Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em
23/08/2012.
Colonização de Sergipe e Literatura.
Artigo de Talita Emily Fontes da Silva, graduanda em
História.
Na realidade brasileira, poucos são os historiadores que
conseguem aproximar os seus trabalhos do grande público. Essa função de
“massificar” os acontecimentos históricos acaba ficando a cargo do Cinema e da
Literatura, que moldam a História, com a intenção de transforma-la em algo
próximo da realidade das massas.
Quando se fala em Literatura, sabemos que a História serve
de fonte de inspiração para o escritor, que tem a liberdade de reconstruir, ou
até mesmo reinventar os mais diversos fatos utilizando sua imaginação. São
várias as obras baseadas em acontecimentos históricos. Até mesmo indiretamente,
grande parte dos livros de Literatura refletem o período no qual foram
produzidos, por mais sutil que seja.
Em relação à História da Colonização de Sergipe, mesmo com a
existência de obras literárias que relatam os acontecimentos deste período, a
desinformação ainda continua a reinar nas terras Del'rey. Infelizmente grande
parte da população não tem conhecimento de quantas almas indígenas fora
massacradas, quantas culturas foram destruídas, graças a ganância dos
colonizadores.
Dois exemplos de livros que tentam fazer o seu papel de
“facilitar o acesso” entre a História e o público são “Ibiradiô”, da escritora
Gizelda Morais, e “A Fúria da Raça”, da jornalista Ilma Fontes. O primeiro
realiza a narrativa utilizando dois focos: um no período colonial, entre os
anos de 1575 à 1590; e outro na contemporaneidade, mais precisamente, o inicio
da década de 1990 (quando o livro foi escrito). Desta forma, Gizelda Morais
apresenta, por um lado, o processo da chamada “Conquista de Sergipe”, ao mesmo
tempo em que relata as dificuldades enfrentadas por cineastas para escrever um
roteiro sobre este tema.
Já a obra “A Furia da Raça”, produzida em 1987, foi criada
para ser um roteiro cinematográfico. Infelizmente, este projeto nunca saiu do
papel, sendo publicado como livro dez anos depois. Não perdeu suas
características originais. É dividido em cenas (253 no total), que possuem não
só diálogos dos personagens, mas as posições das câmeras, descrições de cenário
e figurino, etc. Também se passa entre os anos de 1575 à 1590 e relata desde a
chegada dos jesuítas as terras de Del’rey , até a sangrenta guerra justa.
As duas obras possuem um grande valor, ao apresentarem aos
seus leitores, de forma clara e competente, um pouco da História da Colonização
de Sergipe, mas, infelizmente, são desconhecidas de grande parte da população.
Aos responsáveis pela difusão da educação em nosso estado, a missão de
apresentar aos demais a nossa História é fundamental, não deixando que esta
permaneça em segundo plano.
Talita Emily Fontes da Silva é bolsista PET-História e
graduanda em História pela UFS. O artigo integra as colaborações à coluna do
Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/CNPQ/UFS).
Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br
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