sábado, 10 de março de 2018

São Cristóvão se prepara para a Procissão do Fogaréu

Foto: Danielle Pereira/Márcio Garcez

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 09/03/2018 

A noite do dia 29 de março será marcada com procissões

São Cristóvão se prepara para a Procissão do Fogaréu

Tradicionalmente, o Centro Histórico de São Cristóvão para tudo durante a Quinta-feira Santa. Este ano, a noite do dia 29 de março será marcada com procissões e espetáculo teatral mostrando atos da vida de Cristo. Desde janeiro, o G12 (grupo formado por homens, que encenam momentos que antecedem a crucificação de Jesus) está finalizando os ajustes finais da apresentação, sempre ensaiando terças e quintas, das 19h30 às 21h30, na praça São Francisco.

“O Fogaréu é a procissão onde saímos pelas ruas procurando Jesus. Este ano teremos mais de 250 homens participando deste momento, que acontece após a procissão da igreja. Durante a apresentação também mostramos momentos da vida de Jesus, como a entrada dele em Jerusalém, a Última Ceia, os Apóstolos, a traição de Judas e a perseguição a Cristo com a condenação. A Procissão do Fogaréu passará pela rua do Rosário, praça Walter Correia, ruas 31 de Março e Flores, praça do Carmo, rua Tobias Barreto e encerra o cortejo na praça São Francisco, onde acontece a encenação teatral”, informou Manoel Muniz de Assis, um dos organizadores do evento.

Programação religiosa

A Missa do Lava-Pés acontecerá, às 19h, na igreja N. S. da Vitória (Matriz), em seguida o pároco do município, Sergio Ancelmo sairá em procissão com os fiéis até à Igreja do Rosário. Após este momento é que a procissão do Fogaréu acontecerá. “O Tríduo Pascal (quinta, sexta e sábado) são o coração da liturgia. Tudo que a gente celebra, durante todo o ano, se condessa nestes três dias, pois nestas datas celebramos a Paixão, Morte e Ressureição do Senhor, que é o maior mistério da nossa fé. Então tudo que virá no decorrer do ano será síntese do que vivemos plenamente nestes dias. Assim, como Cristo que se sacrificou, que todas as pessoas estejam dispostas a se sacrificarem umas pelas outras, porque a síntese da vida de Jesus não é glamour, nem festa. A síntese da vida de Jesus é o sacrifício. É a cruz em nome de alguém. É dar a vida por alguém. Então que as pessoas vivam isso, se doando, sendo generosas para com as outras, acolhendo umas às outras em suas diferenças, sendo misericordiosas, bondosas”, pontuou o frei.

Tradição

Segundo o histórico do evento, a Procissão do Fogaréu foi trazida pelos portugueses e desde o século XVIII faz parte do calendário cultural do município. Vale frisar que no ano de 1963 aconteceu uma interrupção do evento, por ordens de Frei Fernandes, que justificou, na época, a não compreensão da simbologia por parte dos homens que participavam do séquito. A retomada da tradição do Fogaréu aconteceu em 1978, e, desde então, a mobilização popular não deixa o evento cair no esquecimento.

O Grupo G12 (em alusão aos 12 Apóstolos) está ensaiando para que a apresentação seja grandiosa aos olhos do público. “Podemos embelezar o espetáculo dentro do espírito religioso, mas nunca mudar a história. Tudo o que foi apresentado aconteceu com Jesus na Quinta-Feira Santa. Nossa apresentação já é uma tradição em São Cristóvão, então temos o papel de manter esse histórico não apenas pela importância dos fatos, mas para mantermos vivo o espírito religioso de cada cidadão”, contou Daniel Lima Costa, membro da comissão organizadora do G12.

Apoio logístico

O presidente da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe-Água, Gaspeu Fontes, informou que todo o apoio logístico por parte da Prefeitura de São Cristóvão será mantido, repetindo o formato do ano passado. “Teremos palcos e som, além da iluminação e apoio logístico no trajeto. Trata-se de um evento seguro, nunca houve registro de violência, assalto, nada disto na Procissão do Fogaréu de São Cristóvão, quem esteve presente veio pela fé e tenho certeza de que voltou pra casa em paz”, frisou.

Uma curiosidade é que a iluminação da cidade, durante a programação, será inteiramente apagada, sendo a claridade feita através de tochas, dando ao local uma sensação de antiguidade (da época em que não existia eletricidade).

Fonte: ascom São Cristóvão

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

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