Maria Góes – Biografia.
Nascida em N. Sra. da Glória – SE, em 09/11/1935, foi a 4ª
filha de Joaquim José de Góes e Ernestina de Souza Góes, tendo como irmãos, por
ordem de nascimento, Guiomar, Leonardo, Rivaldo, Janilde e Hamilton. Dos
irmãos, todos os homens já faleceram. Hoje Guiomar tem 88 anos e Janilde 69.
De infância árdua conforme era a vida das famílias
sertanejas naquele tempo, Maria traz lindas recordações da sua família,
alicerçadas pelo exemplo honroso do pai José, homem trabalhador de roça e lida
com animais, bondoso marido e terno pai, que durante as festas religiosas no
dia de São José, ajudava a conduz garboso e feliz a “charola” com a imagem do
Santo Pai de Jesus durante a procissão. São também inesquecíveis os episódios
na sua memória com respeito à sua magnânima mãe Ernestina. Mulher forte e
admirável em todos os sentidos, seja na condução da casa, que administrava com
exímia eficiência, seja no companheirismo irrestrito de labuta ao marido José,
seja nos trabalhos religiosos de fé e serviço na Igreja, onde era amiga e
devotíssima de Nossa Senhora ou seja ainda no especial acompanhamento que dava
à educação e formação dos seus filhos. Maria Souza, como era chamada foi uma
criança feliz, muito amada, cercada da convivência com uma família imensa de
tios (cerca de vinte) e primos (talvez 100) naquela cidade de Glória, pequena
mas feliz, difícil mas fraterna, inocente mas projetada para um grande futuro.
A visão amorosa e responsável de Dª Ernestina, procurando
bem encaminhar os filhos na cultura, direcionou-os à capital Aracaju, com
intuito de estudarem, para onde vieram Guiomar e Maria. Leonardo foi para o Rio
de Janeiro e Rivaldo para São Paulo em busca de melhores condições, onde se
empregaram e cresceram família. Toda a família restante passaram a morar em
Aracaju, na Av. Maranhão, número 268. Bucólicas lembranças daquele tempo da
Aracaju-menina, nos idos da década de 50, também povoam a mente de Dª Maria.
Sua professora Lourdes Barros, a paisagem com os bondes transportando pessoas,
as edificações residenciais dos bairros Santo Antônio, Siqueira Campos e
Centro, o aglomerado comercial do mercado de Aracaju, as casas comerciais e as
figuras de destaque social daquela época.
1957 marca a ida de Maria para São Paulo, para em
convivência com os irmãos, tentar a sorte na cidade-grande. Tudo deslumbrante,
mas certamente desafiador e até temerário para aquela moça linda, meiga e muito
esperta, do sertão de Sergipe. Lá, arranjou emprego numa empresa ainda hoje
existente: o Frigorífico Wilson, marca que representava o que hoje equivale à
Sadia ou Perdigão. Sua função: promotora de vendas em supermercados. Outro
trabalho que exerceu, com maestria advinda do aprendizado com sua mãe Ernestina
foi corte e costura. Chegou a montar um pequeno negócio em frente à fábrica dos
Cadeados Papaiz, na Vila Prudente.
Aí conheceu um Uruguaio charmoso, galanteador e líder, que
mudou a sua vida: Florêncio, chamado pelos amigos de “Pocho”. O casamento não
tardou e com ele uma vida inesperadamente diferente. Momentos felizes
existiram, mas muitos problemas também, sobretudo culturais, refletidos num
comportamento de força bruta e machismo, típicos da formação dos homens dos
pampas sulistas. Já os meios de vida de Florêncio se sustentavam em trabalhos
informais, comércio de rua, empregos relâmpagos e oportunidades instantâneas.
Nasceram os filhos queridos, Rubens e Leonardo na década de 60. Em 1966, foram
tentar a sorte no Paraná, onde Florêncio adquiriu uma pousada e aprendera a
trabalhar fazendo fotografias. Perdurou o casamento até 1968. Maria voltou para
São Paulo, onde fez um pé-de-meia no trabalho de fotografias, visando retornar
para Sergipe.
