Foto: Ana Lícia Menezes.
Publicado originalmente no site Comunicação VIP, em 1 de junho de 2017.
Amendoim: de tira-gosto a patrimônio imaterial.
Cozimento da semente é autenticamente sergipana. Em Aracaju,
consumi-la já virou tradição.
Ele vai bem na praia, no barzinho e até mesmo em casa.
Cozido, ele se torna tipicamente nosso. Aracajuano adora e não dispensa, seja
acompanhado de uma cervejinha gelada, seja apenas como um passatempo. Nas
festas juninas, então, não pode faltar. Semente de uma planta originária da
América do Sul, ele é conhecido, em outros países, como caranga, aráquide,
alcagoita, mandubi, amendubi, entres outros nomes.
Já descobriu o que é? É o amendoim verde. Cozido em água e
sal grosso, como é feito em Sergipe, o amendoim adquire sabor e textura que só
se encontram aqui. Como explica o vendedor Antônio Misael, depois de retirado
do pé, é preciso cozinhar o amendoim ainda no mesmo dia. Caso contrário, as
sementes começam a adquirir um aspecto grudento, o que prejudica o resultado
final.
Ainda segundo Sr. Antônio, que vende amendoim no mercado
Albano Franco, o processo de cozimento é rápido. “O primeiro tacho é cozido em
uns 30 minutos. A partir daí, fica mais rápido. Depois, colocamos na lona para
escorrer e esfriar; então, ensacamos”, explica o procedimento que conhece há 23
anos.
Quem vem de fora, prova, aprova e ainda leva quando vai
embora. É o caso de Adriana Galvão. Aracajuana e com a família toda morando
aqui, ela já morou em diversas cidades brasileiras e, atualmente, está em
Salvador.
“Toda vez que venho para cá, levo quilos de amendoim na
bagagem de volta para casa. Adoro o amendoim que temos em Aracaju. Em nenhuma
cidade que morei, encontrei um amendoim como esse”, conta.
Na capital sergipana, o amendoim cozido pode ser encontrado,
principalmente, nos mercados centrais, nas feiras dos bairros e em alguns
pontos espalhados pelo Centro da cidade. Mas ainda é possível ver também
vendedores ambulantes pelas ruas, a carregar grandes sacos cheios da semente
cozida. Eles param de bar em bar, oferecendo o produto. E é difícil haver quem
recuse. A atividade impulsiona o comércio local.
Por ser produzido e consumido de forma única em terras
sergipanas, além de importante produto comercial, o alimento passou a ser reconhecido
como patrimônio imaterial de Sergipe, através da lei estadual 7.682/2013. A lei
ajuda a preservar um bem simbólico e autêntico do nosso estado.
Equipe VIP.
Texto e imagem reproduzidos do site: comunicacaovip.com.br
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