sexta-feira, 22 de abril de 2016

Centro Cultural de Aracaju

Foto: Edinah Mary/Funcaju.

Publicado originalmente no site do "Jornal da Cidade", em 09/04/2016.

Centro Cultural de Aracaju: memória e lazer diverso.

Exposições, teatro e cinema são as atrações do espaço localizado no marco zero da cidade.

Por: JornaldaCidade.Net

O explorar da memória por meio da leitura, da observação de obras de artes, fotografias, do audiovisual, do reconhecimento de objetos que embalaram brincadeiras e estamparam risos em crianças de outrora. Durante uma visita guiada de 40 minutos é possível ter acesso ao despertar memorial que tem no Centro Cultural de Aracaju a sua morada. Localizado na Praça General Valadão, a unidade da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Funcaju) resgata a história da jovem capital sergipana, da própria criação ao nascimento de filhos ilustres, a exemplo do escritor Mário Cabral. Um espaço histórico que ainda preserva na estrutura os traços arquitetônicos, convidando o visitante a um a viagem no tempo e também a um espreitar pela janela que mostra o presente do que já foi o futuro imaginado ali dentro do centro.

Inaugurado em outubro de 2014, o Centro Cultural de Aracaju já contabiliza mais de dois mil visitantes, porém tem sede de mais e mais gente ocupando suas salas de exposição, percorrendo as longas escadas de madeira, seus corredores, teatro e sala de exibição de audiovisual. Tudo, gratuitamente, de terça a sexta, das 9h às 17h e, aos sábados, das 9h às 13h.

“O objetivo do Centro Cultural de Aracaju é trabalhar com várias linguagens, por exemplo a literatura, que temos a biblioteca; as artes cênicas , pois temos o teatro, com 100 lugares, e o cinema, com noventa lugares, além de cursos e jornadas de estudo sobre os mais variados temas, desde literatura a patrimônio. A nossa atividade é trabalhar com a cultura, principalmente com tudo aquilo que representa a história de Aracaju, então trabalhar com a memória tanto administrativa, com a Galeria de Chefes do Executivo, quanto a cultural, com as nossas brincadeiras, danças e folguedos”, disse a presidente da Funcaju, Aglaé Fontes.

O prédio que no passado já abrigou a Alfândega e foi sede da Receita Federal foi totalmente restaurado, sendo preservada a sua estrutura, o que expressa si mesmo o surgimento do espaço. No térreo, à esquerda, é possível conhecer os prefeitos de Aracaju e também o famigerado Quadrilátero de Pyrro, projeto urbano assinado pelo engenheiro Sebastião Pyrro que marcou a construção da jovem capital.

“Sebastião Pyrro bolou uma cidade moderna, quadriculada, mas ele era militar e fez uma ideia muito geométrica e a cidade começou nesse desenho daqui dessa parte, justamente onde se encontra o Centro Cultural. Eis a importância desse espaço estar no Centro da cidade, mas principalmente na Praça General Valadão que foi por onde a cidade planejada começou, porque a cidade mudou para lá para o alto, mas o plano foi daqui. Tudo que representa a história cultural de Aracaju, a história da cultura popular de Aracaju, até mesmo as brincadeiras está nessa memória que a gente está preservando”, enfatizou.

Ainda no térreo, uma ampla sala de exposição, que abriga mostras rotativamente; o teatro João Costa; a Sala de exibição Walmir Almeida e o Núcleo de Produção Orlando Vieira. Este mês teremos uma parceria com UFS. “Frequentemente temos a exibição de filmes no cinema, às terças, quintas e sábados. No teatro este mês, estamos desenvolvendo um trabalho experimental com Universidade Federal de Sergipe e vai ter apresentações aqui. No próximo mês, teremos a ocupação pela produção da Escola de Artes Valdice Teles. Esses são espaços com mostras rotativas, assim como as exposições. Mas temos a programação fixa com a Sla de Cultura Popular Mestre Euclides, a Biblioteca Mário Cabral, conhecer esse homem que foi Mário Cabral. Isso é um resgate da memória. Eu brinco que quero que a memória saia do escuro e só posso fazer isso , trazendo ela para a vida. Memoria não é só aquela coisa fechada de você ir visitar um museu sem poder fazer zoada, quero que a biblioteca tenha voz de crianças que está estudando. O mais importante é a memória deixar raiz para tingir a nova geração. O Centro Cultural e bibliotecas têm que ser locais de vida”, disse Aglaé Fontes.

No andar superior, após encarar os degraus de madeira nada silenciosos de uma escada imponente, o visitante se depara com dez telas do artista sergipano Tintiliano, que retrata os principais pontos turísticos de Aracaju com o traço fino e minucioso. E cada parada do olhar fixo na obra de arte, a história de cada lugar ganha a voz da guia e bibliotecária Verônica Cardoso. É ela também quem apresenta a Sala de Cultura Popular Mestre Euclides que guarda um mundo colorido e nostálgico para quem vivenciou as brincadeiras de rua, com pipas, rói-rói, adedonha, bolinhas de pano e gude, além dos bonecas, carrinhos de madeira, Mamulengo Cheiroso e muito mais.

“Esse é o lugar preferido de muita gente. Quando eles chegam aqui, ficam admirados, sejam os turistas ou sergipanos. O sala é totalmente climatizada para a preservação dos materiais e é proibido tocar nos objetos. Mas a diversão aqui é garantida, todos ficam admirados e sempre falam ao final que foi o espaço que mais gostaram”, afirmou.

Mais novidades.

E vem mais novidade no Centro Cultural de Aracaju nos próximos dias. É o que garante a presidente da Funcaju, Aglaé Fontes. “Teremos o Carrossel de ‘Seu’ Tobias com luzes e exposição da história dele ao redor da sala. O brinquedo era famoso nas celebrações de Natal. Algumas peças foram restauradas e ele está quase ficando pronto. A previsão é que seja inaugurado no próximo dia 19. Também vamos entregar oficialmente a Sala Documental, onde está estampado o Quadrilátero de Pyrro. Também será inaugurada uma parte da história da dança e folguedos que vai complementar a Sala de Cultura Popular. Cada hora o centro vai crescendo suas propostas, porque a pesquisa não para”, destacou.

Texto reproduzido do site: jornaldacidade.net

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