Na década de 80, parte do terreno foi
comprado pela
Prefeitura
O parque, inicialmente, era propriedade da
Embrapa para
plantio de coco
João Quintino cresceu no parque e hoje
guarda a história do
lugar (Fotos Marco Vieira)
Publicado originalmente no site Agência Aracaju de Notícias, em 13/03/18
Sementeira: campo experimental de cocos que virou área de
preservação ambiental
Um espaço que proporciona contato com natureza para a
prática de atividades físicas e de lazer. Assim podemos definir o Parque
Governador Augusto Franco, um dos principais pontos turísticos da capital.
Centenas de pessoas frequentam o local para desfrutar um pouco do que ele
oferece, mas será que conhecem a história do parque?
A história da Sementeira começa em 1933, com a criação do
campo experimental para a cultura de coqueiro em Sergipe pelo Ministério da
Agricultura. Após 40 anos, surgiu a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), dando prosseguimento aos experimentos já realizados na área. Foi na
década de 80, que o então prefeito de Aracaju, Heráclito Rolemberg, comprou
parte de toda extensão e transformou o local em área de proteção ambiental.
Segundo um dos funcionários mais antigos da Embrapa, o
economista João Quintino, enquanto a área do Parque Augusto Franco pertencia ao
Ministério da Agricultura, alguns trabalhadores do órgão moravam no local,
inclusive a família dele. Em 1979, as famílias foram retiradas da área e a
Embrapa se instalou até a conclusão da obra da nova sede. "A gente saiu do
Quissamã, em Nossa Senhora do Socorro, veio para Aracaju e ficou ocupando as
instalações que havia onde hoje é Guarda Municipal e, por coincidências da
vida, eu vim trabalhar na casa onde eu nasci e morei até meus 18 anos",
relembrou João Quintino.
O economista lembra que na época a Embrapa tinha uma área
total de 100 hectares e, em 1981, vendeu 48 hectares para a Prefeitura.
"Na verdade, foi uma compra com preço simbólico, a escritura pública foi
passada no dia 4 de fevereiro de 1981. Custou 50 milhões de cruzeiros para
pagar em cinco parcelas, que eles terminaram de pagar em 1984", contou
João Quintino.
Por que Sementeira?
O nome Augusto Franco é em homenagem ao governador do Estado
na época. Já o apelido ‘Sementeira' é por causa do campo experimental para a
cultura de coqueiro desenvolvido pela Embrapa na área.
"Como aqui era o polo que coordenava a cultura de
coqueiro para o Brasil, para onde vinham os cocos, desses coqueiros tiravam as
sementes para fazerem as mudas. Por isso o nome ‘Sementeira'", explica
Quintino.
Relação afetuosa
A relação de João Quintino com o parque é baseada em boas
memórias e afeto. Questionado se frequenta a área, ele respondeu que às vezes
sim. São histórias que se misturam, que se relacionam entre si.
"Eu tenho 42 anos na Embrapa. Eu nasci em
56, morei no parque até 74, então eu saí do parque com 18 anos. Em 1981, houve
a desapropriação e seis anos depois eu voltei ao parque como funcionário da
Embrapa, que ficou lá de 79 a 84 esperando a construção da sede. E ai eu fui
trabalhar no setor de patrimônio na casa em que eu morei. Tem muita coisa ainda
da nossa época. Era uma comunidade muito grande. Tinha muita gente que morava
no parque na época. Havia várias casas distribuídas, muitas já foram
derrubadas, inclusive, a que eu nasci e me criei ate 18 anos que hoje é onde
está o campo de futebol", afirmou o economista.
Texto, foto e vídeo reproduzidos dos sites: youtube.com e aracaju.se.gov.br
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