Depois do grupo, Liliane aprendeu mais
sobre respeito às diferenças.
Adenilson se sente bem em fazer parte do projeto.
Fabiano Bispo é o professor que lidera os jovens.
Projeto MusicArt é composto por cerca de 20 alunos da Emef
Fotos: Silvio Rocha.
Publicado originalmente no site da PMA, em 19/09/2017.
Projeto da Emef José Conrado de Araújo leva aulas de música
aos alunos
Das notas marcantes do sax, aos acordes do baixo, o projeto
MusicArt, criado há três anos como uma extensão do programa Mais Educação, tem
propiciado aos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Conrado de
Araújo, no bairro São Conrado, não só uma opção de entretenimento cultural, mas
também um contato mais aprofundado com a música e a chance de iniciar uma
carreira artística.
Liderado pelo professor de música que atua no ramo há 18
anos, Fabiano Bispo, o projeto atende cerca de 20 alunos, a partir do 4° ano do
Ensino Fundamental, que ensaiam uma vez por semana no espaço da escola após as
aulas. "Com o projeto MusicArt a gente pretendia ensinar a musicalização
aos alunos, para que eles tivessem a oportunidade de aprender e se apresentar
em outros lugares, como já vem acontecendo. Para mim é uma alegria poder contribuir
com a criação de oportunidades para esses jovens que estão sujeitos a um
ambiente de vulnerabilidade, que não têm condições de pagar um instrumento ou
uma escola de música", conta o professor.
Um dos maiores objetivos do projeto é tornar a banda cada
vez mais profissional e ampla, já que o número de participantes vem aumentando,
assim como a inquestionável dedicação do professor que atua voluntariamente.
"Antes os instrumentos eram só de sopro, como o sax, o trompete e a
clarineta. Agora já contamos com baixo, bateria, guitarra, teclado, e almejamos
desenvolvê-la cada vez mais, para que logo mais a banda se torne
sinfônica", ressalta Fabiano.
Com o repertório sempre diversificado, que perpassa por
gêneros musicais desde a MPB, até o pop e a música clássica, o grupo tem
conquistado não só o público externo, mas também a coordenadora adjunta da
escola, Carla Cristina. "Eu sou fascinada, e até um pouco suspeita para
falar sobre esse projeto, porque gosto muito e vejo isso como uma ferramenta
pedagógica importantíssima, não só por ser arte, mas também por ela contribuir
com o desenvolvimento pessoal e com o rendimento escolar desses estudantes. Os
adolescentes que participam do MusicArt têm mais disciplina dentro da sala de
aula, melhores resultados em relação às notas, e queremos atrair cada vez mais
alunos para terem a mesma oportunidade", explana a madrinha do projeto.
Dedicação
A música tem sido cada vez mais utilizada como uma atividade
de apoio a diversos projetos de formação e inclusão, o que colabora significativamente
para a diminuição das desigualdades sociais. O projeto MusicArt contribui
justamente nesse sentido, ao oferecer oportunidades para que os alunos da
comunidade carente em que a escola é localizada possam trilhar o caminho
artístico com o respaldo necessário.
Participante do projeto há três anos, a estudante de 17 anos
Liliane Cruz enfatiza o significado que a música tem em sua vida desde o seu
ingresso no grupo. "É um aprendizado diário, a cada dia aprendo mais, não
só sobre música, mas também sobre a convivência em grupo, sobre respeito com as
diferenças. A música me levou a enxergar outros horizontes. Para mim é uma
honra estar aqui, porque me sinto em casa, nós somos como uma família,
aprendemos uns com os outros, e é uma experiência fantástica", afirma.
A sala onde acontecem os ensaios, no primeiro andar da
escola, em breve não comportará mais a quantidade de alunos interessados em
participar. De acordo com o professor, além dos integrantes oficiais, mais 15
alunos ensaiam separadamente para que, logo mais, possam fazer parte do grupo e
das apresentações, que já ultrapassam os limites da escola e chegam às igrejas,
praças públicas e teatros.
Assim como Liliane, o aluno e músico Adenilson Tavares, de
14 anos, salienta a importância de ter a chance de participar das aulas e de se
desenvolver no ramo musical. "Me sinto muito feliz. Antigamente eu não
tinha nada para fazer em casa, e hoje eu me dedico à banda. Estou aqui não só
porque é bom para o meu crescimento, mas também porque gosto. É sempre muito
bom poder nos apresentar fora daqui para mostrar às pessoas o nosso projeto,
mostrar como a gente é", conta o clarinetista.
Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br
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