segunda-feira, 25 de junho de 2018

Animação da torcida marca abertura do Arraiá do Gonzagão













Publicado originalmente no site da SECULT, em 23 de junho de 2018

Animação da torcida marca abertura do Arraiá do Gonzagão

Quadrilhas apresentaram enredo que discute xenofobia, seca no sertão e cultura identitária

Ao som da zambumba, triângulo e sanfona, o espetáculo de quadrilhas foi a principal atração que encantou todo o público. As arquibancadas foram lotadas e, enquanto os integrantes dançavam no salão, crianças se divertiam imitando os seus passos. Na última noite de sexta-feira, 22, foi dado início ao concurso de quadrilhas realizado no Gonzagão, em Aracaju. O evento é integrado ao Encontro Nordestino de Cultura 2018 e a sua maior proposta é manter uma tradição viva.

Os festejos juninos marcam uma época na qual o sentimento de pertencimento perpetua uma tradição. Pensando nisso, quadrilhas se preparam durante muito tempo para apresentar coreografias que espelham a busca por sobrevivência em tempos de seca, o trabalho no campo, a luta contra o preconceito e a alegria de um povo que não baixa a cabeça facilmente frente às dificuldades.

“Sou nordestino, sim senhor!” entoavam em alto e bom tom os quadrilheiros no meio do salão com cartazes que apresentavam comentários preconceituosos contra o povo do nordeste. “Nós queremos mostrar a importância que o Nordeste exerce para todo o país, as belezas da região e quebrar estereótipos”, afirma Renan Torres, marcador da quadrilha Balanço do Nordeste de Umbaúba.

Outro destaque da noite por suas cores diversas e passos tradicionais foi a quadrilha da cidade de Tobias Barreto, Meu Chamego. “Temos orgulho em falar que somos da capital do bordado! Nosso traje é todo trabalhado na chita, pois queremos trazer a essência da quadrilha tradicional”, frisa Anderson Darlan, marcador da quadrilha cujo tema visa enaltecer a essência do São João antigo por intermédio das cores.

Retirantes do Sertão, de Frei Paulo, evidenciou o sofrimento do sertanejo, a luta pela sobrevivência no período de seca, a colheita na fartura do milho e a fé do pedido de chuva pra molhar a terra e abençoar a plantação. Por sua vez, Xodó da Vila de Aracaju, buscou homenagear Raimundo Jacó o vaqueiro nordestino com os santos juninos. Para este fim, cavalheiros usaram trajes de couro e as damas incluíram o chapéu em seu figurino.

Todo o empenho investido pelas quadrilhas e organização da festa foi reconhecido pelo público presente. Adultos, jovens e crianças prestigiaram o evento, as arquibancadas se mantiveram cheias do início ao fim. Para Givanildo Lima que acompanha a festa há vários anos, os festejos juninos são uma forma de preservar a cultura no estado. “A edição deste ano está muito melhor; ampliaram o número de arquibancadas, tem muita segurança no local e corpo de bombeiros, vários quiosques vendendo comidas e bebidas”, reconhece.

Odete Alves frequenta o Gonzagão desde a sua criação e, consequentemente, os festejos também. “As quadrilhas são sempre encantadoras e este ano não foi diferente, todas as quatro que se apresentaram estão de parabéns”, constata. Vários comerciantes estavam presentes dentro e fora do local, Cristina Vasconcelos foi uma delas. Vendedora de churros há três anos neste período de junho dentro do espaço, atenta para a relevância em dar continuidade às quadrilhas para não perder a tradição, como também continuar com os concursos todos os anos, pois, de acordo com ela: “a competividade entre as quadrilhas só deixa tudo mais interessante”.

Texto e imagens reproduzidos do site: cultura.se.gov.br

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