quinta-feira, 14 de abril de 2016

Maria Feliciana, a mulher mais alta do Basil



Publicado originalmente pelo site "Rank Brasil", em 04/12/2003.

Mulher mais alta

Com 2,25 metros, a sergipana Maria Feliciana dos Santos foi jogadora de basquete, cantora e atração de circo.

O RankBrasil resgatou a história de Maria Feliciana dos Santos. Ela é um mito vivo e muito conhecida no estado de Sergipe. Recordista brasileira por ser a Mulher mais alta do país, também foi considerada, por muito tempo, a Mulher mais alta do mundo.

A recordista nasceu em Amparo do São Francisco, interior do Sergipe, em 27 de maio de 1946. Sua família é marcada pela altura: o pai Antonio Tintino da Silva tinha 2,40 m; a mãe Maria Rodrigues dos Santos, 1,80 m; a avó paterna, 1,90 m; e a uma tia paterna tinha 2,30 m.

Filha única, teve uma estatura normal até a puberdade, quando seu crescimento disparou e chegou a atingir 2,25m. "Ela era normal até os dez anos, mas depois deu para crescer, que foi uma coisa horrorosa. Aos 16 anos disparou e nós pensamos que fosse ´mal de coqueiro´. Apesar disto, Maria sempre se considerou normal e nunca se queixou de nada", conta a mãe.

Maria teve seus anos de glória, mas atualmente sofre de pressão alta, osteoporose, artrose, úlcera e varicose, devido aos problemas de circulação sanguínea. Tudo isto em decorrência da sua altura e má qualidade de vida. A recordista recebe ajuda de vários seguimentos da sociedade, mas ainda é insuficiente para resolução definitiva de seus problemas.

Sua história chegou no RankBrasil através do artista Delton Rios e sua mãe Nazaré Moraes. Ele foi convidado pelo Espaço Cultural Yazigi para fazer a exposição ´Sergipe Vivo´, em comemoração à emancipação política do estado.

O evento reuniu 26 personagens populares ilustres de Sergipe para serem homenageados, entre eles, Maria Feliciana. Foi assim que eles a conheceram pessoalmente e decidiram se engajar numa campanha para ajudá-la a ter melhores condições de vida.

História de vida.

A recordista enfrentava normalmente a sua diferença e buscava formas de utilizá-la a seu favor. O maior problema era encontrar um namorado maior do que ela. Ela iniciou sua vida artística sob a orientação de seu empresário Antonio Freire de Souza, que a levava para se apresentar em circos, cinemas e televisões. As primeiras apresentações públicas foram aos 16 anos, em circos.

Em uma dessas apresentações, Maria conheceu José Gregório Ribeiro, ´O Vaqueiro do Sertão´, que era empresário de eventos e a apresentou para Luiz Gonzaga. Foi por intermédio do cantor que conseguiu se apresentar no programa do Chacrinha, ´A Hora da Buzina´.

Mais tarde, em 1968, o programa promoveu o concurso internacional da maior mulher do mundo. Com seus 2,25 metros, Maria foi a vencedora de altura e nomeada a Rainha das Alturas. A festa de coroação contou com a presença de Luiz Gonzaga, que entregou a coroa, e de Grande Otelo, que entregou a faixa. Entre as candidatas mais altas, havia uma americana com 2,15 de estatura.

Aos 25 anos, Maria Feliciana começou a jogar basquete e fez parte da Seleção Sergipana por cerca de dois anos. Em seguida, foi jogar em Porto Alegre e participou dos jogos da Confederação Brasileira de Desportos Universitários. No ano de 1971, ela participou dos XXII Jogos Universitários Brasileiros.

Trabalhou com Josa durante 11 anos e cantava com o ´Trio Sergipano´, sempre chamando a atenção com a sua aparência extravagante: 2,25 metros, pesando cerca de 65 kg e usando sapatos número 39.
Parou de trabalhar com Josa quando conheceu Assuíres, com quem se casou e teve três filhos: Charles, com 2,10 m de altura; Chirles, 1,65 m; e Cleverton, 2,10 m. Depois disso, por volta de 1973, fez parceria com diversas duplas sertanejas e realizou vários shows pelo Brasil.

Sua carreira teve que ser interrompida em 1995, quando foi submetida a uma cirurgia no pé. A operação não obteve muito sucesso e Maria teve que se submeter a várias outras. A última que fez, o médico retirou ossos e cerca de 1/3 de seu pé, deixando-a sem condições de se firmar.

A enfermidade não melhorou e foi nessa época que seu esposo sofreu um acidente fatal, aumentando assim os seus problemas. Principalmente porque, durante os últimos anos, ele era a única fonte de renda de Maria.

Dependendo de amigos e da família, iniciou novos tratamentos para o seu pé, conseguiu curar o seu problema e desde então, reside em uma casa de fundos, pagando aluguel. Maria ainda faz parte da memória do povo sergipano...

Redação: Fernanda Alves.
Revisão: Fátima Pires.

Texto e imagens reproduzidos do site: rankbrasil.com.br

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