Carnaval em Aracaju/SE., Década de 80.
Clube do Povo, Largo da Praça Fausto Cardoso.
Foto reproduzida do blog: aracajusaudade.blogspot.com.br
De: Eudo Robson.
Publicado originalmente no site Infonet/Blog Ivan Valença, em
22/02/2017.
O carnaval de antigamente tinha encantos.
Por Ivan Valença.
Se fosse possível ter congelado um sergipano há quarenta
anos atrás e o trouxesse à vida agora, nesta semana de pré-carnaval, certamente
ele ficaria surpresa com as transformações da nossa maior festa popular. Aí por
volta dos anos 80, só havia carnaval em clubes – praticamente na antiga
Associação Atlética, que ficava ali na rua Vila Cristina (o prédio da AAS já
foi derrubado), e no Iate Clube de Aracaju, na praia 13 de julho. Também havia
festa nos salões do Vasco Esporte Clube, no bairro Industrial, e em outros
clubes menores localizados em bairros como Siqueira Campos. O Zé Povão que não
podia comprar mesas em clubes sofisticados ia para a praça Fausto Cardoso,
notadamente em dias de desfile, no que se chamava de “escola de samba” – ou um
arremedo delas. Quem tinha posses, como ainda hoje, se mandava para Salvador,
onde o carnaval sempre foi uma delícia. Em bairros, como Siqueira Campos, havia
sempre o desfile de blocos, composto por pelo menos sessenta pessoas. Quando os
relógios marcavam 10, 11 horas da noite, os observadores iam logo embora. Ou
seja, não era um carnaval que atraísse a atenção popular. Por isso, Aracaju
ganhou a fama de “cemitério do carnaval”: ele atraia muitos baianos que vinham
para Aracaju, a fim de descansar. O carnaval deste ano promete repetir o do ano
passado, ou seja, com poucas atrações. Não haverá sequer passagem de blocos
pela praça Fausto Cardoso. Quem quiser brincar é melhor ir para a Atalaia – não
que lá vá ter alguma coisa, mas é melhor do que ficar no centro da cidade, onde
não ocorre nada.
Texto reproduzido do site: infonet.com.br/blogs/ivanvalenca
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