Oitizeiro que fica no Museu da Gente Sergipana
é patrimônio de Aracaju
Fotos: Sergio Silva
A mangueira também foi tombada pela Prefeitura
Cajueiro tombado no bairro Inácio Barbosa
Fotos: Marco Vieira
Secretário Augusto César Viana
Publicado originalmente no site da PMA, em 19/09/18
Tombamento de árvores garante a preservação de espécies
históricas de Aracaju
Em meio à rotina
corrida, é difícil alguém parar para admirar uma árvore ou mesmo se perguntar
qual a história dela. Muito mais do que os prédios históricos da cidade, grande
parte das árvores de Aracaju foi testemunha de todo um processo de construção
da capital e, se nossas raízes dizem muito sobre o lugar de onde viemos, as
delas são o lugar de onde viemos. Por isso, reconhecer parte delas como
patrimônio ecológico do município é uma das ações que a Prefeitura de Aracaju,
por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), tem feito para
preservar a história e também para conscientizar sobre a importância de cuidar
das nossas árvores e para que elas tenham longos anos de vida útil.
O tombamento de árvores teve início no mês de setembro do
ano passado. As primeiras a serem reconhecidas como patrimônio ecológico foram
um cajueiro e uma mangueira, localizadas no bairro Inácio Barbosa. O segundo
ato de tombamento ocorreu no Museu da Gente Sergipana. Por lá, duas árvores da
espécie Licania tomentosa, popularmente oitizeiros, receberam o título pelo
fato de possuírem relevância histórica quanto aos aspectos ambientais, sociais,
culturais e econômicos.
Para que uma árvore seja tombada, toda uma avaliação é
necessária junto à Sema. “É feito um levantamento da arborização de Aracaju e
algumas espécies são verificadas por equipes da secretaria. Consideramos o dado
histórico e fazemos toda a análise fisiológica, medimos o caule, medimos o porte
da árvore e, a partir daí, temos uma noção de quanto tempo tem a árvore. Essas
árvores são centenárias e têm um apelo histórico muito grande para a região, a
exemplo do cajueiro e da mangueira do Inácio Barbosa. No surgimento daquele
bairro já existia essas árvores e você percebe que a população preserva”,
ressaltou o secretário municipal do Meio Ambiente, Augusto César Viana.
A partir da avaliação positiva, é encaminhada uma portaria e
o prefeito assina o documento que classifica a árvore como patrimônio
ecológico. “Depois de tombadas, as árvores não podem ser cortadas, podadas, não
podem sofrer nenhum tido de agressão por nenhum indivíduo. Elas passam a ser
objeto de uma atenção maior por parte da Sema, que diz respeito à adubação, aos
tratos culturais para que ela tenha uma vida útil muito maior”, frisou Augusto
César.
No próximo dia 21, Dia da Árvore, a Sema realizará mais um
tombamento. A árvore é uma gameleira localizada no Mosqueiro, nas proximidades
da Orla Por do Sol, na Zona de Expansão de Aracaju. A iniciativa partiu da
própria comunidade, que vê na árvore um grande potencial histórico para a
região. “É uma demonstração clara da
Sema, da Prefeitura e do próprio prefeito, que tem a arborização como um dos
pilares importantes para o planejamento estratégico que é aumentar o índice
arbóreo de Aracaju. Estamos trabalhando com essa meta”, ressaltou o secretário.
Aracaju tem seguido uma tendência mundial, conforme destacou
Augusto César. “Há cidades que fazem o tombamento de áreas maiores, inclusive.
Seguimos uma tendência mundial, que é chamar a atenção da população para a
importância das árvores para o ecossistema, para o clima da cidade. É
importante que a gente tenha esse grau de consciência”, reforçou.
Vertentes
Além do tombamento de árvores, a Sema tem atuado ainda em
duas vertentes: retirada de plantas caducas e reordenamento. “Retiramos as
plantas com danos fisiológicos extremos, , inclusive, sob risco de queda. No
reordenamento, plantamos árvores mais adaptadas às vias públicas, já que a
maior parte das árvores plantadas nas nossas vias são oriundas de um projeto de
40 anos atrás e esse projeto escolheu uma espécie exótica, a “mata fome”, e
muitas delas estão caindo em via pública por não serem adaptadas”, afirmou
Augusto César.
O novo
Enquanto o histórico está sendo preservado, o novo também
ganha o seu valor e importância. Desde o início da atual gestão, já foram
plantadas cinco mil árvores por toda a cidade. “Optando por árvores acima de
dois metros de altura. Isto é um fator diferenciado de outros planos de
arborização. Uma árvore com mais de dois anos é uma árvore que está muito mais
resistente e que já vem com um processo de aclimatização. Temos buscado isso
via compensação ambiental. Aquele indivíduo que suprimiu árvores em Aracaju
para poder fazer um empreendimento imobiliário, por exemplo, vai pagar com
árvores jovens e não mais com mudas, e temos aumentado as compensações. Se ele
tirar dez, vai plantar 20, 30 árvores”, destacou o secretário.
Inventário
Para que a realidade arbórea de Aracaju seja devidamente
avaliada, a Sema iniciou o processo de realização do inventário. De acordo com
o secretário, os próprios servidores da secretaria foram capacitados e estão
começando o trabalho de cadastrar as árvores de Aracaju. “Isso vai facilitar os
estudos sobre a questão para prepararmos mais eficazes para a realidade da
capital. Aracaju possui fatores estrangulantes que dificultam o processo de
arborização, como calçadas estreitas, fiação muito baixa, lençol freático muito
superficial, além da falta de conscientização da população que arranca as
árvores. Por isso, o inventário é tão importante. Saberemos exatamente o que
temos que fazer para reforçar ainda mais as ações”, considerou.
Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br
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