Publicado originalmente no Facebook/Carlos Magno Andrade
Bastos.
"Fiquei muito feliz com as palavras do conterrâneo
Ancelmo Goes no prefácio do meu livro. Vale a pena ler de novo". (Carlos
Magno).
Que Beleza de vôo panorâmico.
Por Ancelmo Goes, jornalista.
Nasci e vivi em Frei Paulo até os oito anos. Como tenho hoje
65 anos posso dizer que passei na minha cidade natal pouco mais de 10 % da
minha vida, até agora, naturalmente. É pouco tempo, de certa forma. Mas muito,
se levarmos em conta que é na infância que se forjam muitas caraterísticas da
vida adulta. As mais fortes recordações são do ambiente familiar, claro.
Lembro-me da fisionomia triste de minha mãe, Maria Rezende Goes, com a notícia
da morte trágica do cantor Francisco Alves, o Rei da Voz, em 1952. Outro
momento que não consigo apagar da memória é o semblante preocupado do meu pai,
Euclides Goes, que tinha política na veia, quando soube do suicídio de Vargas,
em 54.
Mas, de lá prá cá, nunca me despluguei de Frei Paulo.
Morando em Aracaju a gente ia muito visitar os avós, Padinho Maroto e Donana,
na casa onde mora hoje, na praça da Igreja, a Berenice, figura querida da
família. Mesmo hoje, por conta de citar constantemente Frei Paulo na minha
coluna de O Globo, recebo sempre de algum leitor notícias da terrinha, que
degusto com emoção.
Agora, graças ao jornalista e escritor Carlos Magno Andrade
Bastos, com o livro "Um vôo sobre Frei Paulo" fiz um mergulho
sentimental e precioso na nossa Frei Paulo . As histórias são saborosas, a
começar pela infância de Carlos no Beco do Talho.
Perfis como os de Chiquinho do Sal e de Oviêdo Teixeira,
mostram a capacidade de alguns homens, mesmo com poucas leituras, triunfarem
como empreendedores. No caso de Oviêdo, que eu conheci ainda dos tempos em que
meu irmão Paulo trabalhava na Casa Teixeira, na Rua João Pessoa, em Aracaju,
soma-se ao espírito desbravador uma generosidade estupenda.
Mas confesso que fiquei particularmente grudado em duas
histórias . A primeira do Padre Madeira, de quem meu pai Euclides Goes - também
perfilado neste trabalho - me falava muito pois tinha sido coroinha na época. A
outra se refere à tentativa frustrada de Lampião de invadir Frei Paulo e a
lenda de que foi a espada do padroeiro São Paulo que impediu a entrada do bando
de cangaceiros.
Enfim, vale a pena senhores passageiros, ou melhor leitores,
embarcarem neste vôo.
Boa viagem.
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Carlos Magno Andrade
Bastos.
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