A volta do Cruzado
Fui ver o Cavalheiro voltar,
aguçando a vista na ameia principal da cidadela.
Honrado pela antevisão do Graal,
ele bebera da morte em cálices profanos,
gota a gota, o fel das suas entranhas
Foi quando o vi chegar
no horizonte, a imagem dele
replicando liturgias romanescas
sobre as asas de um pégaso avião.
O esquife lapidado em lâminas de sol.
como a talhar-lhe a armadura final da cruzada eterna
por Deus e pela pátria.
Vi suas armas depostas, a lança derreada
sobre honras e glórias.
A fronte everdecida, o grito congelado no último comando,
o coração calado a escutar da ruas a eternidade amorosa do
seu povo
Cornetas!
Mandem baixar a ponte levadiça.
É o grão senhor que retorna
para fincar seu estandarte no coração da nossa praça
principal.
Amaral Cavalcante - janeiro/2014.
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