Foto: Jorge Henrique.
Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade.Net, em
27/10/2015.
MOSTRA DE MÚSICA.
Sescanção celebra a música sergipana.
Nos próximos 30 e 31, o Teatro Atheneu será palco de uma explosão
de ritmos.
Por: Gilmara Costa/ Equipe JC
Forró, MPB, reggae, choro, pop e rock são os gêneros
musicais que integram o mosaico selecionado pela 15ª Mostra Sergipana de Música
(Sescanção) que acontece neste final de semana, 30 e 31, no Teatro Atheneu.
Durante os dois dias, 15 artistas apresentarão suas canções ao público e também
dividirão o palco com outros 15 que já passaram pela mostra em edições
anteriores e que segue a trilhar o caminho da música.
“Ao todo, serão 30 músicas autorais selecionadas e outras 15
de artistas que já participaram do Sescanção em outro momento e que agora
voltam à mostra como convidados, exemplo disso são o Nino Karvan, Joaquim
Antônio e Alex Sant’Anna. Assim, serão dois dias de celebração com 45 músicas
de artistas sergipanos, com uma dinâmica multimídia durante as apresentações
que vai proporcionar uma maior aproximação entre o artista e o público”,
revelou o coordenador do Sescanção, Felipe Oliveira.
Ao completar 15 edições de fomento à música no estado, o
Sescanção 2015 chegou com inovações que possibilitaram a ampliação do acesso ao
que, de fato, está sendo produzindo em Sergipe. “Esse ano, o artista teve duas
músicas selecionadas, pois somente com uma música é impossível conhecer o
artista. Na inscrição, nós pedíamos três canções, das quais duas foram
escolhidas, pois três dá para conhecer um pouco mais o artista e assim foi
feito. Com duas músicas dá para mostrar a sua identidade musical e é isso que
vamos levar ao público do Sescanção, pois é interessante que a população
conheça esse artista”, afirmou Fábio.
Seguindo a diversidade de ritmos, esta edição conta com
participantes que já são veteranos no trilhar sonoro e outros que estão ainda
surgindo, encarando os desafios de um início de carreira no cenário da música
em Sergipe. “Nós temos entre os selecionados, o cantor e compositor Edson João,
que já participou de outras edições e que teve suas músicas selecionadas. Ao
lado dele, temos o duo Flor’Marias, que está começando, em início de carreira.
Com isso, vemos uma grande variedade não somente de ritmos, mas também de fases
dos artistas. Não são apenas novos talentos, mas quem já está numa fase mais
avançada, que já tem CD gravado e que, com a mostra, pode se aproximar mais do
público. Nessa edição temos um recorte bastante interessante” , destacou Fábio
Oliveira.
Canções.
‘Fundo de quintal’ e ‘Quanta Beleza Há no Mundo’, de Edson
João; ‘Cadê Você’ e ‘Que Nem Lenha na Fogueira’, de Evanilson Vieira da Silva,
interpretada pela banda Forró Pau de Arara; e Conversa Fiada e Teista, de Paulo
Roberto Silva, interpretada por Um Ruma são algumas das 30 canções selecionadas
entre as mais de 300 inscritas na mostra.
“Foram mais de 100 inscrições e como cada um escrevia três
músicas, chegou uma boa quantidade. Foi difícil, mas contamos com uma ajuda
externa, de pessoas como Rubens Lisboa, Mingo Santana, Antônio Passos e Emanuel
Jorge, para a escolha desses 15 artistas que subirão ao palco do Atheneu.
Estamos bem felizes e estamos aguardando uma linda celebração da música
sergipana, com a participação do público nos dois de evento”, destacou Fábio
Oliveira.
A programação do Sescanção tem início às 19h, nos dias 30 e
31, e de acesso gratuito a toda população.
Coletânea.
Além da realização do show no Teatro Atheneu, os artistas
selecionados terão suas músicas gravadas num disco Sescanção que está em fase
de produção para que, em breve, esteja disponível à população. “Nós fazemos
essa entrega da música sergipana ao público. Além disso, trocamos com as outras
unidades Sesc, o que possibilita uma troca musical, permitindo que pessoas de
outras estados tenha conhecimento do que está sendo produzido aqui. Hoje, a
gravação de um CD pode ser menos difícil do que antes. Em edições anteriores, a
gravação de um disco era bem difícil, hoje é apenas difícil, e fazemos porque
entendemos ser importante essa materialidade para nós, do Sescanção, e também
para os artistas, claro. Pegando as coletâneas anteriores, podemos verificar
que o Sescanção faz parte da história da música em Sergipe, a mostra é um
recorte histórico no estado”, disse o coordenador da Mostra Sergipana de
Música, Fábio Oliveira.
Boa produção.
Como músico e coordenador do Sescanção, Fábio Oliveira
afirma que a produção sergipana tem sido cada vez maior e amadurecida por
aqueles que veem e tem a música como caminho. “Hoje é muito clara a maturação,
o que falta é evoluir é a questão das casas de shows de médio porte por aqui.
Acredito que deve haver mais consenso quanto à música autoral. E temos
acompanhado projetos em que os artistas gravam disco, lançam música, tudo por conta
própria e seguem. Temos a questão do crowdfunding, em que vários artistas têm
alcançado seus recursos, demonstrando que a população está ajudando, acredita
em seu projeto e está pagando para ver. Os artistas hoje não mais esperam o
poder público, eles vão e fazem e isso é muito legal”, ressaltou.
Ações.
Fazendo da música uma pauta constante nas atividades das
unidades, o Sesc tem desenvolvido oficinas e capacitações gratuitas,
registrando saldos positivos após suas realizações. “Além da mostra, em agosto
e setembro tivemos um curso de produção e deejay, e o resultado é surpreendente
entre os participantes. Eles têm contato com profissionais já atuantes na área
e têm a oportunidade de vivenciar a prática. Isso é muito bom e gratificante,
pois eles saem confiantes e preparados para encarar os desafios ao mundo da
música. E sempre temos feito atividades relacionados a assuntos pertinentes ao
fazer musical”, disse Fábio Oliveira.
Sescanção.
Criado em 1996, o Sescanção surgiu como festival, premiando
do primeiro ao terceiro lugares e ainda o melhor intérprete, mas sempre com o
objetivo de revelar talentos. A cada ano eram descobertas novas vozes, novas
poesias e artistas iam também se descobrindo.
Ao longo dos anos, o Sescanção foi tomando forma. Novas
ideias, novos cenários e a mudança de Festival para Mostra, que ainda trazia a
competição como forma de escolha para a representação de Sergipe no Festival de
Maringá, no Paraná. Em 2007, a Mostra Sergipana de Música escolhe pela última
vez um “vencedor” e passa a ser bienal.
“Hoje, o Sescanção não é mais competitivo, por isso falamos
ser uma celebração da música sergipana. E mais, em que pense o ‘canção’, desde
2007, a música instrumental passou a fazer parte da mostra, tendo em vista o
crescimento dela. E no próximo ano, é bem provável que voltemos à edição anual,
pois estamos querendo comemorar os 20 anos do Sescanção”, revelou Fábio
Oliveira.
Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net
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