Publicado originalmente no site Comunicação Vip, em 22 de maio de 2018
Colégio do Salvador é pioneiro em receber alunos
intercambistas
O intercâmbio é uma prática cada vez mais procurada pelos
jovens que buscam aprimorar um novo idioma, aprender sobre uma cultura
diferente e fazer novos amigos. A experiência, além de ser muito rica para quem
sai do seu país, também é de muito aprendizado para quem recebe os
intercambistas.
Pensando na importância dessa troca cultural, o Colégio do
Salvador há alguns anos é parceiro de instituições que promovem intercâmbios,
recebendo jovens estudantes de diversos países. “Essa proposta de admissão de
intercambista já vem há muitos anos, achamos interessante e importante, pois há
uma troca de cultura e também para nós, sob o ponto de vista da educação, é bom
para saber como funciona o ensino. Para os alunos acho interessante porque eles
vivenciam a troca de realidades bem distintas, como o ponto de vista
pedagógico, como é o ensino. E a receptividade é sempre positiva, pois é o
perfil do adolescente, desperta a curiosidade de saber essa nova realidade”,
explicou o coordenador do Ensino Médio, Ronaldo Cruz.
Atualmente, duas intercambistas estão no Colégio, uma é da
Tailândia e a outra de Timor Leste. Em um bate-papo com as jovens, elas se
mostraram muito bem adaptadas aos novos costumes e concordaram que essa facilidade
se deve ao jeito do povo brasileiro, sempre comunicativo e amigueiro.
A jovens é Aiya Mesamanela, da Tailândia, está há nove meses
em Sergipe e estuda no 2º ano do Colégio do Salvador. A estudante contou que
quando pensou no intercâmbio, sempre quis vir ao Brasil. “A escolha do país foi
minha, mas o estado quem escolheu foi a escola que promoveu o intercâmbio.
Sempre achei o Brasil chique e legal. Chegando aqui, achei as pessoas muito
interessantes. No meu país não tem abraço, não se fala alto. Aqui as pessoas
dançam muito e são mais agitadas”, explicou.
Ainda com algumas dificuldades em falar o português, Aiya
disse que a maior dificuldade que enfrentou foi a língua. “A língua portuguesa
é muito difícil, muito diferente, tem muitos detalhes e os verbos são muito
difíceis de conjugar”, destacou a intercambista que não teve dificuldades
quando o assunto foi alimentação. “As comidas eu gosto de tudo, vou até levar
cuscuz para Tailândia quando voltar. Só achei diferente ter regras do que comer
no café da manhã, no almoço e no jantar. No meu país, pela manhã, podemos comer
sopa ou a comida do almoço mas aqui geralmente é pão ou cuscuz”.
As diferenças também continuam quando o assunto é roupa,
principalmente, para as mulheres. “Tem muita diferença aqui. As mulheres são
mais sexys e as roupas são mais abertas; na praia aqui os biquínis são
pequenos”. A aluna, que pretende se formar em arquitetura, também falou um
pouco sobre o que percebeu das construções aqui no Estado. “Não percebi grandes
construções ou grandes monumentos, mas o que mais me chamou a atenção foram as
casas, que são bem diferentes de lá, pois têm muitas cores e na Tailândia é
tudo BRANCO”, lembrou.
A outra intercambista que conversamos foi Nadya Andrade
Filipe, ela está em Aracaju há três meses e está na turma do 3º ano do Ensino
Médio. Ela veio do Timor Leste por intermédio da Rotary e relatou as
dificuldades com o idioma, apesar do Português ser uma das línguas oficiais do
seu país. “A língua portuguesa também é oficial no meu país, além da língua
nativa, mas resolvi fazer o intercâmbio para aprimorar e promover o português.
Em Timor usamos mais a língua nativa, já a portuguesa, só falamos na escola.
Aqui tenho a oportunidade de dialogar”, explicou.
Apesar de ainda estar há pouco tempo em Sergipe, Nádya não
teve dúvida em dizer o que mais gostou de conhecer aqui. “Nesses três meses
conheci algumas coisas e o que me interessei muito foi a cultura,
principalmente, o forró. Gosto da música, da dança e vou tentar aprender. Quase
todas as músicas quando escuto não consigo ficar parada, o ritmo aqui é
contagiante”, destacou.
Durante a conversa Nádya contou que tem vontade de ser
formar em medicina e explicou que, assim como no Brasil, no Timor Leste, o
processo para entrar na faculdade pública é muito concorrido. Sobre o clima e
alimentação, a estudante disse que não encontrou dificuldade, pois são bem
parecidos.
Assim como Aiya, Nádya também concordou que o jeito de ser
do brasileiro ajuda muito na adaptação. “É fácil se adaptar, pois aqui as pessoas
são fáceis, recebem bem. O intercâmbio está sendo, para mim, um desafio a ser
alcançado, uma barreira a ser quebrada. Fico aqui até janeiro, mas já estou
muito encantada com as pessoas e a cultura são muito interessantes”, concluiu.
Avaliação
O coordenador do Ensino Médio, Ronaldo Cruz, explicou que
esses alunos chegam na escola com ressalvas, já que o princípio de adaptação
envolve a questão do vocabulário e o idioma . “Dentro do conjunto de avaliação
geramos conceitos de participação e frequência, a partir daí atribuímos as
notas”.
Ronaldo também ressaltou que quando os intercambistas chegam
à escola é tentado ao máximo que ele se desvincule da sua língua nativa. “A
proposta fundamental é tanto o conhecimento da cultura como a língua. Até agora
só tivemos resultados positivos e a nossa proposta é manter isso, o Salvador é
referência nessa prática”, relatou o coordenador. Ele também destacou que no
segundo semestre vem uma aluna da Itália para cumprir um ciclo de intercâmbio
no Colégio.
Texto e imagem reproduzidos do site: comunicacaovip.com.br
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