quinta-feira, 8 de março de 2018

Patrícia Polayne e a celebração ao feminino

Foto: Janaína Vasconcelos

Publicado originalmente do site do Jornal da Cidade, em 07/03/2018

Patrícia Polayne e a celebração ao feminino

Artista reúne artistas homens e mulheres no Palco Árvore da Reciclaria Casa de Artes.

Por: Gilmara Costa/Equipe JC

Entre ciclos, celebrações e discussões necessárias, Patrícia Polayne abre a agenda de shows 2018 nesta quinta, 8 de Março, no Palco Árvore da Reciclaria Casa de Artes, acompanhada pela dupla Dudu Prudente e Fábio Snoozer. Qualquer alinhavado entre data, início, comemoração e arte não é mera coincidência. A apresentação foi planejada e proposta para marcar mais 24 horas numa sociedade em que ‘é uma luta diária ser mulher’, como afirma a artista, mãe e mulher Patrícia Polayne. No reforço especial e presença de palco, mulheres de mesma linhagem Amorosa, Tori, Jeca Mó, Mary Barreto, além de Alex Sant’Anna.

“Esse é o meu primeiro show oficial, abrindo 2018, sendo consciente a escolha da data, pois percebi que não haveria atividades. Então, fiz essa proposta de fazer um show intimista, num palco lindo, que tem uma árvore, com toda a simbologia do feminino. Esse show é uma formação clássica e intimista, em que conto com a presença dos amigos Dudu Prudente e Fábio Snooze e, ainda, com a participações e luxuosas da diva Amorosa, de Ana Badyally, que já cantou comigo uma vez, e outros amigos artistas, numa grande celebração ao sagrado feminino”, disse Patrícia Polayne.

No repertório, canções autorais e releituras de influências musicais como Secos & Molhados, Joubert Morais, Elza Soares e muito mais. “Tem um apanhado de clássicos meus, do disco Circo Singular, como de outros artistas. A ideia é que celebremos a mulher, o feminismo sagrado, juntamente com os homens, agregando-os. Poderia ser um show com musicistas e compositoras femininas, mas quis agregar os homens também nessa composição justamente para celebrar o equilíbrio. Sou mãe de filho homem e acho que esse diálogo do feminismo com os homens dentro da construção desse ideal é importante para a sociedade. Por isso, dessa vez convidei dois homens para me acompanhar no show e o Alex Sant’Anna. Acredito que vai ser uma noite mágica, de festa, de encontros”, afirmou.

E num convite a improvisos e encontros, o show contará ainda com o momento “Palco Aberto” para quem quiser recitar poesia, ladainha, performance e afins. A celebração acontece a partir das 21h e o acesso custa R$ 20.

Para refletir

De representatividade ativa em defesa dos direitos das mulheres nas redes sociais, arte e mundo real, Patrícia Polayne destaca a simbologia da data, a necessidade de ampliar o movimento de luta e as transformações sem curso. “Ainda existem muito retrocessos e avanços tímidos nas questões que envolvem os direitos das mulheres. No ano passado, aconteceu uma passeata no dia 8 de março, teve uma grande manifestação no país, e em Aracaju foi muito tímida a participação da sociedade. Isso foi um termômetro para mim. Efetivamente, a luta das mulheres vai ver esse movimento muito mais ativo e representativo nos guetos, nos grupos de minorias, como as negras e as ativistas LGBT. Na sociedade como um todo, no sentido mais global, a gente ainda vê esses questionamentos pouco explorados. Eu acho que poderia ser mais. Poderíamos estar mais engajadas, mas a luta está aí, está acontecendo, a passos lentos, essa revolução pequenina já está acontecendo, o mundo está mudando”, declarou.

Ainda na memória da artista, o conflito de liberdades que gerou manifestações diversas e promoveu o debate sobre direitos. “A data 8 de março foi também um marco de luta que ganhou as redes sociais, que foi a situação do ‘samba do expurgo’, que teve uma repercussão. Um grupo de mulheres se sentiu agredida ofendido com um poema de um agente público de governo e a partir daí houve toda uma mobilização contra e a favor dessa história e os que ficaram a favor defendiam a liberdade de expressão, a liberdade que arte tem de se expressar. Mas, a gente não pode confundir liberdade de expressão com uma leviandade ao se expressar. São as sutilezas diárias, do machismo presente sutilmente e que é normal. A banalização do ‘normal’ é assustadora. A gente tem que ter respeito pelas pessoas, pelas situações”, frisou.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

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