Publicado originalmente no blog Academia Literária de Vida, em 13/08/2016.
Necrológio Maria Lígia Madureira Pina.
..."Maria Lígia Madureira Pina partiu para outra
dimensão de vida em 14 de agosto de 2014, deixando um rastro luminoso na sua
passagem terrena. Não precisou prestar contas ao criador, pois eram muitos os
créditos acumulados na corte divina, que os portões do paraíso já estavam
abertos. Nenhum porteiro a lhe cobrar credenciais... Ela sorridente entrava
ouvindo a música celestial e o coro dos anjos louvando a sua chegada."
***
Afirmam os estudiosos da cultura oriental que os cidadãos
japoneses, de todas as classes sociais, são obrigados a se curvar diante do
imperador, em sinal de subserviência e respeito. Há uma categoria profissional,
entretanto, que não é obrigada a fazer esta reverência. Poderá fazê-la se
quiser, em sinal de respeito, de consideração, nunca por obrigação: é a
categoria dos professores. O Imperador japonês, por sua vez, não deve se curvar
diante de ninguém, a não ser diante de seus mestres em sinal de consideração e
gratidão. O divino imperador japonês, se curva diante de um humilde cidadão. Um
humilde cidadão, mas um cidadão sábio. É essa sabedoria que se respeita
juntamente com o homem que a possui. O imperador sabe que jamais teria a
sabedoria necessária para governar se não fossem os ensinamentos e a orientação
dos seus mestres. Para eles, numa terra onde não há professores não pode haver
imperadores.
No Japão, essa valorização do mestre foi uma das
responsáveis por tirar o país do caos em que mergulhou depois da Segunda Guerra
Mundial. Seguindo esta política de valorização dos professores, o Japão
tornou-se a segunda maior potência econômica do pós-guerra.
- Sr. Presidente, minhas senhoras e meus senhores,
estamos aqui reunidos nesta assembleia, para reverenciar,
como fazem os imperadores japoneses, à memória desta grande mestra, Maria Lígia
Madureira Pina, que deixou um rastro de boas ações e de realizações pelos
caminhos que percorreu semeando as sementes do saber, plantadas e bem cuidadas
pela dedicação da mestra que ensinou a tantas gerações. Digo mestra, senhor
presidente, porque o professor é aquele que apenas ensina, e o mestre ensina e
dá exemplos.
A acadêmica Maria Lígia Madureira Pina não foi apenas uma
professora, foi acima de tudo uma grande mestra que soube transmitir com
segurança os seus conhecimentos e mais do que isto, soube ser exemplo aos
alunos e a toda a sociedade sergipana: foi exemplo de dignidade, foi exemplo de
dedicação, foi exemplo de responsabilidade no desempenho das suas funções, foi
exemplo de amor com sua arte literária, foi exemplo de comprometimento com as
duas academias das quais participava, foi exemplo de muitas virtudes.
Dom Helder Câmara, no seu livro “Mil Razões para Viver”
publicou um pequeno poema de grande significado falando sobre a virtude da
docilidade, e assim ele dizia: “existem pessoas que são como cana de açúcar,
mesmo que sejam esmagadas, maltratadas e feridas só sabe dar doçura”. E a
Acadêmica Lígia Pina foi um exemplo de doçura. A virtude da docilidade consiste
numa força magnética que atrai a todos, a vida se torna mais suave quando a
pessoa age com docilidade. Não confundir doçura com fraqueza. Quem a conheceu
sabe disso!
Tenho observado que as mulheres que transmitem doçura têm
uma determinação e uma fortaleza de espírito inquebrantável, não se dobram nem
esmorecem diante das adversidades, ao contrário, sabem enfrentá-las sem
temores. Assim foi Irmã Dulce, assim foi Madre Tereza de Calcutá, assim foi D.
