Testemunhos da Comissão da Verdade precisam ser
vistos pelos
estudantes (Foto Marcelle
Cristinne/ASN)
Publicado
originalmente no site Infonet/Blogs/Cláudio Nunes, em 25/02/2016
Luta pela democracia: Valeu a pena Sim!
Por Cláudio Nunes
O blog está acompanhando sim os depoimentos na Comissão da
Verdade em Sergipe. Ainda não esteve presente no depoimento por alguns motivos:
compromissos na Justiça (como foi o caso de ontem, 24) e outros, como nos
depoimentos de Wellington Mangueira e Milton Coelho porque tinha a certeza que
a emoção iria transbordar. Mangueira porque na década de 80 ele foi o
responsável pela formação do então militante estudantil (este jornalista) da
antiga ETFSE (chegando a fundar a Umesa em 85) no PCB. Já Milton Coelho teve
uma ligação próxima a dois membros da família Nunes, quando jovem no PCB. Em
1954 ajudou na campanha de José Nunes a deputado estadual e depois substituiu
Célio Nunes no jornal Folha Popular, também do PCB.
O titular deste espaço, apesar de ser uma criança quando
ocorreu a Operação Cajueiro em Aracaju na década de 70, mas teve o prazer de
conviver na década de 80 – com o retorno do PCB a legalidade, e antes mesmo –
com camaradas como Jackson Figueiredo de Sá (já falecido), Wellington
Mangueira, Laura Marques, Delmo Naziazeno, Carivaldo, Faustino Alves,
Asclepiades José (Bengala). Além de conhecer outros envolvidos como Goisinho,
Marcélio Bomfim e Rosalvo Alexandre, o Bocão (também falecido). Sem falar que
por conta das atividades no partido do avô, José Nunes (principalmente no
Centro Operário Sergipano) e do pai Célio Nunes conheceu alguns sergipanos que
lutaram pela liberdade democrática, como os líderes Manoel Vicente, Gervásio
Careca, Antônio Bitencourt, Durval Santana, Agonalto Pacheco entre outros.
Por ter vivido plenamente este período, Jackson Barreto
deixou a emoção tomar conta ontem. Jackson, no MDB, foi um militante do PCB.
Ele e Jonas Amaral eram os candidatos do partido em Sergipe. E a memória de cada um tem detalhes
enriquecedores. Parece que foi ontem. Como esquecer a crueldade que sofreram?
Alguns radicais são contra a Comissão da Verdade. Pensam que
é perseguição, mas a função dela é, sobretudo, restaurar um período da história
do país que precisa ser lembrada sempre. E os mais jovens precisam saber que
muitos morreram, foram presos e torturados para que eles hoje possam viver a
democracia plena, inclusive defendendo o radicalismo de direita e o retorno da
ditadura.
Os testemunhos destas pessoas devem ser passados nas escolas
públicas, assim como o curta-metragem “Operação Cajueiro, um Carnaval de
Torturas.” É preciso que o governo passe
em cada escola o resumo destes testemunhos e promova o debate com os
estudantes.
A ditadura foi maléfica para o país. E as ações da ditadura
em Sergipe, com estes depoimentos, ficarão para sempre nas memórias dos
sergipanos.
Estes depoimentos tem um valor histórico incalculável. E a
emoção de cada depoimento é porque as testemunhas sabem que a crueldade que
eles sofreram não foi em vão.
Valeu à pena sim! O
Brasil respira hoje a liberdade democrática.
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/blogs
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