terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Entrevista com o escritor Almeida Junior

Foto: Jorge Henrique/ Equipe JC.

Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 01/10/2013.

Literatura para renovar e edificar.

Almeida Júnior conversou com o JORNAL DA CIDADE, e o resultado desta conversa, que tem como cerne o trabalho de evangelizar através da literatura é o que você vai ler.

Por: Andréa Moura/ Equipe JC

“Não sei se temos muito a comemorar neste mês de outubro, que é destinado às crianças, porque nossas crianças estão sofrendo!”. Esta afirmação é feita pelo professor Almeida Júnior, que há mais de 15 anos está em sala de aula e diz perceber que, a cada dia que passa, os infantes estão sofrendo mais por causa de uma sociedade de modos deturpado. Um dos principais motivos para tanta dor: a família, instituição basilar do ser humano, está ficando desarmonizada.

“Os pais estão se separando de forma drástica e trágica. As escolas, por sua vez, também não estão conseguindo cumprir a função de educar, aliás, mal a de instruir, pior educar também; e as políticas públicas são ineficazes. Os pais têm trabalhado muito para ganhar dinheiro, e em muitos casos, para depois gastar com clínicas para reabilitação. E nossas crianças? Estas ficam à mercê da internet, de conteúdos inadequados para a idade, e do perigo das drogas”, lamentou o educador.

Se a base familiar, em muitos casos, não está dando conta, na escola isso se repete e com muito mais intensidade no caso das que integram a rede pública de ensino. Salas superlotadas e professores ganhando mal são apenas alguns dos muitos “fios desencapados”, que têm provocado grandes danos na formação do aluno. “Muitas vezes não falamos nada, não fazemos nada, e quem sofre com isso? Os alunos, as nossas crianças. Temos que implementar na nossa vida a manifestação da “Não violência”, nos falta, enquanto pais, irmãos ou tios termos mais piedade pelas nossas crianças”, declarou Almeida Júnior.

E foram essas percepções, ou melhor, vivências em sala de aula, que Almeida Júnior transformou em livros, alguns deles lançados recentemente, outros já prontos, esperando ainda um “bom tempo” – leia-se dinheiro – para ganhar o mundo. Mas além da vivência, os temas abordados também foram intuídos pelos espíritos amigos, pois sim, Almeida Junior é militante do movimento espírita há muitos anos, e por causa desta cruzada, também já evangelizou crianças. “A minha religião é o amor, é buscar seguir a Jesus, mas encontrei lógica na Doutrina Espírita, e compreendo, não julgo as outras que buscam o mesmo Deus”.

Ele também atua como palestrante motivacional. Com 45 anos de idade, Almeida Júnior é casado e tem dois filhos. Aracajuano, graduou-se em Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Sergipe, e é pós-graduado na mesma área de atuação. Almeida Júnior conversou com o JORNAL DA CIDADE, e o resultado desta conversa, que tem como cerne o trabalho de evangelizar através da literatura é o que você vai ler a seguir:

JORNAL DA CIDADE – Em palestra recente, você falou que os livros foram inspirados/intuídos nos três últimos meses, ou seja, eles foram produzidos neste tempo. Como se deu esse processo? Os temas foram também ditados pela espiritualidade?
ALMEIDA JUNIOR - Tudo começou após acordar, em uma madrugada, com uma vontade imensa de escrever, como se uma voz me aconselhasse a escrever a partir daquele instante. Acordei e fui ao computador e, para minha surpresa, na minha mente já tinha o título e praticamente o esboço de todo o livro, e tudo fluiu. O tema me assustou um pouco: “O tempo acabou!” e o conteúdo diz que devemos aproveitar o tempo da melhor maneira possível, praticando o bem e evitando todos os hábitos errôneos adquiridos ao longo do tempo. Com menos de 15 dias o livro já estava concluído, e a maior dificuldade foi em relação aos custos de editá-lo: tive que financiar com os meus próprios e poucos recursos. A partir deste livro, veio na minha mente uma “avalanche” de livros para escrever, e eu acredito que tudo por inspiração do bem, de Deus. O mais assustador é que no intervalo de três meses seis livros estavam prontos. O primeiro foi direcionado ao leitor adulto e os outros cinco ao público infanto-juvenil. Na sequência, escrevi os romances: “A minha família não deixo acabar”, “Meus heróis”, “Fazer o bem faz bem”, “Bullying: o câncer silencioso nas escolas” e “O gigante acordou”! Todos os romances com conteúdo que provoca reflexão e mudança na vida das crianças, adolescentes e, consequentemente, na família. É bom deixar bem claro que os livros não foram psicografados, eles surgiram por inspiração e digo isso porque nunca escrevi um livro, e no intervalo de três meses, seis estavam prontos. Todos os dias percebo que outros livros surgem à minha mente para que eu escreva, mas por causa da limitação do tempo, por eu ter outros afazeres, fica inviável. Eu só tenho que agradecer a Deus por Ele estar me inspirando no sentido de fazer surgir livros que provoquem a reflexão e a mudança da nossa sociedade, tão perdida no tempo, com tanta violência, drogas, depressão, principalmente para o público infanto-juvenil.

