quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Crítica ao "Oxente! Essa é a nossa gente"


Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 28/09/2004.

"Oxente! Essa é a nossa gente".

O médico humanista, o garçom boa-praça, o engraxate confiável, o padre contestador, o intelectual comunista que virou cristão, o empresário folclórico, a prostituta que era odiada pelas damas e amada pelos esposos destas. Estas são alguns dos 85 personagens que desfilam, sem cerimônia, pelas 518 páginas do livro “Oxente! Essa é a nossa gente” que o jornalista Osmário Santos estará lançando, às 20 horas desta sexta-feira, no Clube do Banese. “Os homens e mulheres que figuram nesse novo livro de Osmário ocupam, na memória sergipana, lugares especiais, por conta do modo como viveram ou vivem”, escreve em seu prefácio o jornalista e pesquisador Luiz Antônio Barreto.

E Luiz Antônio Barreto prossegue afirmando que o leitor terá uma agradável surpresa ao folhear e ao consultar o novo livro de Osmário Santos “e apreenderá, de forma simples, com quantos sergipanos se faz uma cultura”. Já o diretor de redação do Jornal da Cidade, Marcos Cardoso, revela que o autor “é o Armindo Guaraná do nosso tempo, com a vantagem de que sua obra dispensa o cunho elitista do Dicionário Bio-Bibliográfico Sergipano”. Responsável pela apresentação da orelha do livro, Cardoso prossegue afirmando que os personagens de “Oxente! Essa é a nossa gente”, “por esses desígnios inexplicáveis da vida, meio sem querer, tornaram-se, cada um no seu ramo de atividade, figuras emblemáticas de Aracaju”.

E por que Osmário resolveu enveredar pela literatura? Ele explica que decidiu publicar os dois livros para que o seu trabalho de jornalista memorialista não ficasse somente nas páginas do jornal, “para garantia das gerações futuras e facilidade de pesquisadores e estudantes”. Luiz Antônio Barreto concorda: “Os livros de Osmário, bem preparados, mantendo informações substanciosas, são singulares, únicos e estão destinados a cumprir um papel referencial igualmente destacado”, elogia. Barreto continua afirmando que “tudo começa com a escolha das personalidades entrevistadas, espécie de calçada da fama, ditada pelo prestígio de cada um, no seu ambiente de convivência”.

RECEITA DE SUCESSO - Assim como o primeiro livro de Osmário Santos, “Memórias de Políticos do Século XX em Sergipe (824 páginas)”, a obra é fruto das inúmeras entrevistas produzidas pelo autor para a página dominical do Jornal da Cidade. “É um trabalho jornalístico que quebra a frieza do texto puramente noticioso por conta do relato da história dos entrevistados, que, diante das perguntas e provocações, revelam espontaneamente os fatos mais interessantes de suas vidas, alguns deles até desconhecidos da própria família”, afirma o autor como se estivesse ensinando parte da fórmula do sucesso da página que produz ininterruptamente há 15 anos.

Osmário precisou de muito mais para tornar a página dominical do Jornal da Cidade uma leitura obrigatória. Não é para qualquer um arrancar segredos de políticos tradicionais com a mesma facilidade de quem refresca a memória de octagenários que nunca se imaginaram diante de um gravador. Conquistada a confiança para remexer no baú do passado alheio, o autor precisou de muita paciência e sutileza para “enxugar” a longa conversa e, naturalmente, todo o cuidado do mundo para entrar, sem invadir, a intimidade do entrevistado. São necessários, portanto, muitos anos de estrada e sensibilidade aguçada para juntar estes e outros condimentos e não estragar a receita. Convenhamos, Osmário conseguiu.

Por Adiberto de Souza.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/noticias/cultura

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