Foto: Victor Ribeiro/ASN.
Publicado originalmente no Portal Infonet, em 24/10/2016.
Museu da Gente celebra sergipanidade diariamente
Nesta segunda-feira, 24, comemora-se o Dia da Sergipanidade
Se a verdadeira identidade de um povo está em sua cultura,
nenhum lugar é mais sergipano do que o Museu da Gente Sergipana Governador
Marcelo Déda. Nele, a valorização da cultura local e a sensação de
pertencimento são mote de trabalho diário. Inaugurado em 2011, fruto de uma
parceria entre o Governo do Estado e o Instituto Banese, o museu celebra os
traços da sergipanidade em sua forma mais genuína: do ponto de vista da cultura
popular.
No espaço, a rica arquitetura do antigo Atheneuzinho
mistura-se ao repente [arte baseada no improviso cantado], literatura de
cordel, culinária, fauna e flora e muita interatividade. Nas palavras do
superintende do Instituto Banese, Ezio Déda, além da proposta de valorização da
cultura local, o espaço veio também com a proposta de descontruir e
desmistificar a imagem engessada de como um museu deve ser.
“Quando se pensa em museus, o que está no imaginário
coletivo é que são espaços solenes, onde o objeto está lá inacessível. Aqui não
é conteudista, que você vai sentar e pesquisar profundamente o tema. O museu
brinca, suscita, provoca, te faz descobrir coisas e é um marco significativo na
sergipanidade, porque celebra o que há de mais genuíno, a cultura do povo. É um
museu que aborda os mestres da cultura popular, as indumentárias dos grupos de
cultura popular, celebra o cordel, o repente, o feirante, então é um lugar da
gente mesmo”, defende o superintendente.
Ezio, que também assina a restauração do prédio, diz que um
dos direcionamentos do projeto – passado pelo então governador Marcelo Déda –
foi de construir o que viria a ser ‘o espelho do povo sergipano’. “O
direcionamento foi de criar um espaço em que o sergipano pudesse se enxergar e
que o turista chegasse e entendesse o que é essa gente, quais são os elementos
que nos caracterizam, traços culturais, fisionômicos, brincadeiras, modo de
falar etc. O que está exposto aqui é o que tem na casa da gente”.
E ao expor o que está no cotidiano do sergipano, o Museu da
Gente provoca, principalmente, nas crianças, o reconhecimento do ‘ser
sergipano’. “Esse é um processo gradativo de educação, muito significativo.
Especialmente nos grupos escolares. Eles veem aqui elementos do seu dia a dia,
acessam equipamentos, que dialogam com o que vivenciam, e isso desperta a
sensação de pertencimento, valorização. E quando essa criança sai daqui é com
outro olhar”, explica o superintende.
Tal opinião é reforçada pela professora Laís Santana, que
levou os alunos do 5º ano da Escola Estadual Alcebíades Paes e seus familiares,
do município de Cumbe, para a sua primeira visita ao museu, como parte de um
projeto lançado por ela. “Sempre desejei proporcionar momentos de aprendizagem
além da sala de aula. Na minha experiência de escolarização, eu senti muito
essas ausências. É um compromisso que eu tenho com meus alunos”, diz.
A professora conta que antes da visita, trabalhou em sala de
aula a temática da sergipanidade. “Para conhecer o que é do outro, primeiro
você tem que ter certeza da sua identidade, certeza de quem você é enquanto
povo, como comunidade”.
O estudante Alejandro Ivan Santana Alves, 14 anos, diz que
não conhecia o museu e que deseja visitar novamente o espaço. “É melhor do que
eu tinha imaginado. Gostei de ver a caatinga, a fauna e a flora sergipana. Eu
acho que esse museu mostra muito o que é ser sergipano”.
“Essa é minha primeira visita e estou gostando demais. A
nossa cultura é muito linda”, declara a dona de casa Vera Santos, que
participou da visita acompanhando o neto.
O Museu da Gente Sergipana, inaugurado em 26 de novembro de
2011, foi o primeiro centro multimídia do Nordeste. Em 2012, recebeu o prêmio
‘O melhor da Arquitetura’, organizado pela revista Arquitetura e Construção.
Dois anos depois, entrou para a lista dos 10 melhores museus do site
TripAdvisor. Prestes a completar cinco anos de funcionamento, o museu
contabiliza 400 mil visitas (cerca de 80 mil ao ano).
Além do acervo permanente, o espaço recebe a cada quatro
meses uma exposição nova em seu hall. A próxima exposição temporária retratará
os 90 anos do prédio Atheneuzinho. O espaço realiza ainda apresentações de
música, lançamentos culturais e palestras. “Cinco anos depois o fluxo de
visitação se mantem, o que mostra que não foi uma obra de marketing. O Museu da
Gente acaba sendo um polo de acontecimentos culturais, que vai além do acervo
permanente e que faz com que as pessoas voltem inúmeras vezes”, finaliza Ezio.
O Museu da Gente Sergipana Governador Marcelo Déda funciona
de terça a sexta-feira, das 10h às 16h, e aos sábados, domingos e feriados das
10h às 15h.
Fonte: Secretaria de Estado da Comunicação Social.
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/noticias/cultura
Nenhum comentário:
Postar um comentário