Maria Virgínia Leite Franco, assim foi Maria Lígia Pina. Assim foram tantas
mulheres que traziam a doçura no sorriso e a tempera do aço no espírito.
Maria Lígia Madureira Pina nasceu em Aracaju, em 30 de
setembro de 1925. Era a única filha do casal formado por Afonso Pinna e
Alexandrina Madureira Pinna. Iniciou a sua educação formal na escola de D.
Carlota Sales de Campos onde aprendeu as primeiras letras e adentrou o mundo
mágico dos números, dominando o manuseio da tabuada. Ali, recebeu de sua
primeira professora os ensinamentos básicos, recheado de conhecimento e saber,
que serviram como esteio para o desenvolvimento intelectual e o futuro
aprendizado profissional. Dai, passou a estudar no Colégio Nossa Senhora de
Lourdes, indo posteriormente para a Escola Normal.
Já professora, graduada pela Escola Normal, tentou fugir do
magistério, para atuar como comerciária, na firma Cabral Machado & Cia,
tentativa esta frustrada diante da sua pouca aptidão para a prática comercial e
da sua grande vocação para o Magistério e principalmente porque havia
conquistado no curso do Instituto de Educação Rui Barbosa, um amadurecimento
social e cultural, capaz de transmitir aos adolescentes aracajuanos, os
conhecimentos obtidos naquela instituição de ensino público.
Definitivamente convencida do seu pendor para lecionar,
inaugurou o seu talento e vocação para o magistério como professora autônoma,
com a tarefa de dar aulas de reforço a crianças da sociedade aracajuana. Nesse
tempo, preparava-se, também, para o vestibular da Faculdade de Filosofia de
Sergipe, merecendo brilhante aprovação.
Graduando-se em História e Geografia, pela antiga Faculdade
Católica de Filosofia de Sergipe, dedicou-se ao magistério por mais de três
décadas, lecionando aulas de História, Geografia e Sociologia na rede pública
do ensino estadual, em especial no Colégio Estadual Atheneu Sergipense,
Instituto de Educação Rui Barbosa, no Colégio Dom José Thomaz, Colégio Nossa
Senhora de Lourdes, no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe,
no Colégio Tiradentes onde foi professora fundadora e recebeu homenagem da UNIT
por este fato, além de outros colégios de Aracaju.
No exercício das suas funções como educadora inovou os
métodos de ensino criando peças de teatro, palavras cruzadas e charadas, como
formas de transmissão de conhecimento. Encenou duas peças teatrais de caráter
histórico com objetivos didáticos: O Viajante do Tempo com alunos do Colégio
Aplicação da UFS, em 1975; e o Ponto Ômega com alunos e professores do Colégio
Estadual Atheneu Sergipense em 1979. Publicou ainda trabalhos de cunho didático
a exemplo da obra Riquezas do Brasil, em 1969, “Tudo isso é Brasil”, “História
do Brasil (da Colônia à Revolução de 1930)”.
No decorrer da sua carreira participou de várias bancas
examinadoras e de eventos educacionais no Brasil e no exterior, valendo
destacar o Curso de Sistemas Educacionais, que freqüentou em Israel, no ano de
1989.
Ademais, teve uma participação efetiva nos acontecimentos e
nas instituições culturais de Aracaju, com incursões no jornalismo e na vida
sindical do magistério, pois foi Presidenta do Sindicato dos Professores
durante cinco anos. Foi ainda Membro do Instituto Histórico e Geográfico de
Sergipe, da Associação Sergipana de Imprensa, do Conselho Estadual de Cultura,
da Academia Literária de Vida, e da Academia Sergipana de Letras.
No jornalismo, a intelectual Maria Lígia Pina colaborou com
suas bem elaboradas crônicas, artigos e poesias, para os jornais A TARDE,
suplemento local; Arte e Literatura, suplemento da Gazeta de Sergipe; O
Sergipense, do qual foi fundadora e editora; Jornal da Cidade; Letras
Sergipanas, da Academia Sergipana de Letras; jornais e revistas da Academia
Literária de Vida entre outros.