Aqui, criando os filhos como pai e mãe, deu-lhes casa,
comida, educação e dignidade. Trabalhou diuturnamente no que seria o seu
sustentáculo por alguns anos: a fotografia. Retratava em escolas, formaturas,
festas, casamentos, posters infantis e fez o seu nome profissional nas décadas
de 70 a 90. Prestou concurso para o INSS e tornou-se também telefonista naquele
órgão federal. Conquistou pelo trabalho a posse da casa própria, carro e melhor
segurança, enquanto seus filhos cresciam e se emancipavam, com a sua valiosa
ajuda. Viu-os casarem e lhes doarem netos: Cláudio André, Ana Luiza e Flávia de
Rubens com Rita e Glória e Beatriz de Leonardo com Rosalina. Mais recentemente,
nasceu de Glória a sua primeira bisneta: Júlia.
Na década de 90, prestes a conquistar a sua aposentadoria no
INSS, Dª Maria preocupou-se com esse “depois” e sempre com esse espírito
empreendedor, pensou em uma nova atividade laborativa. Descobriu uma
oportunidade comercial de explorar a venda de massas para pastel. Experimentou
de forma muito incipiente fornecer o que ela desenvolveu junto aos colegas de
trabalho e amigos bem próximos. Sucesso. Esse embrião, ainda sem nome, já era a
MASSAS MAGO.
A história da Mago pode ser descrita num parágrafo. Mas o
volume do seu desenvolvimento tem a medida de 20 anos. Surgiu dentro de casa,
(ou fundo de quintal, como dizem) e foi transpondo os seus desafios de
crescimento e sustentação dia a dia, mês a mês, ano a ano: primeira máquina
(cilindro de padaria), primeiro ajudante, embalagem, vendedor, contador,
freezer, veículo, empresa, novo local, marca, vendas em supermercados,
informática, mais funcionários, cursos, mais maquinários, mais fornecedores,
mais veículos, mais problemas, mais desafios, mais realizações, mais clientes,
mais amor pela história…
Agora D. Maria gosta de multiplicar a sua plantação na casa
que construiu na Barra dos Coqueiros, cultivando a terra.
Nesse ambiente passou a recordar-se de que aprendera a
bordar com as tias Dona e Francelina em Nossa Senhora da Glória, quando menina.
As mulheres naquele tempo faziam rendas e fiavam em rocas rústicas à mão e à
máquina. Tudo o que aprendeu foi olhando como as pessoas faziam. Tornou-se
artista plástica, produzindo e vendendo quadros bordados com motivos da sua
paixão: o sertão. Dedica-se e coloca as mãos sobre os caminhos das linhas em
tons de terra e coloridos harmoniosos. Cada obra segue a sequencia das costuras
pessoais e coletivas, as quais bordam o nosso percurso identitário de
nordestinos.
Já expôs em shopping, feiras e missões culturais… Agora faz
ioga, ginástica e neuro-linguística durante a semana, sem deixar de ir ao
chorinho musical nas sextas-feiras com as amigas… Também virou universitária na
UFS (a mais idosa da turma, claro!), cursando História de Sergipe… Quer falar
com ela? Se não puder de forma presencial, passe-lhe um WhatsApp ou uma
mensagem para o seu Facebook!
Texto e imagem reproduzidos do site: mariagoes.com.br
Parque localizado em umas das praças mais importantes de
Aracaju/SE., a Praça Olímpio Campos, que abrange também a nossa Catedral
Arquidiocesana Nossa Senhora da Conceição. Inaugurado em 1928, o parque era um
ponto de encontro animado que deixou boas recordações nos aracajuanos da época.
(Fonte: mariagoes.com.br).
Obra da artista plástica Maria Góes (Tamanho: 58 cm x 45
cm.).
Imagem reproduzida do site: mariagoes.com.br
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Curtidas e comentários no link desse artigo, postado no
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Sensacional. Esta é a MINHA TIA MARIA.
ResponderExcluirDEUS ABENÇOE MARIA GOES
ResponderExcluirPRIMA DO MEU PAI ANTONIO DE SOUSA GOES
SP.CAPITAL.