Sergival.
José Sergival da Silva, ou simplesmente Sergival 34 anos,
sergipano de Nossa Senhora da Glória, nasceu no dia 09 de abril de 1965. Por
conta de sua infância e juventude nômade, vivenciou nos interiores de Sergipe,
Pernambuco e Bahia, os elementos regionais que hoje compõem todo o conjunto de
sua obra.
Possuidor de uma versatilidade natural, atua e diversas
vertentes artísticas onde podemos destacar:
Na Música:
Compositor, Flautista, Violonista e por excelência
Percussionista de Efeitos onde pesquisa novos sons inspirados na natureza e nos
elemento da cultura nordestina. Para tanto, fabrica seus próprios instrumentos
utilizando materiais inusitados como sucatas, brinquedos e objetos do cotidiano
encontrados no artesanato local.
Co-fundador e músico da Band'Auê ( 1984 ), grupo regional
que marcou história em Sergipe por sua participação nos principais eventos à
época, entre eles o Festival de Arte de São Cristóvão e o Projeto Pixinguinha.
O mesmo destaque conquistou com a dupla Sena & Sergival
( 1988 ), tendo representado Sergipe em várias festivais nacionais, shows de
abertura para grandes estrelas da música nordestina, bem como participação no
Projeto Seis e Meia e Canta Nordeste.
Em carreira solo desde julho de 1998, Sergival tem
desenvolvido um trabalho voltado para a pesquisa da cultura popular e da
musicalidade folclórica de Sergipe e do Nordeste, o que já lhe rendeu
participação como conferencista no I Seminário de Cultura Popular realizada
pela Academia Sergipana de Letras, onde proferiu palestras sobre o tem "O
cancioneiro popular".
Tem realizado shows musicais em Encontros Culturais a
exemplo do CULTURART de Pirambú e do I Encontro Cultural de Itaporanga D'Ajuda,
bem como participações especiais em shows de artistas sergipanos entre eles os
de Chiko Queiroga, Antônio Rogério e Mingo Santana.
Nas festa juninas deste ano, realizou junto com o grupo pé
de Serra o show "10 Anos de Forró e Saudade" em homenagem ao Rei do
Baião. Este show, fruto de sua pesquisa sobre a obra de Gonzaga, trouxe em sua
apresentação um figurino implacável, cenário de Iradilson e exposição de
painéis e disco do gonzagólogo sergipano Prof. José Augusto, tento sido
apresentado em vários palcos da capital sergipana e do interior do estado, bem
como em algumas cidades de Alagoas e Bahia.
Esta sua nova fase já apresenta sinais de solidez e
compromisso com a cultura de nosso Estado, tornando-se patente através da
conquista de festivais. Entre eles citamos o primeiro lugar e melhor intérprete
no Festival de Música do Clube dos Empregados da Petrobras em Sergipe com a
música Notícia do Nordeste, que vem sendo bastante executada nas emissoras
locais.
Seu mais novo show, denominado "As coisa dos
caçuá", tem obtido sucesso de crítica e de público pelo arrojo na
produção, além da peculiar identidade regional. O show teve sua estréia no
Espaço Cultural Yázigi, onde em cartaz por duas noites e no Teatro Atheneu
dentro do projeto Prata da Casa.
Acompanhado de uma excelente banda que reúne os principais
instrumentistas sergipanos, o show tem como temática a cultura popular, e o
repertório é formado exclusivamente por composições do Sergival e de artistas
da terra.
Na Literatura:
Sergival iniciou suas atividades literárias em 1990,
conquistando os prêmios de primeiro Lugar e Melhor Declamador na II Semana de
Arte da Petrobras. Desde então, tem participado de uma série de concursos, o
que já lhe rendeu publicações em várias antologias nacionais e internacionais,
entre elas a do Prêmio Nacional Gregório de Matos onde classificou três poemas
e na antologia Hermanos, reunindo poetas brasileiros e cubanos, que foi lançado
em Havana.
Depois de longo período afastado das atividades literárias,
ingressou no Grupo Cultural Pórtico em dezembro de 1996 à convite do amigo
Sávio Drummond, poeta e um dos fundadores do grupo, que o incentivou a retomar
os caminhos literários. A nível local podemos destacar sua classificação em
outubro de 1997 para a antologia Aperitivo Poético da Fundação Cultural do
Município e Aracaju - FUNCAJU com o poema "Trilhos do tempo".
Após ter fundado o teatro Retirantes, enveredou pelos
caminhos da dramaturgia, escrevendo peças teatrais e roteiros para o grupo,
adotando a temática regional, vagando por temas sociais, associados ao caráter
institucional da companhia onde sugeria situações voltadas para a segurança no
trabalho e para a saúde.
Entre as peças escritas podemos citar: O Super E. P. I. ,
Querida Cheguei, Sua Majestade o cigarro, além de ter adaptado a crônica social
"O suave milagre" de Eça de Queiroz.
