Fotos: Ana Lícia Menezes
Postado originalmente no site da Agência Aracaju de Notícias, em 15/05/18
Projeto ‘Fruta é Bom Demais’ estimula alimentação saudável
para crianças da rede municipal
Além de receber educação de qualidade de forma gratuita, o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina que toda criança tenha
direito a um programa de alimentação saudável em sua escola. Pensando em
proporcionar uma alimentação que supra todas as necessidades e que contribua
para o desenvolvimento de todas as crianças matriculadas na rede municipal de
ensino, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal de Educação
(Semed), criou o projeto ‘Fruta é bom demais'.
Elaborado e executado pela Coordenadoria de Alimentação
Escolar (Coae) da Semed, o projeto foi criado em 2017 e tem como público alvo
as crianças, de três a cinco anos, matriculadas nas Escolas Municipais de
Ensino Infantil (Emei). O objetivo do projeto é estimular o consumo de frutas
pelos alunos, fazendo-os conhecer suas propriedades nutricionais através de
atividades lúdicas.
Através de visitas de supervisão, as equipes da
coordenadoria constataram que, mesmo com o lanche sendo oferecido pela escola,
muitos pais mandam alimentos de casa e, muitas vezes, produtos
industrializados, como refrigerantes e biscoitos recheados. "Os pais fazem
isso por desconhecimento do cardápio da alimentação escolar dos filhos. O nosso
objetivo é aumentar o consumo das frutas pelos nossos alunos e valorizar a
alimentação escolar. A ideia também é que as crianças venham conhecer as nossas
frutas regionais que, a maioria, estão disponíveis o ano todo", explica a
nutricionista e coordenadora da Coe, Verônica Maria da Silva.
O projeto
O ‘Fruta é bom demais', em 2017, realizou atividades em 11
escolas da rede municipal. Neste ano, até o momento, sete escolas já foram
atendidas. O objetivo é, ainda este ano, passar por todas as Emeis e atender o
maior número possível de crianças matriculadas. Nas visitas às unidades de
ensino, a equipe da coordenadoria utiliza teatro de fantoches e dinâmicas para
passas as informações para os alunos.
"A peça conta a história de Pedrinho, um menino que não
come frutas e começa a adoecer de forma mais recorrente. A mãe dele o aconselha
a comer fruta porque é importante e faz bem a saúde. Pedrinho obedece e começa
a consumir as frutas, então fica mais forte, disposto para brincar e não fica
mais doente. Tudo numa linguagem simples pra que eles compreendam", conta
Verônica.
"Pensamos em
algo lúdico, que fosse específico para essa primeira infância, porque é nessa
fase que os hábitos alimentares são implantados na criança. É importantíssimo
que seja trabalhado nos alunos da educação infantil para que, quando eles
chegarem à adolescência e fase adulta, já tenham um hábito alimentar
saudável", completa.
Além do teatro, as nutricionistas também criaram a
"caixa mágica", uma caixa de papelão decorada com um espaço para a
criança colocar a mão e, através do tato, descobrir qual fruta está lá dentro.
Tudo com as dicas das profissionais. "Conhecendo as frutas, eles aumentam
seu consumo. À medida que os lanches passam a ser mais saudáveis, diminui a
abertura para inclusão desses outros alimentos que não são saudáveis. Quando a
gente termina as atividades, muitas vezes, os que estão com lanche na mão que
trouxeram de casa já não querem mais, compreendem que aquilo ali não faz bem à
saúde", comemora Verônica.
Obedecendo a legislação do Programa Nacional de Alimentação
Escolar (Pnae), são ofertadas nas escolas da rede municipal de ensino três
porções de fruta e três de hortaliças por semana e, muitas vezes, boa parte
acabava sobrando. A partir dessa verificação, foi constatada a necessidade da
criação do projeto.
Além do trabalho
realizado com as crianças, a equipe do projeto também busca conscientizar os
pais dos alunos, divulgando o cardápio das escolas e mostrando que não há
necessidade de mandar lanche de casa.
"A alimentação escolar do município de Aracaju é motivo
de muito orgulho, pois é uma alimentação de qualidade, tanto na questão
nutricional, quanto na questão higiênico-sanitária. Eu posso garantir que a
alimentação escolar é saudável e os pais não precisam mandar lanche de casa.
Mudança de hábito é muito difícil, mas vamos tentando reverter",
complementa a nutricionista.
Segundo dados de uma pesquisa realizada em 2016 pela
Vigitel, órgão ligado ao Ministério da Saúde, 56% dos brasileiros estão acima
do peso. Um dos objetivos do projeto Fruta é bom demais é justamente tentar reverter
esses índices no município de Aracaju. "Também existem estudos que
comprovam que crianças com sobrepeso e obesidade serão adultos obesos, por isso
que a prevenção tem que ser feita agora. Vemos crianças de dois e três anos
tomando refrigerante, suco industrializado, comendo macarrão instantâneo, isso
faz com que doenças comuns apenas em adultos estejam atingindo também os
pequenos".
Perspectivas
Após finalizar todas as escolas de ensino infantil, o foco
da Coae serão os alunos das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef),
onde os matriculados estão na fase da adolescência. Um dos temas abordados,
além das consequências da má alimentação, será os riscos de aderir às dietas
sem orientação.
"Usaremos outras metodologias, com uma linguagem
voltada para os adolescentes. Eles estão em uma fase que é mais difícil lidar,
pois questionam muito e estão muito ligados à aparência do corpo. Vamos desmistificar
a ideia de que alimentação saudável é uma coisa cara e também os riscos de
aderir às dietas da moda, que eles veem na internet", destaca Verônica.
Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br
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