Poetisa desde a infância escreveu seus primeiros versos aos
dez anos de idade. Além de poetisa foi contista, cronista, romancista e
teatróloga. A poesia e a arte sempre estiveram presentes na vida da intelectual
Maria Lígia Pina e ela deu uma valiosa contribuição ao desenvolvimento cultural
de Sergipe. Em 20 de dezembro 1992, juntamente com as ex-colegas e amigas:
Leyda Regis, Maria da Conceição Ouro Reis, Yvone Mendonça de Souza, Maria Hermínia
Caldas e Shirley Maria Santana Rocha, Cléa Maria Brandão fundou a Academia
Literária de Vida da qual foi presidenta até seus últimos dias. Nesse
sodalício, hoje composto por 12 acadêmicas, as integrantes expõem seus talentos
apresentando peças literárias, poesias, desenvolvem pesquisas voltadas para a
cultura, promovem palestras, publicam revistas contendo obras das acadêmicas,
além de manter um blog divulgando as atividades ali realizadas. Nesta academia
há um clima de solidariedade e de convivência harmoniosa contagiantes. Após sua
aposentadoria, a literatura e a Academia Literária de Vida passaram a ser a sua
grande motivação e a elas dedicava grande parte do seu tempo. Não esquecia,
também, a sua freqüência e participação na Academia Sergipana de Letras, onde
ocupava o cargo de Vice- Presidente. Como fruto da sua atividade literária, a
Acadêmica Lígia Maria Madureira Pina publicou livros de poesias, contos e
história. Nos últimos dias de vida dedicava-se a concluir um novo livro de
poesias, e o romance “Vida é Amor”, ainda inéditos.Trabalhava, também, na
segunda edição de “A Mulher na História”, complementada e atualizada.
O primeiro livro de poesia, da Acadêmica Lígia Pina
“Flagrando a Vida” não foi uma obra esculpida na pedra da imaginação. Cada um
destes poemas reflete uma cena vivida, que a autora presenciou, e tocou à sua
sensibilidade levando-a a sofrer e a chorar nos versos dos seus poemas,
solidária aos que estão sofrendo e chorando as dores deste mundo angustiado. O
contexto do livro é o social. Em quase todos os 37 poemas há sede de justiça
baseado no amor e na fraternidade. A autora não aderiu aos sentimentos
exacerbados dos poetas românticos que construíram sua arte poética
lamentando-se ou chorando seus íntimos ais. A autora lamenta e chora as dores
dos injustiçados e dos que amargam o abandono, a miséria e a pobreza. Os poemas
estampados na obra poética FLAGRANDO A VIDA são flashes que a autora fixa como
se estivesse fotografando a atormentada humanidade.
Em 1999 publicou o seu segundo livro de poesias: “Satélite
Espião - observa a vida no planeta azul” mais que um livro de poesias é um
registro de fatos ocorridos em nosso planeta. Pode-se dizer que ele é uma
seqüência de Flagrando a Vida. Em Satélite Espião a autora coloca-se como um satélite
artificial, munido de lentes poderosas observando e registrando as dores da
humanidade, a exploração indevida da natureza, os desacertos político-sociais
dos governantes, a exuberância da flora, os fenômenos celestes, etc.
Há uma coisa em comum nessas duas obras poéticas: tudo é
verdadeiro. Os fatos que se transformaram em poesias foram cavados com as mãos
feridas da poetisa, nas minas sombrias da realidade: desde as angustias do
Nordestino flagelado pela seca, à opressão contra a mulher e a criança. É bem
verdade que o Satélite Espião registra também as belezas naturais da Mãe Terra:
desde as rosas, as açucenas, a laranjeira, aos resquícios do Morro de Bebé,
onde amendoeiras e bananeiras dançam ao sabor da brisa.