Sua incursão pela literatura bem como suas pesquisas no meio
cultural sergipano beneficiaram seu ingresso na Academia Sergipana de Letras
onde é membro do M.A.C. ( Movimento de Apoio à Cultura ) por indicação do Sr.
Ferreira Lima, presidente do Movimento, tendo seu currículo referendado pelos
membros do grupo e pelo presidente da Academia, vindo a ser diplomado no dia 20
de julho de 1998. "Lá tenho convivido com intelectuais de nossa terra,
feito descobertas fantásticas sobre o grande vulto sergipanos, além de obter
informações preciosíssimas que muito tem contribuído para meus trabalhos. Neste
meio tempo, tenho apresentado na Academia meus conhecimentos sobre cultura
popular, música, e minha produção literária por assim dizer", conta o
artista com seu sorriso espontâneo e alegre.
E não é pra menos. Esta sua estréia na literatura já
ultrapassou todas as suas expectativas iniciais pois, mesmo antes de acontecer
a noite de autógrafos oficial, a primeira edição do livro já está praticamente
esgotada por conta dos eventos que tem participado, onde podemos destacar a III
Feira Internacional do Livro realizada em Salvador/BA, o Salão de Literatura do
XXVI Festival de Arte de São Cristóvão, o I Encontro Internacional de
Contadores de Histórias e o I Encontro Sergipano de Escritores realizado em
Aracaju, o Dia Nacional do Livro promovido recentemente pela Petrobras e pelos
Colégios Àguia e Arquidiocesano, além de Saraus e Feiras de Artes, isto só pra
citar.
Sergival tem autografado seu livro em um stand cultural
totalmente artesanal e montado por ele, onde apresenta elementos do artesanato
sergipano como poetas esteiras, purrões e candeeiros, com direito a uma canja
musical, declamação de poesias, comidas e bebidas típicas. Isto por si só
traduz a forte ligação deste artista com a cultura de nossa terra.
Sementear.
É tempo da semente romper
Dizer que a vida nos vale mais
Fazer bonitos frutos nascerem
Fazer imensa sombra de paz
Se te pergunto:
Está tudo bem?
Só me respondes:
Está. E nada mais!
Nada mais?
Tanta fome, tanta guerra
Tanto sonho a se acabar
Nosso pão de cada dia
Tão difícil de ganhar.
Se te pergunto:
Está tudo bem?
Só me respondes:
Está. E nada mais!
Nada mais?
Devastamento das flores
Assassinados os animais
Nossos índios em pé-de-guerra
Pelas terras dos seus pais.
É tempo da semente romper
Dizer que a vida nos vale mais,
Vale mais.
No Teatro.
Fundador, diretor e roteirista do Teatro Retirantes, grupo
que formou em 1990 com colegas da Petrobras e que tem mostrado sua performance
em plataformas marítimas, áreas de campo e escritórios da companhia, tendo
também realizado apresentações nos Estados de Alagoas, Pará e Amazonas.
Compôs e executou ao vivo a sonoplastia das leituras
dramáticas: Baal, Um homem é um homem, O julgamento de Luculus e Luz das
Trevas, todas de Bertolt Brecht, como parte das comemorações que o teatro
sergipano promoveu por conta do centenário daquele dramaturgo, no período de
agosto a dezembro de 1998, sendo seu marco pioneiro como Sonoplasta no teatro
profissional sergipano.
Na Petrobras
Ingresso naquela empresa em 19 de dezembro de 1984 na função
de Desenhista logo após ter se formado em Edificações na Escola Técnica, tendo
ao longo dos anos efetuado desenho à nanquim e vegetal nas mais diversas áreas,
principalmente do desenho mecânico, que se especializou. Na área do design
gráfico, confeccionou cartazes, folder's e ilustrações para várias eventos da
Companhia, bem com para os segmentos artísticos que desenvolve.
Inquieto por natureza, nunca se limitou ao longo de sua
carreira à sua função técnica. Sua predileção artística o fez a I Semana de
Arte em Sergipe/ Alagoas ( 1989 ) que teve quatro edições anuais, contemplado
diversos segmentos artísticos desenvolvidos pelos funcionários da Companhia,
onde entre outros nomes podemos citar Antônio Carlos du Aracaju ( na música ),
Costa de Lima ( nas artes plásticas ), Flávio Monteiro ( na fotografia ) e o
próprio Sergival ( no teatro e na música ), tendo inclusive aberto espaço para
grupos locais como o Imbuaça, Rúbens Lisboa e o Balé Primitivo da UFS.
Atualmente na função de Projetista Mecânico e operando
moderníssima estação gráfica computadorizada, Sergival não esmoreceu em seu
dinamismo artístico, tendo recentemente coordenado o Projeto Caça-Talentos da
Petrobras, que tem entre outros objetivos revelar novos valores da Companhia e
tem participado como funcionário da empresa no Projeto Leia Brasil com um show
lítero-musical didático, onde além de estimular a leitura nos alunos de escolas
públicas da capital e do interior, apresenta informações através da dança e da
música sobre a cultura popular sergipana.
Texto e imagem reproduzidos do site:
aracaju.com/musicos/sergival
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