sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Luta pela democracia: Valeu a pena Sim!

Testemunhos da Comissão da Verdade precisam ser
 vistos pelos estudantes (Foto Marcelle Cristinne/ASN)

 Publicado originalmente no site Infonet/Blogs/Cláudio Nunes, em 25/02/2016

Luta pela democracia: Valeu a pena Sim!

Por Cláudio Nunes

O blog está acompanhando sim os depoimentos na Comissão da Verdade em Sergipe. Ainda não esteve presente no depoimento por alguns motivos: compromissos na Justiça (como foi o caso de ontem, 24) e outros, como nos depoimentos de Wellington Mangueira e Milton Coelho porque tinha a certeza que a emoção iria transbordar. Mangueira porque na década de 80 ele foi o responsável pela formação do então militante estudantil (este jornalista) da antiga ETFSE (chegando a fundar a Umesa em 85) no PCB. Já Milton Coelho teve uma ligação próxima a dois membros da família Nunes, quando jovem no PCB. Em 1954 ajudou na campanha de José Nunes a deputado estadual e depois substituiu Célio Nunes no jornal Folha Popular, também do PCB.

O titular deste espaço, apesar de ser uma criança quando ocorreu a Operação Cajueiro em Aracaju na década de 70, mas teve o prazer de conviver na década de 80 – com o retorno do PCB a legalidade, e antes mesmo – com camaradas como Jackson Figueiredo de Sá (já falecido), Wellington Mangueira, Laura Marques, Delmo Naziazeno, Carivaldo, Faustino Alves, Asclepiades José (Bengala). Além de conhecer outros envolvidos como Goisinho, Marcélio Bomfim e Rosalvo Alexandre, o Bocão (também falecido). Sem falar que por conta das atividades no partido do avô, José Nunes (principalmente no Centro Operário Sergipano) e do pai Célio Nunes conheceu alguns sergipanos que lutaram pela liberdade democrática, como os líderes Manoel Vicente, Gervásio Careca, Antônio Bitencourt, Durval Santana, Agonalto Pacheco entre outros.

Por ter vivido plenamente este período, Jackson Barreto deixou a emoção tomar conta ontem. Jackson, no MDB, foi um militante do PCB. Ele e Jonas Amaral eram os candidatos do partido em Sergipe.  E a memória de cada um tem detalhes enriquecedores. Parece que foi ontem. Como esquecer a crueldade que sofreram?

Alguns radicais são contra a Comissão da Verdade. Pensam que é perseguição, mas a função dela é, sobretudo, restaurar um período da história do país que precisa ser lembrada sempre. E os mais jovens precisam saber que muitos morreram, foram presos e torturados para que eles hoje possam viver a democracia plena, inclusive defendendo o radicalismo de direita e o retorno da ditadura.

Os testemunhos destas pessoas devem ser passados nas escolas públicas, assim como o curta-metragem “Operação Cajueiro, um Carnaval de Torturas.”  É preciso que o governo passe em cada escola o resumo destes testemunhos e promova o debate com os estudantes.

A ditadura foi maléfica para o país. E as ações da ditadura em Sergipe, com estes depoimentos, ficarão para sempre nas memórias dos sergipanos.

Estes depoimentos tem um valor histórico incalculável. E a emoção de cada depoimento é porque as testemunhas sabem que a crueldade que eles sofreram não foi em vão.

Valeu à pena sim!  O Brasil respira hoje a liberdade democrática.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/blogs

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