O produtor Kassem explica as etapas
de um vídeo documentário
Participar deste projeto é uma oportunidade única
e de grande relevância, diz Marcos Vinícius
Coordenador de eventos do NPDOV, Anselmo Amaral
A estudante e integrante do projeto, Lilian Leite,
fala que está descobrindo uma nova história da renda irlandesa
Para a rendeira de 80 anos, dona Henedite dos Santos Cruz,
trabalhar com a renda irlandesa é uma terapia
Historiadora do Iphan, Flávia Gervásio
Coordenadora do Núcleo de Produção Digital
Orlando Veiria, Graziele Ferreira
Fotos: Edinah Mary
Publicado originalmente no site da PMA, em 05/05/18
Vídeo documentário sobre Renda Irlandesa é produzido sob o
olhar de 25 jovens em Sergipe
A manhã deste sábado, 5, foi especial para os 25 jovens
sergipanos que fazem parte da produção do vídeo documentário “Modo de fazer
renda irlandesa”, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) em parceria com o Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira
(NPDOV), unidade administrada pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju. Na
ocasião, os futuros cineastas tiveram a oportunidade de assistir os primeiros
cortes da produção audiovisual, na sala de exibição Walmir Almeida, no Centro
Cultural de Aracaju.
De acordo com a coordenadora do NPDOV, Graziele Ferreira, a
unidade é um equipamento cultural que permite o acesso ao conhecimento através
do audiovisual e ultrapassa os limites do município de Aracaju. “Estamos
atendendo 25 jovens do interior do estado e para o Núcleo é uma satisfação e
confirmação do potencial do audiovisual no diálogo com a juventude. É uma
linguagem artística facilmente usada e compreendida por todo mundo independentemente
da idade e é extremamente importante a participação desses jovens neste curso,
que gera um produto audiovisual, no caso o documentário sobre o patrimônio
imaterial de Sergipe, que é o modo de fazer renda irlandesa, reconhecido pelo
Iphan”, ressalta.
O projeto visa um intercâmbio de saberes entre os polos que
têm a tradição da renda irlandesa e os alunos. “Participar deste projeto é uma
oportunidade única e de grande relevância. Ele nos permite a conhecer mais
sobre nossa história e principalmente conhecer como a renda irlandesa entrou na
vida de nossa família, mostrando que é uma tradição passada de avó para mãe,
que passa para a filha sem deixar morrer esse ciclo cultural. Além de permitir
que os participantes interajam contando curiosidades sobre essa arte na cidade que
residimos e, além de conhecer outras histórias através das entrevistas feitas
diretamente com as rendeiras”, comenta o estudante e integrante do projeto,
Marcos Vinícius.
Segundo a historiadora do Iphan, Flávia Gervásio, a escolha
dos 25 alunos foi feita através das rendeiras e a parceria com o NPDOV surge a
partir de sua relevância em Sergipe no quesito audiovisual. “Efetivamos o
convênio com o NPDOV devido à própria expertise na área audiovisual. É bom
citar que a renda irlandesa é registrada como patrimônio imaterial de Sergipe
pelo Iphan, todo bem registrado tem uma documentação audiovisual que
complementa a pesquisa sobre o modo de fazer renda irlandesa. Por isso,
precisávamos de jovens que tivessem uma ligação direta com a renda irlandesa e
chegamos a esse número de alunos por uma seletiva feita pelas próprias
rendeiras que estão expondo a sua história no modo de fazer renda através do
documentário produzido por esse alunos”, acrescenta.
“Este convênio entre o NPDOV e o Iphan é importante para Aracaju
e para a nossa cultura. Além de ser um marco na história do NPDOV, pois os
alunos estão produzindo um documentário sob a supervisão do Núcleo e é uma
forma de enaltecer esse patrimônio e uma forma de eternizar através do vídeo
permitindo que outras gerações possam ter acesso”, diz o coordenador de eventos
do NPDOV, Anselmo Amaral.
Para a rendeira de 80 anos, dona Henedite dos Santos Cruz,
trabalhar com a renda irlandesa é uma terapia, além de um trabalho remunerado
que ela já pratica há 10 anos através das vendas das peças que ela mesma
confecciona. “Estou encantada com essas primeiras cenas do documentário. Para
mim, é um orgulho ser rendeira e representar essa profissão no documentário e,
é uma forma também de ganhar dinheiro, além de esquecer os problemas da vida
enquanto estou trabalhando, acabo esquecendo do mundo lá fora. Só quero saber
de fazer renda irlandesa”, justifica.
O documentário permite que o aluno possa aprender e
compreender sobre a tradição do modo de fazer renda nos municípios sergipanos
de Laranjeiras, Divina Pastora, Maruim e Nossa Senhora do Socorro. “Eu gostei
do conjunto da obra. Eu aprendi muito. Antes eu pensava que apenas o município
de Divina Pastora tinha a renda irlandesa, com o projeto vi que são quatro
polos no total e que diversas famílias sobrevivem há anos através da renda
irlandesa e com a produção do documentário podemos perpetuar essa arte”,diz a
estudante e integrante do projeto, Lilian Leite.
A exibição dos primeiros cortes termo usado no audiovisual é
assistir as cenas cruas sem edição. “Os alunos passaram por diversas oficinas,
como entrevistar, como pesquisar sobre o tema, como manusear a câmera, entre
outros temas e hoje, exibimos as cenas que eles produziram durante as aulas
práticas e a partir deste ponto vamos trabalhar a última etapa e uma das mais importantes,
que é a edição”, conclui o produtor Kassem.
Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br
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