JC - Por que dos seis livros, cinco são voltados para o público infanto-juvenil?
AJ - Na verdade, se eu tivesse posto em prática as ordens ou inspirações que chegam a toda hora, acredito que esse número seria bem maior. Pela minha experiência em sala de aula, percebo que boa parte das crianças e adolescentes é filho de pais ausentes, são pessoas quase órfãs de pais vivos, que moram na mesma casa, mas falta o amor. Muitas famílias estão desestruturadas, desequilibradas e o reflexo disso tem se manifestado nas salas de aula e nas ruas, com crianças e adolescente perdidos, carentes, indisciplinados e que muitas vezes buscam refúgio nas drogas e no sexo promíscuo.

JC - Na sua palestra que você fez no domingo à noite, no Pronto-Socorro Espiritual Bezerra de Meneses, você falou sobre "a tristeza das nossas crianças". Os livros referem-se a essa tristeza?
AJ - Sim, tenho notado muita tristeza no olhar dos meus alunos e quase sempre o problema está na família. Os meus livros têm destacado todos os problemas enfrentados por eles e busco, através dos personagens, conduzi-los, orientá-los no sentido de enfrentar todas as tempestades com otimismo, conduzi-los ao amadurecimento sadio através da leitura. Esses romances funcionam como autoajuda, fazem o que muitos pais não estão conseguindo: educá-los, orientá-los sobre como enfrentar todos os problemas na vida.

JC - Nem todos os livros foram publicados ainda, certo? Quais os que estão prontos, mas esperando verba para serem lançados?
AJ - Os que estão esperando por verbas ou patrocinadores para serem publicados são “Meus heróis”, “Fazer o bem faz bem” e “O gigante acordou!”

JC - Você procurou financiamento, ajuda ou apoio de algumas instituições?
AJ - Sim, busquei algumas instituições, mas todas fecharam as portas. Fico indignado com a tal verba de incentivo à Cultura, que nunca chega para o destino certo. Fiquei sabendo de uma banda que não tem músicas que encantam e provoquem a mudança da sociedade e conseguiu meio milhão de reais de incentivo, isso é absurdo!

JC - A renda será revertida para eventos beneficentes, certo? Quais ou de qual tipo?
AJ - É isso mesmo! Toda a renda dos livros que são e serão vendidos nas “igrejas” serão destinada às causas sociais: compra de cestas básicas, cópias de CDs de mensagens para serem entregues às comunidades carentes, também financiar outros livros que virão e na compra de um data show para nos auxiliar nas palestra realizadas nas comunidades carentes como Santa Maria e invasão das Malvinas.

JC - Onde seus livros podem ser comprados?
AJ - Esta semana estarei enviando meus livros para serem vendidos nas livrarias dos shoppings Rio Mar e Jardins. Temos também entrega em domicílio pelos telefones (79) 8822-3696 ou (79) 9953-3696.

JC - Existe algum novo projeto de livro?
AJ - Sim, são muitos livros que serão escritos por mim para tornar este planeta um pouco melhor. Dentre eles, posso citar a série “O que fazer?” Exemplo: “Perdeu seu ente querido? O que fazer?” E tantos outros. Mas, na verdade, a inspiração tem me impulsionado a escrever para as crianças e os adolescentes.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

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