Publicado originalmente pelo site "Rank Brasil",
em 04/12/2003.
Mulher mais alta
Com 2,25 metros, a sergipana Maria Feliciana dos Santos foi
jogadora de basquete, cantora e atração de circo.
O RankBrasil resgatou a história de Maria Feliciana dos
Santos. Ela é um mito vivo e muito conhecida no estado de Sergipe. Recordista
brasileira por ser a Mulher mais alta do país, também foi considerada, por
muito tempo, a Mulher mais alta do mundo.
A recordista nasceu em Amparo do São Francisco, interior do
Sergipe, em 27 de maio de 1946. Sua família é marcada pela altura: o pai
Antonio Tintino da Silva tinha 2,40 m; a mãe Maria Rodrigues dos Santos, 1,80
m; a avó paterna, 1,90 m; e a uma tia paterna tinha 2,30 m.
Filha única, teve uma estatura normal até a puberdade,
quando seu crescimento disparou e chegou a atingir 2,25m. "Ela era normal
até os dez anos, mas depois deu para crescer, que foi uma coisa horrorosa. Aos
16 anos disparou e nós pensamos que fosse ´mal de coqueiro´. Apesar disto,
Maria sempre se considerou normal e nunca se queixou de nada", conta a
mãe.
Maria teve seus anos de glória, mas atualmente sofre de
pressão alta, osteoporose, artrose, úlcera e varicose, devido aos problemas de
circulação sanguínea. Tudo isto em decorrência da sua altura e má qualidade de
vida. A recordista recebe ajuda de vários seguimentos da sociedade, mas ainda é
insuficiente para resolução definitiva de seus problemas.
Sua história chegou no RankBrasil através do artista Delton
Rios e sua mãe Nazaré Moraes. Ele foi convidado pelo Espaço Cultural Yazigi
para fazer a exposição ´Sergipe Vivo´, em comemoração à emancipação política do
estado.
O evento reuniu 26 personagens populares ilustres de Sergipe
para serem homenageados, entre eles, Maria Feliciana. Foi assim que eles a conheceram
pessoalmente e decidiram se engajar numa campanha para ajudá-la a ter melhores
condições de vida.
História de vida.
A recordista enfrentava normalmente a sua diferença e
buscava formas de utilizá-la a seu favor. O maior problema era encontrar um
namorado maior do que ela. Ela iniciou sua vida artística sob a orientação de
seu empresário Antonio Freire de Souza, que a levava para se apresentar em
circos, cinemas e televisões. As primeiras apresentações públicas foram aos 16
anos, em circos.
Em uma dessas apresentações, Maria conheceu José Gregório
Ribeiro, ´O Vaqueiro do Sertão´, que era empresário de eventos e a apresentou
para Luiz Gonzaga. Foi por intermédio do cantor que conseguiu se apresentar no
programa do Chacrinha, ´A Hora da Buzina´.
Mais tarde, em 1968, o programa promoveu o concurso
internacional da maior mulher do mundo. Com seus 2,25 metros, Maria foi a
vencedora de altura e nomeada a Rainha das Alturas. A festa de coroação contou
com a presença de Luiz Gonzaga, que entregou a coroa, e de Grande Otelo, que
entregou a faixa. Entre as candidatas mais altas, havia uma americana com 2,15
de estatura.
Aos 25 anos, Maria Feliciana começou a jogar basquete e fez
parte da Seleção Sergipana por cerca de dois anos. Em seguida, foi jogar em
Porto Alegre e participou dos jogos da Confederação Brasileira de Desportos
Universitários. No ano de 1971, ela participou dos XXII Jogos Universitários
Brasileiros.
Trabalhou com Josa durante 11 anos e cantava com o ´Trio
Sergipano´, sempre chamando a atenção com a sua aparência extravagante: 2,25
metros, pesando cerca de 65 kg e usando sapatos número 39.
Parou de trabalhar com Josa quando conheceu Assuíres, com
quem se casou e teve três filhos: Charles, com 2,10 m de altura; Chirles, 1,65
m; e Cleverton, 2,10 m. Depois disso, por volta de 1973, fez parceria com
diversas duplas sertanejas e realizou vários shows pelo Brasil.
Sua carreira teve que ser interrompida em 1995, quando foi
submetida a uma cirurgia no pé. A operação não obteve muito sucesso e Maria
teve que se submeter a várias outras. A última que fez, o médico retirou ossos
e cerca de 1/3 de seu pé, deixando-a sem condições de se firmar.
A enfermidade não melhorou e foi nessa época que seu esposo
sofreu um acidente fatal, aumentando assim os seus problemas. Principalmente
porque, durante os últimos anos, ele era a única fonte de renda de Maria.
Dependendo de amigos e da família, iniciou novos tratamentos
para o seu pé, conseguiu curar o seu problema e desde então, reside em uma casa
de fundos, pagando aluguel. Maria ainda faz parte da memória do povo
sergipano...
Redação: Fernanda Alves.
Revisão: Fátima Pires.
Texto e imagens reproduzidos do site: rankbrasil.com.br
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