Alunos e diretora do filme
Publicado originalmente no site Comunicação VIP, em 14 de setembro de 2018
Alunos assistem e debatem curta-metragem com diretora do
filme
Cerca de 70 alunos do 9º Ano do Colégio do Salvador
participaram de uma atividade multidisciplinar diferente na quinta-feira (13).
Em sala de aula, eles assistiram ao curta-metragem ‘Bolha’, dirigido por Júlia
Duarte, estudante da Escola de Cinema de Barcelona e ex-aluna da escola. Após a
exibição, as turmas reuniram-se na quadra de esportes, para um debate com a
diretora do filme. O objetivo foi despertar a reflexão acerca do tema central do
curta – as relações familiares, de modo diferenciado e por meio de uma
linguagem interativa, além de tratar das características da narrativa
cinematográfica.
A ideia de exibir o curta aos alunos partiu da própria
diretora, que terminou o Ensino Médio no Colégio há três anos e exalta o amor
que sente pelo ambiente escolar responsável por sua aprendizagem. De acordo com
ela, o Bolha fala sobre a falta de comunicação familiar e o quanto é difícil
ter uma má convivência ou falta de intimidade com a família com a qual se
convive.
“A proposta é fazer uma reflexão geral sobre o tema, mostrar
um pouco do processo cinematográfico, de como se faz um filme. Mostrar que tem
muitas cabeças pensantes por traz de uma peça cinematográfica, que (os filmes)
estão ali para conduzir suas emoções e que isso pode ser bom ou não. Temos
exemplos de filmes comerciais e outros fora do eixo que estão lá conduzindo
muitos pensamentos da sociedade em si. É bom se conscientizar para ter
pensamento próprio sobre isso, um pensamento crítico”, explica Júlia, que já
gravou dois curtas e está lançando um terceiro filme no final do mês.
Para o professor de Sociologia e Filosofia Arivaldo
Montalvão, que ajudou a mediar o debate, Júlia sempre demonstrou uma trajetória
diferente, de muita criatividade, e por isso resolveu trilhar o caminho do
cinema. “O interessante é que os curtas que ela fez não estão nesta linha do
que chamamos de indústria cultural. São curtas que fazem a pessoa refletir. Não
tem um final definido. São interessantes para este processo de reflexão dos
alunos, para estimulá-los a pensar. Na terça-feira, dia 11, isso foi feito com
alunos do Ensino Médio. No documentário
que vimos hoje, fala-se da questão familiar, das relação em família. É
importante fazer os alunos refletirem sobre essas questões, sobre o que é
família hoje e como era no passado. Como se dá esse relacionamento hoje? Essa
bolha da qual ela está falando é ou não é? Existem diferentes bolhas dentro da
casa? São questões que colocamos aqui”, diz.
Durante o debate, a aluna Maria Carolina Lopes mostrou suas
impressões a partir do filme: “nós criamos e idealizamos aquilo que é perfeito
e achamos que seremos felizes com aquilo. Mas tem coisas por trás daquilo que
se vê que precisam ser analisadas”. Já o aluno Gabriel Lyra fez outra
observação: “percebi, em determinada cena entre pai e filho (em que o filho
aparece pequeno e depois já crescido), que a mensagem passada é de que a
família não percebeu muito a evolução dele de criança para adulto”. E Júlia Duarte logo reforçou o debate: “fico
feliz de ter provocado este pensamento. Cinema é cheio de truque. Mostrei que a
comunicação entre eles não mudou em nada ao longo do tempo. Mostra que não há
diálogo”.
Em meio aos questionamentos e observações feitos no debate,
o professor Biologia, Cleverton, destacou que, “com todas essas visões
colocadas aqui, percebe-se que, na hora em que o filme é lançado, ele não
pertence mais à diretora do filme. Os significados serão construídos por cada
um de nós, envolvem nossa cosmovisão. A interpretação não é mais de Júlia. A
arte continua em cada um, que passa a ser co-autor daquilo. Foi importante ver
no filme, além da ideia de estereótipo e as relações sociais na vida moderna, a
efemeridade do tempo. O tempo nos aprisiona e, ao mesmo tempo, nos cobra uma
velocidade”.
Texto e imagem reproduzidos do site: comunicacaovip.com.br
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