Foto: Edinah Mary/Funcaju.
Publicado originalmente no site do "Jornal da
Cidade", em 09/04/2016.
Centro Cultural de Aracaju: memória e lazer diverso.
Exposições, teatro e cinema são as atrações do espaço
localizado no marco zero da cidade.
Por: JornaldaCidade.Net
O explorar da memória por meio da leitura, da observação de
obras de artes, fotografias, do audiovisual, do reconhecimento de objetos que
embalaram brincadeiras e estamparam risos em crianças de outrora. Durante uma
visita guiada de 40 minutos é possível ter acesso ao despertar memorial que tem
no Centro Cultural de Aracaju a sua morada. Localizado na Praça General
Valadão, a unidade da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Funcaju) resgata
a história da jovem capital sergipana, da própria criação ao nascimento de
filhos ilustres, a exemplo do escritor Mário Cabral. Um espaço histórico que
ainda preserva na estrutura os traços arquitetônicos, convidando o visitante a
um a viagem no tempo e também a um espreitar pela janela que mostra o presente
do que já foi o futuro imaginado ali dentro do centro.
Inaugurado em outubro de 2014, o Centro Cultural de Aracaju
já contabiliza mais de dois mil visitantes, porém tem sede de mais e mais gente
ocupando suas salas de exposição, percorrendo as longas escadas de madeira,
seus corredores, teatro e sala de exibição de audiovisual. Tudo, gratuitamente,
de terça a sexta, das 9h às 17h e, aos sábados, das 9h às 13h.
“O objetivo do Centro Cultural de Aracaju é trabalhar com
várias linguagens, por exemplo a literatura, que temos a biblioteca; as artes
cênicas , pois temos o teatro, com 100 lugares, e o cinema, com noventa
lugares, além de cursos e jornadas de estudo sobre os mais variados temas,
desde literatura a patrimônio. A nossa atividade é trabalhar com a cultura,
principalmente com tudo aquilo que representa a história de Aracaju, então
trabalhar com a memória tanto administrativa, com a Galeria de Chefes do
Executivo, quanto a cultural, com as nossas brincadeiras, danças e folguedos”,
disse a presidente da Funcaju, Aglaé Fontes.
O prédio que no passado já abrigou a Alfândega e foi sede da
Receita Federal foi totalmente restaurado, sendo preservada a sua estrutura, o
que expressa si mesmo o surgimento do espaço. No térreo, à esquerda, é possível
conhecer os prefeitos de Aracaju e também o famigerado Quadrilátero de Pyrro,
projeto urbano assinado pelo engenheiro Sebastião Pyrro que marcou a construção
da jovem capital.
“Sebastião Pyrro bolou uma cidade moderna, quadriculada, mas
ele era militar e fez uma ideia muito geométrica e a cidade começou nesse
desenho daqui dessa parte, justamente onde se encontra o Centro Cultural. Eis a
importância desse espaço estar no Centro da cidade, mas principalmente na Praça
General Valadão que foi por onde a cidade planejada começou, porque a cidade
mudou para lá para o alto, mas o plano foi daqui. Tudo que representa a
história cultural de Aracaju, a história da cultura popular de Aracaju, até
mesmo as brincadeiras está nessa memória que a gente está preservando”,
enfatizou.
Ainda no térreo, uma ampla sala de exposição, que abriga
mostras rotativamente; o teatro João Costa; a Sala de exibição Walmir Almeida e
o Núcleo de Produção Orlando Vieira. Este mês teremos uma parceria com UFS.
“Frequentemente temos a exibição de filmes no cinema, às terças, quintas e
sábados. No teatro este mês, estamos desenvolvendo um trabalho experimental com
Universidade Federal de Sergipe e vai ter apresentações aqui. No próximo mês,
teremos a ocupação pela produção da Escola de Artes Valdice Teles. Esses são
espaços com mostras rotativas, assim como as exposições. Mas temos a
programação fixa com a Sla de Cultura Popular Mestre Euclides, a Biblioteca
Mário Cabral, conhecer esse homem que foi Mário Cabral. Isso é um resgate da
memória. Eu brinco que quero que a memória saia do escuro e só posso fazer isso
, trazendo ela para a vida. Memoria não é só aquela coisa fechada de você ir
visitar um museu sem poder fazer zoada, quero que a biblioteca tenha voz de
crianças que está estudando. O mais importante é a memória deixar raiz para
tingir a nova geração. O Centro Cultural e bibliotecas têm que ser locais de
vida”, disse Aglaé Fontes.
No andar superior, após encarar os degraus de madeira nada
silenciosos de uma escada imponente, o visitante se depara com dez telas do
artista sergipano Tintiliano, que retrata os principais pontos turísticos de
Aracaju com o traço fino e minucioso. E cada parada do olhar fixo na obra de
arte, a história de cada lugar ganha a voz da guia e bibliotecária Verônica
Cardoso. É ela também quem apresenta a Sala de Cultura Popular Mestre Euclides
que guarda um mundo colorido e nostálgico para quem vivenciou as brincadeiras
de rua, com pipas, rói-rói, adedonha, bolinhas de pano e gude, além dos
bonecas, carrinhos de madeira, Mamulengo Cheiroso e muito mais.
“Esse é o lugar preferido de muita gente. Quando eles chegam
aqui, ficam admirados, sejam os turistas ou sergipanos. O sala é totalmente
climatizada para a preservação dos materiais e é proibido tocar nos objetos.
Mas a diversão aqui é garantida, todos ficam admirados e sempre falam ao final
que foi o espaço que mais gostaram”, afirmou.
Mais novidades.
E vem mais novidade no Centro Cultural de Aracaju nos
próximos dias. É o que garante a presidente da Funcaju, Aglaé Fontes. “Teremos
o Carrossel de ‘Seu’ Tobias com luzes e exposição da história dele ao redor da
sala. O brinquedo era famoso nas celebrações de Natal. Algumas peças foram
restauradas e ele está quase ficando pronto. A previsão é que seja inaugurado
no próximo dia 19. Também vamos entregar oficialmente a Sala Documental, onde
está estampado o Quadrilátero de Pyrro. Também será inaugurada uma parte da
história da dança e folguedos que vai complementar a Sala de Cultura Popular.
Cada hora o centro vai crescendo suas propostas, porque a pesquisa não para”,
destacou.
Texto reproduzido do site: jornaldacidade.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário