sábado, 30 de setembro de 2017

Negritude e empoderamento são tema da III Conferência da Igualdade Racial






 Eliane Aquino, vice-prefeita e secretária da Assistência.

 Lídia Anjos, diretora da Diretoria de Direitos Humanos.

 Maria Nely, historiadora.





Fotos: Danillo França.

Publicado originalmente no site da PMA, em 29/09/2017.

Negritude e empoderamento são tema da III Conferência da Igualdade Racial

Aracaju é negra. Basta olhar com atenção para o seu povo, para os seus traços, formas e cores. Aracaju é negra e não se envergonha de sua tez. Para reafirmar e discutir os direitos das pessoas negras, levando, posteriormente, as propostas a nível estadual e federal, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, realizou a III Conferência Municipal em promoção da Igualdade Racial com o tema “Aracaju na Época dos Afrodescendentes”, no auditório da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Presidente Vargas, durante toda esta sexta-feira, 29.

A batida dos tambores pulsava seca enquanto as saias rodavam cadenciadamente. Os rostos coloridos pela noite, adornados pelas cores vibrantes dos tecidos, colares e turbantes se misturavam e formavam um só povo, que tomou assento para dialogar a respeito de Reconhecimento, Justiça, Desenvolvimento e Igualdade de Direitos. O recorte feito para a escolha da temática a ser trabalhada nesta Conferência se deve à resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que, percebendo o genocídio e as desigualdades contra a população afrodescendente, entendeu que essas questões devem ser encaradas como prioritárias pelos países. Por esse motivo, foi tomada a decisão de tornar o decênio 2015/2024 em década dos afrodescendentes, fazendo com que os países se empenhem em uma série de políticas públicas ligadas aos direitos desses povos.

A vice-prefeita e secretária da Assistência Social de Aracaju, Eliane Aquino, saudou a todas as pessoas que caminharam os direitos constitucionais pudessem ter validade atualmente e discorreu sobre o momento importante que a sociedade como um todo vivencia. “Eu aprendi uma oração de agradecimento aos ancestrais por tudo que a nossa sociedade evoluiu até aqui. Eu tenho certeza que muitos deles derramaram suor e sangue para que nós pudéssemos dialogar sobre esse tema. Não é uma conferência simplesmente para cumprir papel, mas para romper com as barreiras. As outras conferências não aconteceram em um momento tão decisivo quanto o que estamos vivendo agora. Nós precisamos estabelecer em nossas mentes e corações que não vamos deixar os nossos direitos se esvaírem, como se as nossas conquistas e dos nossos ancestrais, ao longo dos anos pudessem ser jogadas fora. Por tanto, uma das primeiras coisas que nós fizemos quando assumimos essa secretaria foi criar a diretoria de Direitos Humanos, para que as ditas minorias pudessem ter vez e voz. Avançar nesse momento não é condicional, é urgente e necessário”. 

Na Prefeitura como diretora de Direitos Humanos, Lídia Anjos, assistente social e ativista do movimento negro, acredita que o ambiente das Conferências Municipais é extremamente favorável ao diálogo. “Quando eu assumi essa tarefa nós tínhamos um único propósito: compreender que quando discutimos sobre as políticas públicas para os negros, as pessoas com deficiência, as mulheres, à população LGBT e para os idosos, estamos falando de direito humanos, compreendendo que existem realidades diferenciadas em cada vivência e esse é um momento fundamental para falarmos da vivência das pessoas negras na cidade de Aracaju”.

A historiadora Maria Nely dos Santos foi uma das palestrantes do evento e ela entende que as pessoas negras precisam ser representadas nos vários âmbitos da sociedade. “Nós precisamos ocupar muitos espaços e sermos reconhecidos. Hoje, infelizmente, nós continuamos vendo poucos negros em cargos de poder e nós temos pessoas extremamente categorizadas e capazes. Existe um leque muito grande de intelectuais e empreendedores negros, que poderia trazer representatividade, mas isso ainda não acontece. A conferência é um espaço bastante importante para estarmos e que daqui nós possamos colocar em prática a maioria das resoluções porque o nosso povo precisa deixar de somente resistir para existir, democraticamente falando”.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

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