Acolhe também nesta obra, suas lembranças de braços
alongados alcançando os registros de suas andanças por outras plagas:
Jerusalém, milênios de história. As Pirâmides e a Esfinge no Egito, Lourdes,
Fátima, Lisboa.... Tudo observado e registrado pela sensibilidade do Satélite
Espião funcionando no cérebro e no coração da poetisa que sabe transformá-las
na mais pura poesia.
Lígia Pina também se destacou na área de pesquisa. É autora
do livro “A Mulher na História”, publicado em 1994 – quando registra as
mulheres pioneiras, que lutaram para ocupar um lugar de destaque na sociedade,
dando luz principalmente, às grandes mulheres sergipanas. A partir daí, esses
vultos femininos passaram a servir de tema em teses de mestrado e doutorado nas
universidades sergipanas. Esse trabalho foi bem recebido e comentado no
Circuito Literário Nacional e nas Universidades da Califórnia e Utah, nos
Estados Unidos. Em 2008 lançou o livro “A Relíquia - Contos e Crônicas”.
As suas atividades no magistério, as realizações no mundo
cultural, sua participação no MAC e a sua produção literária a credenciaram a
pleitear uma cadeira na Academia Sergipana de Letras onde desejava ver coroada
de êxito a sua carreira literária, recebendo o titulo de Imortal. Seu desejo se
realizou, pois foi eleita para a cadeira n° 27, cujo patrono é o educador
Manuel Luis Azevedo de Araujo e o último ocupante Benedito da Silva Cardoso.
Não foi por acaso que tomou posse na Academia no dia 13 de
maio de 1998. Escolheu esta data por ser o Mês de Maria, mãe de Jesus, dia de
Nossa Senhora de Fátima e dia da Abolição da Escravatura. Aliou seu espírito
religioso, homenageando a Maria mãe de Jesus, à sua formação humanitária sempre
defensora da liberdade, homenageando a Princesa Isabel que lavou, com a Lei
Áurea, esta mácula que por muito tempo permaneceu atormentando a consciência de
muitos brasileiros: A mancha terrível da escravidão. Foi saudada pelo Acadêmico
José Anderson Nascimento, hoje presidente do sodalício, que após falar sobre as
qualidades da novel acadêmica, concentrou a sua oração na análise e comentários
sobre o livro “A Mulher na História” os quais transcrevemos alguns trechos mais
significativos:
“A Mulher na História é um repositório de preciosas e
importantes informações, pois narra toda a trajetória da mulher, desde a mais
longínqua antiguidade até aos dias atuais. Nesse livro, começa por analisar as
origens da discriminação da mulher a partir da função biológica, própria do
sexo feminino. Os tabus que passaram de geração a geração e a sua segregação
bíblica... ”. “O destaque final foi dedicado à vida e à obra das acadêmicas
Ofenísia Freire, Maria Thetis Nunes, Núbia Marques, Carmelita Pinto Fontes e
Gizelda Morais, escritoras, cientistas sociais, poetisas e romancistas, todas
elas dedicadas, também, ao magistério e responsáveis pelo desenvolvimento moral
e cultural do homem sergipano.”
No seu elogiado discurso de posse a novel acadêmica Lígia
Pina evocou as 4 das 9 musas, filhas de Mnmósine – a memória - e o fez com a
intimidade que tinha com: Polínia - musa da oratória - que lhe inspirou na sala
de aula dando-lhe boas palavras para ministrar seus ensinamentos; Érato - musa
da poesia - lírica a que lhe deu sensibilidade e talento no feitio das suas
obras poéticas, Euterpe - musa da música - que harmonizou e deu paz ao seu
espírito embalando-a em canções celestiais e com Clio - musa da história - que
manteve a sua memória aberta para guardar os fatos e os feitos passados.
