quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Que Beleza de vôo panorâmico


Publicado originalmente no Facebook/Carlos Magno Andrade Bastos.

"Fiquei muito feliz com as palavras do conterrâneo Ancelmo Goes no prefácio do meu livro. Vale a pena ler de novo". (Carlos Magno).

Que Beleza de vôo panorâmico.
Por Ancelmo Goes, jornalista.

Nasci e vivi em Frei Paulo até os oito anos. Como tenho hoje 65 anos posso dizer que passei na minha cidade natal pouco mais de 10 % da minha vida, até agora, naturalmente. É pouco tempo, de certa forma. Mas muito, se levarmos em conta que é na infância que se forjam muitas caraterísticas da vida adulta. As mais fortes recordações são do ambiente familiar, claro. Lembro-me da fisionomia triste de minha mãe, Maria Rezende Goes, com a notícia da morte trágica do cantor Francisco Alves, o Rei da Voz, em 1952. Outro momento que não consigo apagar da memória é o semblante preocupado do meu pai, Euclides Goes, que tinha política na veia, quando soube do suicídio de Vargas, em 54.

Mas, de lá prá cá, nunca me despluguei de Frei Paulo. Morando em Aracaju a gente ia muito visitar os avós, Padinho Maroto e Donana, na casa onde mora hoje, na praça da Igreja, a Berenice, figura querida da família. Mesmo hoje, por conta de citar constantemente Frei Paulo na minha coluna de O Globo, recebo sempre de algum leitor notícias da terrinha, que degusto com emoção.

Agora, graças ao jornalista e escritor Carlos Magno Andrade Bastos, com o livro "Um vôo sobre Frei Paulo" fiz um mergulho sentimental e precioso na nossa Frei Paulo . As histórias são saborosas, a começar pela infância de Carlos no Beco do Talho.

Perfis como os de Chiquinho do Sal e de Oviêdo Teixeira, mostram a capacidade de alguns homens, mesmo com poucas leituras, triunfarem como empreendedores. No caso de Oviêdo, que eu conheci ainda dos tempos em que meu irmão Paulo trabalhava na Casa Teixeira, na Rua João Pessoa, em Aracaju, soma-se ao espírito desbravador uma generosidade estupenda.

Mas confesso que fiquei particularmente grudado em duas histórias . A primeira do Padre Madeira, de quem meu pai Euclides Goes - também perfilado neste trabalho - me falava muito pois tinha sido coroinha na época. A outra se refere à tentativa frustrada de Lampião de invadir Frei Paulo e a lenda de que foi a espada do padroeiro São Paulo que impediu a entrada do bando de cangaceiros.

Enfim, vale a pena senhores passageiros, ou melhor leitores, embarcarem neste vôo.

Boa viagem.

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Carlos Magno Andrade Bastos. 

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