Fez os primeiros estudos na Vila do Conde (Bahia). Depois,
mudou-se para a capital baiana, onde concluiu os preparatórios e ingressou na
Faculdade de Medicina da Bahia. Naquela casa de ensino, frequentou o curso de
medicina com assiduidade e proveito, colando grau no dia 27 de outubro de 1890.
Sua tese de doutoramento, in titulada “Apreciação dos métodos operatórios
gerais adotadas na operação cesariana”, foi aprovada com louvor pela Congressão
daquele vetusto berço da medicina brasileira.
Regressando a Sergipe, fixou residência na cidade de
Estância, onde abriu consultório. Filho de uma família tradicional, gozou,
desde o início elevado conceito, sendo considerado um profissional dedicado,
inteligente e humanitário.
Exerceu, em sua terra natal, vários cargos, inclusive os de
natureza política. Foi delegado de polícia em duas ocasiões diferentes,
Intendente Municipal (nos anos de 1897 e 1898), deputado estadual (de 1804
a1895 e de 1896 a 1897, administrador da Mesa de Rendas Estaduais (1895-1897),
diretor do Hospital Amparo de Maria, e delegado de higiene.
Como diretor do Hospital Amparo de Maria, transformou-se em
seu maior benfeitor. O hospital, fundado em 10 de maio de 1860, era um dos mais
antigos do Estado, necessitando, portanto, de muito esforço para sua
conservação. Consciente desta imperativo, João Vieira não mediu esforço, e a
ele se dedicou, de corpo e alma. Clodoaldo Ferreira Filho, em seu livro
“História do Hospital Mais Antigo de Sergipe, em Funcionamento”, declara
textualmente: “O jovem médico clínico João Vieira Leite observando as
deficiências nas instalações improvisadas do pequeno hospital no qual também
doava seus préstimos profissionais, começou a disseminar a ideia da necessidade
de se dispor de uma nova sede definitiva para aquela casa de saúde. Para a
realização desse desiderato, não mediu esforços, inclusive com sacrifício de
seu próprio bolso’.
Como delegado de higiene prestou relevantes serviços,
durante uma epidemia de varíola que ocorreu em Estância.
Além de médico dedicado e político atuante, João Vieira
exerceu o jornalismo, colaborando nos periódicos locais, especialmente no
jornal “A Razão”.
Como deputado estadual, lutou pelos interesses do povo
sergipano, pelo que foi eleito presidente da Assembleia Legislativa e, nesta
condição, assumiu a Presidência de Sergipe durante 44 dias, após a deposição de
José Calazans.
João Vieira teve carreira meteórica como médico, político e
jornalista, mas o Destino o surpreendeu com uma tragédia. Com apenas 35 anos de
idade, começou a apresentar um distúrbio psiquiátrico, que foi rapidamente se
acentuando. Conduzido para o Rio de Janeiro, onde deveria se submeter a
tratamento, foi enclausurado no vapor “Manaus”, da Cia. Esperança Marítima. Ao
chegar nas imediações do porto de Vitória, no Espírito Santo, foi acometido de
violenta crise de autoflagelação, em conseqüência da qual veio a falecer em
presença de seu irmão e colega, Berilo Leite, no dia 21 de janeiro de 1902. Seu
corpo foi sepultado no dia seguinte, na capital do Espírito Santo, de sua
cidade natal e de sua família.
Fontes Bibliográficas:
Bittencourt, Liberato – Homens do Brasil-Sergipe. Rio de
Janeiro, 1917.
Dória, Epifanio – Efemérides Sergipanas, vols. 1 e 2.
Aracaju, 2009.
Ferreira Filho, Clodoaldo – A história do hospital mais
antigo de Sergipe em funcionamento . Aracaju, 2002.
Guaraná, Armindo – Dicionário Bibliográfico Sergipano. Reio
de Janeiro, 1927.
Texto e imagem reproduzidos do blog:
bainosilustres.blogspot.com.br
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