terça-feira, 27 de março de 2018

“Conhecimento ninguém tira”


Publicado originalmente no site do Cinform, em 26/03/2018

“Conhecimento ninguém tira”

 Por Juliana Paixão 

Prestar vestibular, começar uma faculdade é uma tarefa normalmente associada aos adolescentes que estão se formando no colégio, porém muitos adultos, já graduados, resolvem dar uma segunda e até terceira chance aos estudos e voltar para universidade. O CINFORM buscou a história daqueles que resolveram fazer sua segunda faculdade, seja por hobby ou por sonho.


De médico a gastrônomo

Anselmo Mariano, nome conhecido na oncologia pediátrica de Sergipe, tem um hobby que muitos não sabem. Aos fins de semana Anselmo junta os amigos e a família para almoços e jantares onde o chefe é ele. Sim, Anselmo é chefe de cozinha, mais de 45 anos depois de formado em medicina, o oncologista terminou sua graduação em gastronomia.

Anselmo conta que resolveu fazer gastronomia para aprender a cozinhar da maneira certa, já que antes ele já gostava de reunir pessoas para comer e conversar. “Eu sou sempre inquieto, eu sempre estou atrás de conhecimento. Além das minhas graduações eu ainda fiz várias pós-graduações, em medicina do trabalho, em pericia, em gastronomia. Agora eu estou tentando fazer mestrado em cinema”, comentou.

O chefe de cozinha conta que um dos maiores conselhos que dá aos seus filhos é o de nunca parar de estudar e se acomodar. “O principal é o conhecimento, porque quando você tem ninguém tira, todo o resto você pode perder, o que eu sempre falo aos meus filhos é não parar”, destaca.


Dentista e médico

Djenal Nunes se formou em odontologia em 2001, dez anos depois ele resolveu ingressar na faculdade de medicina para ocupar a mente. Djenal passou em cerca de vinte concursos, inclusive como oficial dentista da Policia Militar, o que o fez desistir de alguns trabalhos para seguir a carreira militar.

“Comecei o curso de formação da polícia militar, só que aconteceu um problema e meu nome sumiu da lista. Eu fiquei maluco porque tinha pedido para sair da Polícia Civil e de outros concursos que tinha passado e para não fazer besteira, como dizem, eu resolvi estudar e fazer medicina”, explica.

Depois de um ano de cursinho de vestibular, Djenal entrou na faculdade de medicina apesar de muitos acharem que a mudança era no mínimo incomum. “Vários amigos meus disseram que eu era louco, já que eu já trabalhava como dentista”, comenta.

Djenal conta que mesmo sendo um dos mais velhos da turma de medicina as duas graduações valeram a pena. “Eu não gosto de estudar, mas gosto do conhecimento em si, eu acho gostoso você estar incorporando novos conhecimentos. Mas o melhor do curso todo sem dúvida nenhuma são as amizades que você faz lá, você faz novos irmãos”, destaca.


Inspiração

Depois de ver o marido Djenal Nunes ingressar em medicina dez anos depois de se formar em odontologia, Rosa Alina, também dentista, resolveu voltar à faculdade para sua segunda graduação. Dessa vez fez design de interiores, curso que tem muita relação com arquitetura, uma das opções de Rosa quando prestou vestibular pela primeira vez.

“Eu sempre gostei muito de arquitetura, na verdade era uma das minhas opções, mas acabei escolhendo odonto. Só que como arquitetura é um curso longo eu me desanimava, foi quando eu descobri a graduação técnica de designer de interiores e eu me empolguei, na mesma época meu marido estava começando medicina e me deu ânimo”, conta.

Rosa conta que a volta à faculdade foi excelente, e pela experiência de dez anos como dentista conta que no curso de designer se deu melhor. “Eu acho que eu fui uma aluna mais dedicada em designer do que em odonto, talvez pela maturidade que me trouxe um maior envolvimento e responsabilidade com o curso”, finaliza.

Texto e imagens reproduzidos do site: cinform.com.br

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