Publicado originalmente no site Sergipe Inform, em
29/03/2016.
Conhecendo a história de Eraldo Lima.
O artista sergipano Eraldo Lima nasceu em 1950 no dia 15 de
junho na cidade de Estância- Sergipe, no bairro de Santa Cruz, cidade berço da
cultura sergipana. Filho de Edgar Barreto de Araújo e Erundina Lima de Araújo,
como muitos daquela época, nasceu em casa, assistido pela parteira D. Maria de
Kid.
Já em sua formação escolar, foi alfabetizado pela Prof.ª Ana
Mendonça. Posteriormente estudou o primário com a Prof.ª Sula Amado, na
Escolinha Santo Antônio. Ainda cursou o ginasial na Escola Graccho Cardoso,
porém só o finalizou na Escola Técnica do Comércio, formando-se como Técnico em
Contabilidade. Em sua infância jogou futebol, na posição de goleiro, no Clube
Santa Cruz. Também jogou futsal no time de Independente, nos torneios
realizados na Escola Técnica do Comércio. Em sua família, foi o único que se
aplicou às artes plásticas.
Ainda na infância já demonstrava bastante inclinação para o
desenho fato este que leva o seu pai a ser seu primeiro incentivador. Um fato
relevante foi a febre dos álbuns de figurinhas em Estância, que acabou sendo
suas primeiras fontes de pesquisa e aperfeiçoamento de técnicas de retrato a
lápis, se empenhando a desenhar os rostos dos astros de Hollywood. O Instituto
Histórico Geográfico de Sergipe foi o primeiro espaço usado pelo artista para
demonstrar seus trabalhos artísticos.
Um fato que chama atenção na sua primeira exposição foi o
uso de suportes alternativos, a exemplo de portas de geladeiras (chapas de
compensado de 2,00m X 0,80m), o que atraiu a atenção na época. Ainda nessa
época conheceu seu Artu, grande incentivador dos pintores jovens de Sergipe
daquela época, sendo a primeira pessoa a adquirir os primeiros trabalhos de
Eraldo Lima acrescentando-lhe vários elogios, destacando o colorido das
pinturas do artista.
Após a primeira exposição, começa a usar Eucatex/Duratex*
como suporte, sendo influenciado ao visitar uma exposição do artista Zé de
Dome, na Movelaria Menezes em Estância, o mesmo usou este material como
suporte. Depois de experimentar, gostou e até hoje faz seus trabalhos com este
material. Infelizmente não teve a oportunidade de conhecer o artista Zé de Dome
pessoalmente, apesar do mesmo ter retornado várias vezes a cidade de Estância.
Já em 1965 no período de férias escolares, os seus tios
levaram-no a São Paulo, e acaba conhecendo o MASP, onde visita a Bienal
Internacional de Arte de São Paulo, podendo se atualizar nas artes que eram
desenvolvidas no Brasil.
Um fato recorrente na vida de Eraldo Lima é a diversificada
forma de pesquisa que o mesmo procurava encontrar em tempos que escolas de
artes eram escassas em Sergipe.
Eraldo é eternamente agradecido ao Sr. Divaldo (diretor da
Lira Carlos Gomes), pois sempre que precisou deste espaço para expor, ele o
cedeu gentilmente.
As mulheres lavando roupa, os tons diversificados e a
gestualidade de suas obras acabam remetendo a um passado do povo estanciano,
quando essa atividade era um processo natural entre as mulheres da cidade. Ao
mesmo tempo que remete ao passado, as obras deste artista possui um certo tom
de espiritualidade, uma procura espacial. De acordo com Betânia Vargas
ceramista baiana/Profª UFBA as obras de Eraldo Lima reflete a uma procura
espiritual do homem imensidão da natureza, ainda destaca os traços determinados
de um pesquisador incansável.
Em suas telas podemos perceber uma certa ligação do homem
com a natureza, ou seja o homem faz parte da natureza e vive em uma mesma
realidade.
SergipeINFORM
Por: Paixão, Cleberton Batalha.
Texto e imagem reproduzidos do site: sergipeinform.com.br
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