sábado, 7 de novembro de 2015

Prato típico de SE: mangaba ou aratu


Publicado originalmente no site do JornaldaCidade.Net, em 18/08/2014.

TURISMO.

Prato típico de SE: mangaba ou aratu.

Por: JornaldaCidade.Net.

O que vem à mente quando se fala em comida típica da Bahia? Para muitas pessoas, uma das primeiras iguarias é o acarajé, seguido do vatapá e caruru. Ao fazer a mesma pergunta sobre o Pará, o prato típico mais lembrado vai ser o tacacá, assim como é o arroz carreteiro no Rio Grande do Sul e o pão de queijo em Minas Gerais. Mas, e em Sergipe? Qual seria o prato que representaria bem o nosso Estado? Para a coordenadora do curso de Gastronomia da Universidade Tiradentes, Kátia Viana de Souza, que é especialista em Gastronomia e Gestão de Alimentos e Bebidas, ainda não se pode dizer que Sergipe tem apenas um prato típico, já que a variedade de iguarias bem apreciadas tanto pelos sergipanos quanto pelos turistas é muito grande.

Claro que ela não nega que o caranguejo seja um alimento bastante lembrado, mas considera melhor falar, neste momento, não em prato típico, mas em alimentos típicos, especialmente porque existem iguarias que só são encontradas aqui, ou há em quantidade muito superior a outros Estados do Nordeste, a exemplo do aratu. Outro esclarecimento feito pela professora é a diferenciação entre comida regional e prato típico. O primeiro caso engloba tudo, ou seja, todo o contexto que influenciou para a elaboração, para a criação daquela comida.

“Já o prato típico é o característico de cada Estado, de cada região. Aqui no Nordeste ainda temos duas distinções, que são entre a região litorânea e sertaneja. Esta semana, em sala de aula, estava debatendo com os alunos justamente isso: qual seria o prato típico sergipano? E esse foi um questionamento difícil de ser respondido”, comentou.
“Ainda não temos um prato que caracterize Sergipe, mas temos elementos como o caranguejo sergipano; a fritada de aratu, que é muito mais encontrado aqui no Estado que em outros do Nordeste; ou a mangaba, alimento que tem uma representação muito forte e que pode ser utilizado de várias formas. Sem esquecer de falar também no doce de araçá, do Município de Estância, da fava e da farinha de mandioca”, comentou Kátia Viana.

A dificuldade em encontrar uma unanimidade existe porque Sergipe sofreu várias influências de outros povos, a exemplo dos africanos, portugueses e holandeses. Mas não só de estrangeiros, também de populações de Estados vizinhos, como Bahia, Alagoas e Recife.
Todas essas possibilidades fazem com que, de acordo com a professora da disciplina de Cozinha Regional, seja necessário buscar junto com entidades do turismo uma divulgação maior sobre a culinária que o Estado possui, porque, segundo ela, o que ajuda muito a criar um prato típico regional é a divulgação, o marketing em torno da comida elencada. “Temos que buscar, se for necessário, um prato típico para Sergipe, embora, repito, haja esse lado positivo do Estado em relação aos outros, que é o de possuir vários ingredientes que são elementos nossos”, frisou Kátia Viana.

Opinião.

Ainda de acordo com a professora, se essa escolha dependesse dela, a disputa para o prato típico estaria entre a mangaba e o aratu, embora a fruta, mais utilizada para fazer suco, tenha vantagem sobre o crustáceo. “Com a mangaba posso fazer um molho para peixe, risoto, doce, pudim, bolo e outro tanto de coisas. Ela pode, sim, ser a base para um prato salgado, para isso vai depender da criatividade de cada um”, observou, dizendo ainda que no Estado existem chefs maravilhosos e que vários gastrônomos estão ganhando o mercado.

Quem também diz ser difícil escolher apenas uma comida para representar Sergipe é o maître Raimundo Lopes Souza, que trabalha há doze anos num dos restaurantes mais conhecidos na Orla de Atalaia e que se destaca pela grande quantidade de comidas regionais ofertadas. Segundo ele, o prato de entrada para qualquer cliente, seja ou não turista, é o caranguejo, mas observa que outras iguarias são muito bem aceitas, a exemplo do pirão de capão, carneiro guisado, carne-de-sol, bode, as moquecas de frutos do mar e camarão. “Somos um Estado rico em matéria de comida e por isso, para mim, fica difícil escolher só uma para nos representar”, afirmou o maître.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

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