Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade.Net, em
28/09/2015.
CULTURA.
“A arte sempre foi um mercado promissor”
Por: Gilmara Costa/ Equipe JC
Desde aos 10 anos de idade, Marcelus Fonseca esteve rodeado
pela arte, especialmente a sergipana, tendo em vista a atividade de seu pai,
Osvaldo Santos, na fabricação de molduras que logo enquadrariam as emoções dos
mais diversos artistas. Na década de 80, a Galeria Zé de Dome foi criada, com
um acervo constituído por obras de grandes nomes da arte sergipana, a exemplo
de Jenner Augusto, Horário Hora e J. Inácio. Com o falecimento do pai, Marcelus
decidiu manter os trabalhos na galeria, hoje assumida pela sua esposa |Morgana
Vieira, enquanto ele se dedica à atividade de leiloeiro. Conhecedor de arte e
do mercado de obras artísticas, ele é o entrevistado deste domingo para falar
um pouco mais sobre a produção e o consumo de arte pelos sergipanos.
Jornal da Cidade - Como, quando e o que fez o senhor
enveredar pelo mercado de arte em Sergipe?
Marcelus Fonseca - Com 10 anos de idade, comecei a trabalhar
junto com meu pai Osvaldo Santos nas confecções de molduras para os artistas e
particulares. Depois que meu pai faleceu, assumi a Galeria Zé de Dome, hoje
comandada por minha esposa, Morgana Vieira, e eu sou leiloeiro público oficial.
JC - Como avalia a produção de artes no estado atualmente?
MF - A produção é boa e constante, mas considero muito
confusa no momento para um público que não consegue distinguir entre uma obra
de arte e uma pintura.
JC - E quanto ao consumo de arte por aqui? Como se comporta
o público sergipano?
MF - É um público muito seleto, mas com frequência de
aquisição, como colecionadores, arquitetos e decoradores e particulares amantes
da arte.
JC - E lá fora? Qual a receptividade de apreciadores para
com a arte de Sergipe?
MF - Temos muitas obras de artistas sergipanos espalhados
por todo o Brasil e mundo. Nossos artistas são muito talentosos, sempre estou
vendendo para fora, a exemplo dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São
Paulo, Pernambuco, Bahia e também para Brasília, entre outros.
JC - A arte é um mercado promissor no estado?
MF - A arte sempre foi um mercado promissor. Ainda temos
muito público a ser alcançado. Todo mundo gosta de obra de arte, mas a maioria
da população não tem o costume de frequentar uma galeria de arte, por receios,
por não conhecer, e não há uma cultura voltada para a arte por parte dos nossos
governantes.
JC - Na semana passada foi realizado o ‘Leilão de
Oportunidades’ da Galeria Zé de Dome, tendo como ferramenta a internet. É uma
forma segura de aquisição de obras de arte?
MF - O leilão foi presencial e online, dando a oportunidade
aos interessados de participar na galeria ou no conforto do seu lar.
Trabalhamos com a maior plataforma de leilões de arte do Brasil na internet que
é a Leilões BR, uma empresa séria que dá total confiabilidade ao cliente, não
só de Sergipe como em qualquer lugar do mundo. Assinamos um contrato rigoroso
para podermos oferecer total segurança.
JC - Foi a primeira vez que realizou aqui em Sergipe um
leilão online de arte?
MF - Como leiloeiro público oficial, sim. Mas a galeria já
havia realizado outros com o leiloeiro Joel Cocenza.
JC - E resultado do leilão foi positivo? Houve a arrematação
por parte de apreciadores de outros estados?
MF - O resultado foi muito positivo, pois alcançamos um
público novo e vendemos para São Paulo , Pernambuco , Rio de Janeiro, mas a
maioria foi vendido aqui no estado de Sergipe.
JC- O país atravessa um momento econômico delicado. Como
isso se reflete no mercado de obras de artes?
MF - Obviamente atinge diretamente este setor, ele diminui,
mas não para. Por isso, colocamos o título de ‘Leilão de Oportunidades’ e
atingimos a venda de 70% dos lotes ofertados.
JC - Já existem planos para a realização de um novo leilão?
MF – Sim. Temos previsão para um leilão no final do mês de
outubro na Galeria Zé de Dome.
JC - No processo de formação dos lotes, a prioridade são os
artistas sergipanos?
MF - Nos leilões da Galeria Zé de Dome, sim . Mas como
leiloeiro público oficial, estou à disposição para realizar qualquer tipo de
leilão.
JC - Quais são os nomes sempre presentes nas artes plásticas
de Sergipe?
MF - Zé de Dome, Jordão de Oliveira, Jenner Augusto, José
Fernandes, Melciades, Adauto Machado, Pythiu, Bene Santana, Fábio Sampaio, Caã
, Vitor Fabiano entre outros.
JC - E quais aqueles que estão despontando na atualidade?
MF - Na atualidade, Caã e José Fernandes.
JC- Quanto aos espaços para exposição, eles estão sendo bem
ocupados?
MF - Vejo que temos bons espaços, mas com pouca preocupação
em vendas. Na verdade, a única galeria comercial que tem esta preocupação com
acervo próprio e sempre com obras à disposição de vendas é a Galeria Zé de
Dome, inclusive com venda em nível nacional através do site
www.galeriazededome.com.br . Os outros espaços existentes, por serem
governamentais, cumprem o seu papel em divulgação. A importância da venda é
muito maior do que o pagamento propriamente dito, pois ela traz a satisfação do
cliente, a circulação da obra, a satisfação do artista, levando-o a produzir
cada vez mais. Já que não temos incentivo por parte dos governantes em nível
nacional, o seu maior incentivo é a venda.
Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário