Publicado originalmente no site do Cinform, em 26/03/2018
“Conhecimento ninguém tira”
Por Juliana Paixão
Prestar vestibular, começar uma faculdade é uma tarefa
normalmente associada aos adolescentes que estão se formando no colégio, porém
muitos adultos, já graduados, resolvem dar uma segunda e até terceira chance
aos estudos e voltar para universidade. O CINFORM buscou a história daqueles
que resolveram fazer sua segunda faculdade, seja por hobby ou por sonho.
De médico a gastrônomo
Anselmo Mariano, nome conhecido na oncologia pediátrica de
Sergipe, tem um hobby que muitos não sabem. Aos fins de semana Anselmo junta os
amigos e a família para almoços e jantares onde o chefe é ele. Sim, Anselmo é
chefe de cozinha, mais de 45 anos depois de formado em medicina, o oncologista
terminou sua graduação em gastronomia.
Anselmo conta que resolveu fazer gastronomia para aprender a
cozinhar da maneira certa, já que antes ele já gostava de reunir pessoas para
comer e conversar. “Eu sou sempre inquieto, eu sempre estou atrás de
conhecimento. Além das minhas graduações eu ainda fiz várias pós-graduações, em
medicina do trabalho, em pericia, em gastronomia. Agora eu estou tentando fazer
mestrado em cinema”, comentou.
O chefe de cozinha conta que um dos maiores conselhos que dá
aos seus filhos é o de nunca parar de estudar e se acomodar. “O principal é o
conhecimento, porque quando você tem ninguém tira, todo o resto você pode
perder, o que eu sempre falo aos meus filhos é não parar”, destaca.
Dentista e médico
Djenal Nunes se formou em odontologia em 2001, dez anos
depois ele resolveu ingressar na faculdade de medicina para ocupar a mente.
Djenal passou em cerca de vinte concursos, inclusive como oficial dentista da
Policia Militar, o que o fez desistir de alguns trabalhos para seguir a
carreira militar.
“Comecei o curso de formação da polícia militar, só que
aconteceu um problema e meu nome sumiu da lista. Eu fiquei maluco porque tinha
pedido para sair da Polícia Civil e de outros concursos que tinha passado e
para não fazer besteira, como dizem, eu resolvi estudar e fazer medicina”,
explica.
Depois de um ano de cursinho de vestibular, Djenal entrou na
faculdade de medicina apesar de muitos acharem que a mudança era no mínimo
incomum. “Vários amigos meus disseram que eu era louco, já que eu já trabalhava
como dentista”, comenta.
Djenal conta que mesmo sendo um dos mais velhos da turma de
medicina as duas graduações valeram a pena. “Eu não gosto de estudar, mas gosto
do conhecimento em si, eu acho gostoso você estar incorporando novos
conhecimentos. Mas o melhor do curso todo sem dúvida nenhuma são as amizades
que você faz lá, você faz novos irmãos”, destaca.
Inspiração
Depois de ver o marido Djenal Nunes ingressar em medicina
dez anos depois de se formar em odontologia, Rosa Alina, também dentista,
resolveu voltar à faculdade para sua segunda graduação. Dessa vez fez design de
interiores, curso que tem muita relação com arquitetura, uma das opções de Rosa
quando prestou vestibular pela primeira vez.
“Eu sempre gostei muito de arquitetura, na verdade era uma
das minhas opções, mas acabei escolhendo odonto. Só que como arquitetura é um
curso longo eu me desanimava, foi quando eu descobri a graduação técnica de
designer de interiores e eu me empolguei, na mesma época meu marido estava
começando medicina e me deu ânimo”, conta.
Rosa conta que a volta à faculdade foi excelente, e pela
experiência de dez anos como dentista conta que no curso de designer se deu
melhor. “Eu acho que eu fui uma aluna mais dedicada em designer do que em
odonto, talvez pela maturidade que me trouxe um maior envolvimento e
responsabilidade com o curso”, finaliza.
Texto e imagens reproduzidos do site: cinform.com.br
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