Na sua oração acadêmica, de braços dados a Clio percorreu os
caminhos que a levaram a encontrar a origem das academias e sua evolução
histórica, desde o Jardim de Acádemus, no Bosque das Oliveiras, até a fundação
da academia Sergipana de Letras. Devido ao nome do proprietário Acádemus, o
local ficou sendo chamado de Academia. Viajando pelo tempo, passou pela
Academia Francesa de Letras fundada em 1631pelo rei Luiz XIII que se tornou
modelo para muitas academias inclusive a Academia Brasileira de Letras idealizada
por Medeiros de Albuquerque e fundada por Machado de Assis em 1896 e finalmente
chega a Academia Sergipana de Letras fundada em 1929, nos mesmos moldes da
Academia Brasileira de Letras. Discorre, ainda, como é de praxe no discurso
acadêmico, sobre a vida e obra do patrono da cadeira e dos seus ocupantes.
A vida da Acadêmica Ligia Pina foi uma vida farta de
realizações e entrega a sua carreira literária e ao exercício das suas funções
no magistério. A sociedade Sergipana não deixou de reconhecer o seu brilho e
por diversas vezes demonstrou a sua gratidão homenageando-a com títulos e
medalhas:
Foi homenageada pelo Sindicato dos Professores da Rede
Particular de Ensino com o título de Educador do Ano -1989; pelo Rotary Club
recebeu a Medalha do Mérito Cultural à Mulher Sergipana. Recebeu Medalha do
Mérito Cultural Silvio Romero da Academia Sergipana de Letras; Homenageada pela
Prefeitura Municipal com a Medalha do Mérito Cultural Inácio Joaquim Barbosa e
a Universidade Federal de Sergipe - UFS com o título de Professor Emérito.
Recebeu o Troféu Mulher-Participação da Assembleia Legislativa do Estado. Em
2005 foi eleita através pesquisa de opinião, na sexta edição do Projeto/SESC
“Mulheres do Século XX”, cujo objetivo é homenagear mulheres que tiveram um papel
relevante no desenvolvimento da história da sociedade sergipana. Em 2011
recebeu a Medalha do Mérito Jornalístico “Monsenhor Fernandes da Silveira” da
Associação Sergipana de Imprensa; Da Secretaria de Estado da Educação a
“Medalha de Honra ao Mérito Ruy Barbosa” em 2012, por ocasião do aniversário
dos 142 anos da Escola Normal.
A grande Mestra Maria Lígia Pina foi, até o ultimo suspiro,
um esteio para as obras que construiu ou ajudou a construir. Sempre foi uma
fonte farta não permitindo que o sol do tempo secasse a água do seu poço, que
deu de beber a milhares de jovens sedentos de conhecimento; foi arvore
frutífera frutificando todos os anos da sua vida o fruto da experiência
amadurecido sob os efeitos de muitos outonos e jamais deixou de ser uma peça
útil na engrenagem da vida. Ela se fez uma peça mais do que útil se fez uma
peça necessária na Academia Literária de Vida, na Academia Sergipana de Letras,
no magistério e na sociedade sergipana.
A Acadêmica Maria Lígia Madureira Pina partiu para outra
dimensão de vida em 14 de agosto de 2014, deixando um rastro luminoso na sua
passagem terrena. Não precisou prestar contas ao criador, pois eram muitos os
créditos acumulados na corte divina, que os portões do paraíso já estavam
abertos. Nenhum porteiro a lhe cobrar credenciais... Ela sorridente entrava
ouvindo a música celestial e o coro dos anjos louvando a sua chegada.
Muito obrigado.
Estácio Bahia Guimarães - membro da Academia Sergipana de
Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e da Associação
Sergipana de Imprensa - no Salão Nobre da Academia Sergipana de Letras -
10/11/2014.
Texto e imagem reproduzidos do blog:
academialiterariadevida.blogspot.com.br
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Foto ilustrativa reproduzida do blog:
academialiterariadevida.blogspot
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