Foto: André Moreira/ Equipe JC.
Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 05/06/2017.
Vendas de produtos do São João apresentam queda
Comerciantes dos Mercados Centrais estão sentindo.
Por: Laís de Melo/ Equipe JC
A procura pelos vestidos de chita, camisa xadrez, chapéus,
chinelos de couro e bandeirinhas para os festejos juninos têm início geralmente
entre o final do mês de maio, seguindo até junho e julho. Os comerciantes dos
Mercados Centrais de Aracaju já colocaram em exposição todos os modelos para
vendas, porém, apesar da procura, as vendas ainda não pegaram o ritmo dos anos
anteriores ao qual estão acostumados.
Segundo a vendedora Alaíde Rodrigues, os fregueses estão
procurando, mas não estão comprando o produto por acharem muito caro. Ela
revela que nesse mesmo período, no final de maio e início de junho de 2016, já
tinha vendido quase toda a primeira remessa de encomendas e já estava
providenciando a segunda.
“Esse ano nós compramos os vestidos para quadrilha muito
mais caros do que no ano passado. Por exemplo, estou vendendo vestidos por R$
105, quando em 2016 o mais caro custava R$ 80. As sandálias de couro, que o
pessoal chama de priquitinha, está saindo a R$ 12 para criança e R$ 15 para
adulto, mas até R$ 14 a gente faz, tendo somente de R$ 2 a R$ 3 de lucro”,
desabafou dona Alaíde.
Mesmo com a queda nas vendas em comparação com os anos
anteriores, a comerciante está confiante de que até o dia 15 de junho as vendas
podem aquecer. “Essa época já era para estar vendendo e bem. E olhe que 2016
foi um ano ruim, mas foi muito melhor do que está agora. Mas, vamos esperar
confiantes de que a procura aumente nos próximos dias”, disse.
Já a Dona Bernadete comercializa os vestidos de São João que
ela própria produz há cerca de 40 anos. Ela tem uma barraquinha no Mercado
Albano Franco, em Aracaju, há quase 20 anos e, apesar dos seus produtos serem
mais baratos do que os demais, já que ela própria os fabrica, alega estar
enfrentando dificuldades nas vendas esse ano.
“O que acontece é que apesar de eu ser fabricante, eu
preciso de material. E até o momento não estou tendo retorno financeiro para a
compra desses materiais. As vendas não estão aquecidas e estamos ainda sentindo
dificuldades. Está sendo um dos anos de maior lentidão para o pessoal vir e
querer gastar”, explicou.
Assim como dona Alaíde, a senhora Bernadete acredita que as
vendas podem aumentar nas próximas semanas. “A gente sabe que brasileiro deixa
tudo para última hora. Tem vários casos de pais que saem de casa com a criança
no dia da festa para comprar tudo aqui, sandália, laço, vestido, chapéu, e já
sai pronto direto para o festejo. Com fé em Deus vou vender todas as peças”,
conta, esperançosa.
A mesma dificuldade de vendas está sentindo o
senhor Antônio, comerciante de bandeirinhas de São João para enfeites juninos.
Ele revela que esse ano as vendas estão apresentando queda de aproximadamente
60% em relação ao ano anterior. “Pesou mais ainda porque nem essa parte aí do
mercado, onde acontece o Forró Caju, está enfeitado até agora. Muitas vezes os
fregueses viam os enfeites juninos daqui e queriam também fazer em suas casas.
Coisa que não está acontecendo esse ano. E olhe que as bandeirinhas estão no
mesmo preço do ano passado. Eu vendo por um preço até abaixo do que os demais.
Mas, está difícil”, avalia.
Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net/
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