Publicado originalmente no blog "Academia Literaria de
Vida",
em 29/03/2016.
No prelo, um ilustrado maruinense.
Desde 21 de agosto do corrente ano que a escritora Cléa
Maria Brandão de Santana, ou simplesmente Cléa Brandão, brindou o público
leitor com mais uma publicação, desta vez, com o título, Rosalvo Wynne Rosa
Queiroz - um ilustrado maruinense. O concorrido lançamento acertadamente
ocorreu na cidade interiorana de Maruim mais especificamente no Gabinete de
Leitura, uma relíquia do século XIX, inaugurado no longínquo 19 de agosto de
1877 - tornou-se celeiro silencioso de boas histórias - não só da área
cultural, mas, sobretudo da vida política e socioeconômica do Estado de Sergipe.
Maruim se constitui por si só capítulo importante da nossa história, fatos
importantes delineiam a afirmativa, exemplificada pela visita do imperador
Pedro II, culminando com a instalação à época de importantes consulados: Suíça,
Nápoles, França, África inglesa e Portugal; pode-se dizer que Maruim foi sim
uma progressista cidade cosmopolita.
A autora narra com riqueza de detalhes à biografia de um
jovem nascido na cidade de Maruim, que as circunstâncias do contexto familiar
lhe presenteou com a oportunidade de estudar na Escola de Engenharia Têxtil de
Liverpool, Inglaterra. Tudo muito impactante para um jovenzinho saindo da
adolescência, como enfrentar a realidade? Com o intuito de estudar fora do
país, daqui de Sergipe, apenas Rosalvo, mas outros quatro brasileiros fariam
parte da viagem, sendo dois paulistas, um carioca e um baiano. Antes de partir,
no momento de despedida dos familiares o ilustrado maruinense chorou fartamente
a saudade da família e de sua terra natal. Seguiu Rosalvo para cumprir o que o
destino lhe reservaria. O protagonista sergipano mostrando-se destacado aluno
da escola de Liverpool recebeu convite para estágio de cinco meses em
Sebastopol, Rússia, fato aceito de imediato.
Assim, a autora continuou descrevendo a trajetória de um
cidadão culto, sensível que pontuou sua vida com trabalho sério. Retornando a
Sergipe, Rosalvo trabalhou como gerente de uma fábrica de propriedade do seu
padrinho, Coronel Sabino Ribeiro e depois adquiriu uma fazenda no município de
Nossa Senhora do Socorro. Rosalvo Queiroz trabalhou arduamente, foi esposo, pai
amoroso, maçon exemplar, ardoroso militante político pela legenda integralista,
chegando por seus ideais; junto a outros concorrentes, a candidatar-se à
Constituinte Estadual de 1934. A vida do homem que inspirou a história contada
pela escritora lhe moveu o coração filial, ele foi cidadão do mundo, viveu
outras culturas conheceu entre outros países: Irlanda, Austrália, visitando
Sidney, Melbourne e Adelaide, Liverpool, Manchester e Londres.
Cléa Brandão fez até onde, naturalmente, a pesquisa lhe
direcionou um resgate memorialista do cidadão Rosalvo Wynne Rosa Queiroz, um
ilustrado Maruinense, seu genitor.
Sandra Natividade
5/set/2014.
Texto e imagem reproduzidos do blog:
academialiterariadevida.blogspot.com.br
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