoa escrever é a leitura, se você não ler, não vai
escrever. E iniciativas como essas possibilitam o contato do leitor com o
escritor, a reunião de títulos, escritores, é tudo muito interessante”,
afirmou.
E mais: a solidariedade também é um capítulo na história da
academia. “No Encontro de Escritores, que realizaremos a quinta edição em 19 de
novembro deste ano, entregamos um livro Seleta do Encontro, patrocinado por uma
empresa, escrito por pessoas que participaram do encontro. São impressos mil
livros que são doados a uma entidade de caridade. Já foram contempladas
instituições como o GAAC, o Asilo Cidade de Deus, em Itabaiana; o movimento
Irmã Dulce para a construção da Igreja na Aruana. Então, há também essa
atividade da academia”, destacou o imortal Domingos Pascoal.
Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net
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